O senador Ciro Nogueira (PP-PI) negou que o partido seja base do governo Lula (PT) após o deputado federal André Fufuca (PP-MA) ser nomeado ministro do Esporte. Na entrevista dada ao jornal O Globo, ele também elogiou o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
O que ele disse
A escolha de Fufuca para ser ministro aconteceu à “revelia” e que Lula usa isso “como se fosse uma moeda de troca”, afirmou o presidente do partido. “A escolha do Fufuca foi uma coisa que só o Lula é capaz de fazer, caso único no mundo. Você escolhe o nome para depois procurar qual é o ministério. O correto é você procurar o ministério e ver se aquela pessoa tem aquele perfil. Mas é o Lula que utiliza a coisa pública como se fosse uma moeda de troca”.
Mesmo com o partido comandando um ministério, é “impossível” acontecer uma aproximação entre o PP e o governo, disse Ciro Nogueira. “Muita gente apostava nisso e acho que já estão perdendo essa esperança. Eu ficarei os quatro anos na oposição, sem conversar com o presidente Lula. Tenho todo respeito e carinho pelo Lula e sei que ele tem por mim. Eu não vou conversar. Posso conversar no dia seguinte que ele sair da Presidência”.
Além disso, o senador disse que não houve reunião para o partido ser base do atual governo. “Não somos base. Partido para ser base tem que se reunir, as lideranças aprovarem e fazer a indicação oficial do partido. E isso não aconteceu”.
Outro nome do partido que tem se aproximado do governo é Arthur Lira, que Ciro Nogueira considera como “voluntarioso”. “Eu não gostaria que isso ocorresse, mas o Lira transcende o meu partido. Ele foi eleito praticamente por todos os deputados, tanto de situação como de oposição, e eu tenho de respeitar isso. Mas eu acho que ele deveria deixar esse ímpeto de ajudar tanto o governo. Acho que ele deveria ajudar nos projetos de interesse do país. Ele é muito voluntarioso, correto. Ele gosta do presidente Lula”.
Apesar da aproximação com o governo, Ciro Nogueira se diz próximo de Lira. “Nunca estive tão próximo dele. Ele entende o que eu falo. Muita gente tentou fazer intriga entre nós, mas a gente está bem. A minha relação com ele nunca foi tão boa”.
Ele considera que a dependência do governo com o presidente da Câmara se deve ao fato de Lira ser uma pessoa “respeitada”. “Nada que se deixa por vontade própria dos partidos é aprovado na Câmara. Os partidos não querem. Agora, o Lira tem uma força muito grande e uma pessoa que é muito querida, respeitada, tem um espírito de liderança, como nunca aconteceu na Câmara”.
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