O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passou a ficar em isolamento após ter sido diagnosticado com coronavírus nesta semana. Após o resultado, a agenda presidencial foi alterada de forma radical, inaugurando uma nova rotina de videoconferências com ministros e contato presencial limitado a um assessor que já teve Covid-19. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro, que tem 65 anos, começou a seguir um protocolo médico para evitar o risco de contaminação de seus familiares, funcionários do Palácio da Alvorada e assessores presidenciais.
Anteriormente, o presidente dava declarações onde minimiza os impactos da doença e critica medidas tomadas no exterior e por governadores do país. Além disso, ele passou a dormir em um quarto isolado, longe até da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Um dos dormitórios do Palácio da Alvorada foi transformado em seu escritório.
Além do casal presidencial, moram na residência oficial da Presidência a caçula de Bolsonaro, Laura, e a enteada, Letícia. A primeira-dama já realizou exame para o coronavírus, mas ainda aguarda o resultado da contraprova.
Em sua sala de despachos, o presidente tem à sua disposição televisão, computador, telefone, impressora e um aparelho para videoconferências.
Além disso, Bolsonaro é monitorado por uma equipe médica que promove exames de eletrocardiograma duas vezes ao dia para monitorar a frequência cardíaca, segundo fontes do governo. Segundo reportagem do jornal O Globo, a medida tem como objetivo avaliar o funcionamento do coração, em observência à recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para pacientes, como Bolsonaro, que usam a hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. O medicamento, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, tem como um possível efeito colateral alterações na frequência cardíaca.
Despacho – Bolsonaro sancionou a lei que garante a prioridade na realização de testes da covid-19 para profissionais essenciais ao controle de doenças e à manutenção da ordem pública, que estiverem em contato direto com portadores ou possíveis portadores do novo coronavírus. De acordo com a Lei nº 14.023/2020, publicada hoje (9) no Diário Oficial da União, esses trabalhadores deverão ser tempestivamente tratados e orientados sobre sua condição de saúde e o retorno ao trabalho.
Durante a pandemia, o poder público e os empregadores ou contratantes desses profissionais fornecerão, gratuitamente, os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados pela Anvisa, de acordo com os protocolos indicados para cada situação. A lei abrange profissionais que trabalham ou sejam convocados a trabalhar nas unidades de saúde durante o período de isolamento social ou que tenham contato com pessoas ou com materiais que ofereçam risco de contaminação pelo novo coronavírus.
De acordo com o texto, são considerados profissionais essenciais aqueles que atuam nos sistemas de saúde, segurança e assistência social e outros, como cuidadores idosos, pessoas com deficiência ou com doenças raras; biólogos, biomédicos e técnicos em análises clínicas; coveiros e demais trabalhadores de serviços funerários e de autópsias; profissionais de limpeza e que atuem na cadeia de produção de alimentos e bebidas; aeroviários e controladores de voo.
Ontem (8), o Ministério da Saúde divulgou boletim epidemiológico , no qual aponta que, até o dia 4 de julho, foram confirmados 173.440 casos de covid-19 em profissionais da saúde de todo o país. As profissões com maior registro de casos foram os técnicos ou auxiliares de enfermagem (59.635), seguido dos enfermeiros (25.718), médicos (19.037), Agentes Comunitários de Saúde (8.030) e recepcionistas de unidades de saúde (7.642).
Em relação aos casos graves da doença, que necessitaram de internação hospitalar, foram confirmados 697 casos. Os técnicos ou auxiliares de enfermagem foram os mais afetados, com 248 casos, seguido dos médicos (150) e enfermeiros (130). Além disso, 138 mortes pelo novo coronavírus foram registradas entre os profissionais de saúde. As informação são do site Agência Brasil.