Os algoritmos dificilmente deixam todo o conteúdo da Netflix aparecer para você. De acordo com a inteligência artificial, o que é te oferecido é aquilo que mais parece seu perfil e gostos. Então, mesmo se você tentar uma busca mais aprofundada, provavelmente vai receber sempre as mesmas sugestões. A Revista Bula tem inúmeras listas que vão te ajudar a ver além das recomendações que o sistema oferece. Ainda, te contamos quais novidades vão entrar no catálogo. Nesta lista, a gente te mostra quais vão ser as estreias da semana para você ficar ligado em quais não quer perder. Confira a seleção. Destaques para “Athena”, de 2022 de Romain Gavras; e “Lou”, de 2022, de Anna Foerster. Os títulos vão estar em breve na Netflix, não seguem critérios classificatórios e estão organizados de acordo com o ano de lançamento.
Athena (2022), Romain Gavras
Um jovem de origem árabe do gueto de Athena, na França, morre em circunstâncias desconhecidas. Acreditando que ele tenha sido morto por policiais, três irmãos lideram uma revolta de sua comunidade contra as autoridades em busca de vingança. Conforme o irmão mais velho, Abdel, que é militar, luta para acalmar as tensões crescentes, a situação se agrava e Athena é sitiada. Uma guerra de civis contra policiais se inicia e os irmãos estão no centro dela.
Lou (2022), Anna Foerster
Lou tem um passado de violência misterioso que pensa ter deixado para trás. Mas quando a filha de sua vizinha é sequestrada, a mulher aparece desesperada e pede por ajuda. Enquanto uma enorme tempestade se aproxima, as duas mulheres arriscam suas vidas em uma missão de resgate que testará seus limites e irá expor segredos sombrios e chocantes do passado.
O Homem do Jazz (2022), Tyler Perry
Bayou e Leanne formam um casal de jovens negros apaixonados no Sul profundo dos Estados Unidos durante os anos 1940. O filme acompanha suas histórias ao longo de algumas décadas e mostra as provações que testam o amor do casal, enquanto suas famílias e forças externas tentam separá-los. Apesar de todas as probabilidades estarem contra eles, o amor verdadeiro os guiará.
O Perfumista (2022), Nils Willbrandt
Uma detetive que perdeu o olfato rouba uma poção com o intuito de reconquistar o homem que ama. Depois, ela se une ao perfumista de quem roubou para recuperar o olfato, mas ele é capaz de matar em sua busca pelo aroma perfeito.
Informações Revista Bula
A nova série se passa quase dois séculos antes da original, quando o reinado dos Targaryen estava no auge
Série
A Casa do Dragão (HBO)
Quem assistiu às oito temporadas de Game of Thrones pode ter ficado ressabiado com o final da saga, meio decepcionante. Quando a HBO anunciou que vai produzir pelo menos mais cinco séries inspiradas nos livros de George R R Martin, muita gente ficou com o pé atrás.
O primeiro desses spin-offs, A Casa do Dragão, chega ao seu quarto episódio hoje. É uma “prequela” da série original, passada mais de um século e meio antes do início de GoT. Mostra um tempo em que as terras de Westeros viviam unidas num único reinado, o da casa Targaryen. Com um toque light de feminismo, o centro da trama é a Princesa Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock), que enfrenta a resistência dos assessores do rei Viserys Targaryen (Paddy Considine) a aceitar uma mulher como herdeira. Cronologicamente, Rhaenyra vai ser provavelmente a bisavó ou trisavó de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), uma das estrelas de Game of Thrones.
O vilão é o irmão do rei, Daemon Targaryen, interpretado por Matt Smith, o ator que fez o papel do príncipe Phillip na série The Crown. Casa do Dragão tem tudo o que você pode esperar desse universo – batalhas épicas, orgias, exageros, e cenas de sadismo que grudam na nossa cabeça para sempre.
Não sabemos, claro, como esta série vai se desenrolar. Mas ela começou com grande vantagem com relação à sua predecessora. Os figurinos são ainda melhores, o elenco central é excelente, os cenários ainda mais monumentais, os efeitos especiais deram um upgrade e os dragões parecem vivos aos nossos olhos. Tomara que continue assim. E que os novos produtores jamais permitam que um copo da Starbucks apareça de novo numa das ceias medievais da realeza.
Informações Revista Oeste
Emoções reprimidas levam o espírito para o buraco negro em que nada consegue florescer, só o desespero, fortalecido pela mágoa e irrigado pelo ódio e suas incontáveis vertentes. O ser humano não suporta ficar indisposto, refém das descompensações químicas que ele mesmo fomenta. Qual a solução, rápida, por que não há tempo a se desperdiçar? Antidepressivos, ansiolíticos, sedativos… e o ciclo recomeça, cada vez mais longo, mais tomado de venenos para se combater o mal que entranha no inconsciente e vai achando as gretas por onde se esquiva e se perpetua. Às vezes, a sensação de nó na garganta só se dissipa com a ajuda da medicina, mas na maior parte dos casos, há muitas outras saídas antes de se entregar aos tarjas-pretas que se assenhoram da vida do homem contemporâneo. Há momentos em que uma conversa, franca, direta, objetiva e, o principal, desarmada colocaria termo às diversas questões que nos atormentam desde um tempo em que a indústria farmacêutica tratava os males universais do gênero humano à base de tônicos, elixires e unguentos que lembravam as poções mágicas dos contos infantis.
Como a maioria dos cineastas turcos, Özcan Alper exalta o jeito de seu povo lidar com os escombros que sufocam a alma. “O Festival dos Trovadores” (2022) é o que o nome sugere: o encontro — quiçá desastroso, mais afeto ao choque — de pai e filho que poderiam ter se amado algum dia, mas atropelados pela vida e pela vontade de um deles, só conseguem alimentar seus rancores de outras vidas. Alper trabalha seu roteiro, coescrito com Kemal Varol, o autor do romance de mesmo nome em que seu o filme é inspirado, atento a materializar nos pouco mais de cem minutos do longa as belas metáforas visuais construídas pelo texto de Varol, considerado um dos grandes escritores contemporâneos da Turquia, um legítimo trovador, como no título escolhido para vender a história. Outras figuras de linguagem e períodos descritivos ora secos, ora caudalosos também se replicam da obra publicada para a transformada em cinema, mas o que impressiona mesmo é a capacidade do diretor quanto a conservar a essência do par de personagens centrais, pai e filho perdidos num turbilhão de lembranças.
O advogado criminalista Yusuf é um workaholic confesso, sem nenhuma culpa disso — até porque foi esse empenho que fez dele o profissional de sucesso que se tornou, digno de morar num bom apartamento e desfrutar de todo o aconchego que o dinheiro pode comprar. Numa das tantas noites solitárias em que priva de sua própria companhia, o personagem vivido por Kıvanç Tatlıtuğ recebe a visita que teria mudado sua vida muito tempo atrás: Ali, o pai com quem não trava contato há 25 anos, reaparece sem prévio aviso depois de um passeio nada agradável para a maioria das pessoas, mas que ele consegue transformar num acontecimento, graças ao talento invulgar para a música. O trovador da história, interpretado por Settar Tanrıöğen, precisa de um lugar onde atravessar a noite até que amanheça e ele possa seguir para Arkanya, no extremo leste do território turco, quase fronteira com a Armênia. De lá, parte para mais longe ainda: acontece em Kars o tal convescote em que poetas e tocadores de baglama se reúnem no intuito de se desafiarem uns aos outros, até que o mais hábil com as palavras sagre-se o vencedor da contenda.
O jeito desmazelado com que Ali trata a própria saúde inspira a desconfiança de Yusuf, que chega a flagrar o rompimento de uma sonda e o consequente extravasamento do sangue. Amigo de homens influentes, o advogado pede que um amigo médico esqueça a ética e pesquise o prontuário do pai, a fim de saber o que ele tem. Suas suspeitas quanto a uma doença graça se confirmam e Yusuf se oferece para conduzi-lo até o festival. Esse é o gancho usado por Alper para sugerir o acerto de contas de pai e filho atrasado um quarto de século; enquanto isso, o enredo, eminentemente linear, mostra os conflitos, duros, entre os dois, feitos de impropérios que ferem e silêncios mais ríspidos ainda, até que sobrevenha o desfecho, previsível, mas comovente assim mesmo.
Filme: O Festival dos Trovadores
Direção: Özcan Alper
Ano: 2022
Gênero: Drama/Road movie
Nota: 8/10
Informações Revista Bula
É conhecida a brincadeira que diz que o assinante da Netflix passa mais tempo escolhendo o filme a que vai assistir do que, de fato, assistindo-o. Para ajudar, GZH lista 30 filmes imperdíveis que você pode garimpar da imensa lista do serviço de streaming.
(Don’t Look Up, 2021, 138 min. Comédia dramática/ficção científica, de Adam McKay. Com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence e Meryl Streep). Sátira de Adam McKay sobre os perigos de fechar os olhos para a ciência, Não Olhe Para Cima acompanha dois astrônomos desconhecidos que descobrem que um cometa está em rota de colisão direta com a Terra.
O perigo é iminente para toda a humanidade, mas políticos, a mídia e até o grande público acham difícil levar a dupla e as evidências a sério, preferindo seguir com suas vidas “sem pânico”. Entenda porque o filme foi um dos longas mais comentados da Netflix à época de sua estreia ou leia a crítica completa de GZH.
(Ma Rainey’s Black Bottom, 2020, 94 min. Drama, de George C. Wolfe. Com Viola Davis e Chadwick Boseman). Último filme gravado por Chadwick Boseman, ator consagrado com Pantera Negra (2018) que morreu em 2020, A Voz Suprema do Blues retorna à Chicago de 1927 para explorar as tensões raciais nos Estados Unidos, em meio à cena do blues, dominada por negros. No centro da trama está a temperamental Ma Rainey (Viola Davis), estrela considerada a Mãe do Blues que entra em conflito com Levee (Boseman), um trompetista ambicioso, parte de uma nova geração, que está ávido por mudanças.
(Marriage Story, 2019, 136 min. Romance/drama, de Noah Baumbach. Com Adam Driver e Scarlett Johansson). Apesar do título, História de um Casamento é, na verdade, a história de um divórcio. O processo de separação de um casal de artistas — ele um diretor de teatro, ela uma atriz na companhia dele — começa amigável e tranquilo, mas logo se transforma em um longo, duro e difícil caso jurídico pela guarda do filho dos dois, com as tensões apenas aumentadas por uma dupla de advogados sem escrúpulos. Leia a crítica completa aqui.
(To All the Boys I’ve Loved Before, 2018, 99 min. Romance/comédia, de Susan Johnson. Com Lana Condor e Noah Centineo). Com foco no público infantojuvenil, Para Todos Os Garotos Que Já Amei dá início a uma trilogia que segue os últimos anos de Lara Jean (Lana Condor) no Ensino Médio. Tímida, ela passa os dias sonhando acordada com grandes cenas dos romances que lê obsessivamente, mas é incapaz de criar coragem para viver um relacionamento real.
Presa na própria imaginação, Lara Jean tem certeza de que está apaixonada pelo ex-namorado de sua irmã, o que a faz fingir um relacionamento com o garoto mais popular da escola: Peter Kavinsky (Noah Centineo). Em meio ao relacionamento falso, contudo, os dois começam a ter sentimentos de verdade. A história é inspirada na trilogia literária homônima de Jenny Han, publicada no Brasil pela editora Intrínseca.
(Elisa y Marcela, 2019, 118 min. Drama/romance/biografia, de Isabel Coixet. Com Natalia de Molina e Greta Fernández).Baseado em uma história de amor real, Elisa e Marcela narra o romance proibido entre duas mulheres no início do século 20, que decidiram desafiar os costumes e leis de sua época para ficarem juntas.
Conduzido pela diretora espanhola Isabel Coixet, o longa-metragem mostra como Elisa Sánchez Loriga se disfarçou de homem para se casar com Marcela Gracia Ibeas, tornando a união em 1901 o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha. Indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim 2019.
(The Trial of the Chicago 7, 2020, 129 min. Drama histórico/suspense, de Aaron Sorkin. Com Eddie Redmayne, Alex Sharp e Sacha Baron Cohen). Os 7 de Chicago chama atenção pelo elenco de peso, com nomes como Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne, Joseph Gordon-Levitt e Michael Keaton. Ambientado em 1968, a partir de uma história real, a trama acompanha o histórico julgamento de um grupo de jovens ativistas acusado pelo governo americano de conspiração, por conta de um tumultuado protesto contra a Guerra do Vietnã. Leia a crítica completa aqui.
(The Host, 2006, 119 min. Drama/ficção científica, de Bong Joon-Ho. Com Song Kang-ho). Aclamado mundialmente por Parasita (2019), Bong Joon-Ho combina terror, humor e ficção científica em O Hospedeiro.
A história narra o surgimento de um terrível monstro no centro de Seul, capital da Coreia do Sul, que emerge do Rio Han após as águas serem comprometidas por um laboratório químico. Depois de ver a filha (Ko Ah-sung) ser engolida pela criatura, Gang-Du Park (Song Kang-ho) decide tentar resgatá-la. A missão não é fácil após a intromissão dos Estados Unidos, que decide estudar e controlar a situação que se desenrola no país asiático.
(The Power of the Dog, 2021, 126 min. Drama/faroeste, de Jane Campion. Com Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst).Indicado a 12 Oscars no início de 2022 (acabou levando apenas a estatueta de direção, para Jane Campion), Ataque dos Cães reflete sobre masculinidade a partir da história de um caubói durão (Benedict Cumberbatch) que dirige hostilidades à esposa do irmão e ao filho adolescente dela — até que sua relação com o garoto começa a tomar outro rumo. O western é baseado no livro The Power of the Dog, de Thomas Savage. Leia a crítica completa aqui.
(2013, 85 min. Comédia, de André Pellenz. Com Paulo Gustavo). Primeira incursão nas telonas da inesquecível e bem-sucedida Dona Hermínia, Minha Mãe é Uma Peça apresenta ao público a dona de casa, uma mulher de meia idade, divorciada do marido, que dedica a maior parte de seu tempo aos filhos — cuidando deles e infernizando suas vidas em doses similares. Ela é interpretada pelo ator e comediante Paulo Gustavo, uma das vítimas da covid-19 no Brasil, que baseou a personagem na própria mãe, Déa Lúcia.
(2018, 135 min. Drama, de Alfonso Cuarón. Com Yalitza Aparicio). Uma das mais prestigiadas produções originais da Netflix até aqui, Romaangariou láureas, como o Leão de Ouro do Festival de Veneza e três estatuetas do Oscar (melhor diretor, fotografia e filme estrangeiro).
Ambientado na Cidade do México, lar de Alfonso Cuarón, o longa-metragem semi-autobiográfico retrata a vida de uma família de classe média no início dos anos 1970. Todas as atividades domésticas recaem sobre a empregada, Cleo (Yalitza Aparicio), que tem sua vida limitada às ações da família.
(The Irishman, 2019, 209 min. Policial/drama/biografia, de Martin Scorsese. Com Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci).Épico com três horas e meia de duração que percorre o período do final dos anos 1950 ao começo dos anos 2000, de Martin Scorsese, com atores como Robert De Niro, Joe Pesci, Harvey Keitel e Al Pacino.
No centro da trama está Frank Sheeran (De Niro), matador da máfia que inicia uma amizade com o sindicalista Jimmy Hoffa (Pacino), desaparecido sem deixar rastros em 1975. O filme é baseado no livro com as memórias de Sheeran, de 2004, no qual ele confessa ter assassinado Hoffa.
(Uncut Gems, 2019, 135 min. Policial/drama/suspense, de Benny Safdie e Josh Safdie. Com Adam Sandler e Julia Fox).Adam Sandler interpreta Howard Ratner, um joalheiro carismático de Nova York que está sempre tentando ganhar mais dinheiro por meio de barganhas.
Depois de fazer uma série de apostas arriscadas, parece que o futuro vai sorrir para ele. Mas, em sua busca pela bolada final, Howard precisa de uma atuação perfeita para equilibrar negócios, família e os inimigos que estão cada vez mais próximos. Filme dos irmãos Benny e Josh Safdie, com Lakeith Stanfield (Corra!), Pom Klementieff (Guardiões da Galáxia) e Idina Menzel (Glee).
(Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004, 108 min. Drama/romance/ficção científica, de Michael Gondry. Com Jim Carrey, Kate Winslet, Elijah Wood e Kirsten Dunst). Drama romântico no qual o roteirista Charlie Kaufman (de Quero Ser John Malkovich) e o diretor Michel Gondry (de Rebobine, por Favor) refletem sobre o fim dos relacionamentos a partir de uma jornada pelos labirintos da mente de um sujeito que se arrepende de apagar a ex-namorada de sua memória, como ela fez com ele, após o procedimento.
(2020, 123 min. Mistério/aventura, de Harry Bradbeer. Com Millie Bobby Brown, Helena Bonham Carter e Henry Cavill). O elenco também é um dos destaques de Enola Holmes, a aventura juvenil protagonizada por Millie Bobby Brown, de Stranger Things.
Uma adaptação da série literária de Nancy Springer, a produção de Harry Bradbeer introduz a irmã caçula de Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock Holmes (Henry Cavill), Enola. Ainda mais sagaz do que seus irmãos, ela embarca em uma investigação independente quando sua mãe (Helena Bonham Carter) desaparece, mas deixa uma série de pistas.
(The Revenant, 2015, 156 min. Drama/aventura, de Alejandro González Iñárritu. Com Leonardo DiCaprio). Inspirado na obra de Michael Punke, o cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu apresenta a epopeia do explorador Hugh Glass (1783-1833), interpretado por Leonardo DiCaprio(no papel que finalmente lhe rendeu um Oscar). Em meio a uma caçada, no ano de 1823, o comerciante de peles tem um encontro letal com um urso selvagem. Ferido, ele é traído por um companheiro de viagem, que o deixa sozinho para morrer. Contra as expectativas, contudo, Glass sobrevive e parte em busca de vingança.
(2019, 119 min. Drama, de Sam Mendes. Com George MacKay e Dean-Charles Chapman).
Aclamado por sua qualidade técnica, o drama de Sam Mendes foi gravado como se fosse um único plano-sequência, com cortes imperceptíveis ao público. Na história, em plena Primeira Guerra Mundial, dois soldados britânicos — Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) — recebem a missão de cruzar o território inimigo para impedir que o seu exército caia em uma emboscada e milhares de compatriotas morram.
(The Princess Bride, 1987, 87 min. Aventura/fantasia, de Rob Reiner. Com Robin Wrigt e Cary Elwes). Inspirado pelo livro de William Goldman, o filme de Rob Reiner se apoia no mesmo recurso da obra literária para entregar uma divertida paródia de contos de fadas e épicos de aventura: coloca o avô de um menino como o contador da história, que reinventa as linhas de um livro para entreter o neto doente. No centro da aventura estão Buttercup (Robin Wright) e Westley (Cary Elwes), que precisam enfrentar pântanos de fogo, duelos de espada e príncipes malignos para ficarem juntos.
(Silver Linings Playbook, 2012, 122 min. Comédia dramática/romance, de David O. Rusell. Com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert De Niro). Não é sempre que uma comédia romântica ganha destaque no Oscar. Mas foi o caso de O Lado Bom da Vida, de David O. Russell, que não apenas foi indicado em oito categorias, como rendeu a estatueta de melhor atriz para Jennifer Lawrence, então somente com 22 anos. Adaptação, com bastante liberdades, do livro de mesmo título de Matthew Quick, o filme narra o inusitado romance entre Pat (Bradley Cooper) e Tiffany (Lawrence), dois adultos às voltas com depressão e bipolaridade.
(Life of Brian, 1979, 94 min. Comédia, de Terry Jones. Com Graham Chapman, John Cleese e Michael Palin). As sátiras bíblicas não foram inventadas pelo Porta dos Fundos. Nos anos 1970, um dos mais famosos grupos de comediantes britânicos já tiravam sarro da jornada de Jesus Cristo em A Vida de Brian.
Assinado por Terry Jones, o filme narra a vida do personagem-título, um sujeito que nasceu no mesmo dia e cumpre saga semelhante à do suposto salvador. A crucificação final de Brian, inclusive, encenada como um musical, tornou-se um dos momentos mais emblemáticos do Monty Python.
(Hauru no ugoku shiro, 2004, 119 min. Animação/aventura, de Hayao Miyazaki). Um dos sucessos do emblemático Studio Ghibli, O Castelo Animado narra a aventura da jovem chapeleira sem ambições ou autoestima Sophie. Depois de um encontro fortuito com um belo feiticeiro, Howl, ela é amaldiçoada por uma bruxa, que a transforma em uma velha senhora.
Sophie abandona sua cidade e encontra um novo lar no Castelo Animado, que é justamente a casa do feiticeiro que a levou a ser amaldiçoada, mas ele não a reconhece. A protagonista acaba decidindo permanecer com Howl, como sua faxineira, mas logo cria laços muito mais profundos com o castelo e seus moradores.
(The Shawshank Redemption, 1994, 142 min. Drama, de Frank Darabont. Com Tim Robbins e Morgan Freeman). Inspirado no livro Rita Hayworth and Shawshank Redemption, de Stephen King, Um Sonho de Liberdade acompanha a história de um banqueiro (Tim Robbins) condenado injustamente pelo assassinato de sua esposa e do amante dela. Após anos na cadeia, ele se acostuma à vida na penitenciária e faz até amizades dentro do cárcere.
(1994, 142 min. Comédia dramática, de Robert Zemeckis. Com Tom Hanks e Robin Wright). Longa de Robert Zemeckis vencedor do Oscar de melhor filme, diretor e ator — para Tom Hanks. A trama acompanha 40 anos da história dos Estados Unidos pelos olhos de um homem que, mesmo com um QI abaixo da média, acaba convivendo com grandes personalidades e participando de episódios marcantes. Herói de guerra, magnata e profeta, ele não é inteligente, mas leva uma vida brilhante.
(The Pursuit of Happyness, 2006, 117 min. Drama biográfico, de Gabriele Muccino. Com Will e Jaden Smith). Filme de Gabriele Muccino, inspirado na história real de Chris Gardner, interpretado por Will Smith. A produção acompanha a odisseia de Chris, sempre ao lado do filho pequeno, para dar a volta por cima depois de perder o emprego, suas economias e até sua casa. Graças ao seu intelecto, perseverança e um cubo mágico, ele acaba ao final chegando ainda mais longe do que qualquer um teria imaginado.
(Fight Club, 1999, 139 min. Drama, de David Fincher. Com Brad Pitt e Edward Norton). Obra bastante cultuada da década de 1990, Clube da Luta, de David Fincher, aposta em críticas clichês ao capitalismo e um espírito anarquista que segue ressonando com o público. Delirante, a história acompanha a trajetória descendente de um funcionário de escritório (Edward Norton) deprimido e insone que, aos poucos, percebe que nada em sua vida faz muito sentido. A aproximação de um misterioso vendedor, Tyler Durden (Brad Pitt), transforma seu cotidiano e a fundação de um grupo de lutas clandestinas passa a ser sua válvula de escape.
(Murder Mistery, 2019, 97 min. Comédia policial, de Kyle Newacheck. Com Adam Sandler e Jennifer Aniston). Um romance de Agatha Christie adaptado em um típico filme de Adam Sandler: assim é Mistério no Mediterrâneo. Na trama, o ator interpreta um policial que tenta virar detetive — mas sempre é reprovado no teste — enquanto Jennifer Aniston vive sua esposa, uma cabeleireira. Durante as férias na Europa, o casal conhece um homem intrigante (Luke Evans, de A Bela e A Fera) que os convida para uma festa no seu luxuoso iate. Em alto-mar, um assassinato acontece e os dois norte-americanos se tornam os principais suspeitos.
(Jaws, 1975, 124 min. Aventura/suspense, de Steven Spielberg. Com Roy Scheider e Robert Shaw). O cineasta Steven Spielberg apresentou ao mundo o conceito de blockbuster comTubarão, que se tornou o primeiro filme a superar US$ 100 milhões em bilheteria. Na trama, após um tubarão gigantesco aterrorizar os banhistas de uma cidadezinha costeira dos Estados Unidos, deixando um rastro de mortes, três homens partem em seu encalço. A trilha sonora de John Williams (premiada com o Oscar) se encarrega de manter os nervos dos espectadores em alerta.
(2021, 120 min. Musical biográfico/drama, de Lin-Manuel Miranda. Com Andrew Garfield, Alexandra Shipp e Robin de Jesus). Estreia na direção de Lin-Manuel Miranda, criador do fenômeno da Broadway Hamilton, Tick, Tick… Boom! adapta o musical homônimo e autobiográfico de Jonathan Larson, globalmente conhecido por Rent. Interpretado por Andrew Garfield, em performance que rendeu a ele uma indicação ao Oscar, Jonathan passa boa parte da obra lutando para escrever um musical de sucesso, angustiado com a possibilidade de nunca alcançar o seu sonho.
(The Adam Project, 2022, 106 min. Ação/aventura/ficção científica, de Shawn Levy. Com Ryan Reynolds, Walker Scobell e Mark Ruffalo). Com um elenco de estrelas, o filme de Shawn Levy (de Uma Noite no Museu e Free Guy: Assumindo o Controle) abraça a ficção científica para narrar a história do piloto de combate do futuro Adam Reed (Ryan Reynolds). Após um acidente, ele viaja no tempo até os dias atuais e reencontra sua versão de 12 anos (Walker Scobell) e seu falecido pai (Mark Ruffalo), que o ajudam a salvar o futuro. Com participação de Jennifer Garner, Zoe Saldaña e Catherine Keener.
(Pride & Prejudice, 2005, 129 min. Romance histórico/drama, de Joe Wright. Com Keira Knightley e Matthew Macfadyen). Na Inglaterra do final do século 18, Elizabeth Bennet (Keira Knightley) é uma mulher singular para sua época. Mais reconhecida pela inteligência e respostas astutas do que por sua beleza, ela desperta a atenção do orgulhoso Fitzwilliam Darcy (Matthew Macfadyen). Determinada a odiá-lo, entretanto, a heroína precisa vencer seus preconceitos para reconhecer os verdadeiros méritos dele. Baseado no livro mais popular de Jane Austen, a adaptação de Joe Wright foi indicada em quatro categorias do Oscar: melhor atriz, trilha sonora original, figurino e direção de arte.
(The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, 2018, 124 min. Romance histórico/drama, de Mike Newell. Com Lily James e Glen Powell). Livros têm o poder de unir pessoas? No filme de Mike Newell, inspirado na obra de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, a resposta é sim. No período pós-Segunda Guerra Mundial, a escritora Juliet (Lily James) mantém uma curiosa correspondência com um desconhecido, interessado em literatura como ela. Ao descobrir mais sobre a misteriosa sociedade literária da qual ele faz parte, ela decide que esta é uma história que deseja contar e parte ao seu encontro.
Informações GZH
A vida acaba, mas a forma como se escolhe viver acaba perdurando para além do fim da existência terrena. Esse é um bom ponto a partir do qual se poderia começar uma das muitas discussões acerca de “Amigas Improváveis” (2019), da sino-canadense Aisling Chin-Yee.
Uma história protagonizada por mulheres (quatro), dirigida por uma mulher, e que, por óbvio, privilegia o olhar feminino sobre as relações e o mundo, pode ser tendenciosa — e o é em diversos momentos. Em defesa do trabalho de Chin-Yee pode se contra argumentar que produções em que a presença de homens é hegemônica também se prestam ao triste papel de libelo de comportamentos ultrapassados, malgrado muitos entre esses façam questão de ignorar que o processo de emancipação feminina é muito recente, por mais que grande parte das mulheres sempre tenha trabalhado, e não por gosto, não por terem gozado da oportunidade de, desde tenra idade, estudar, descobrir um campo do conhecimento que lhes despertasse um interesse maior qualquer e, por fim, conseguissem aperfeiçoar seus talentos nos bancos de uma universidade. Essa parcela da população feminina que se vira forçada a pegar no batente, muitas vezes ainda na aurora da vida, decerto não se sente em nada representada pelas protagonistas de “Amigas Improváveis”, cujo grande mérito é justamente esse: falar de um grupo social que também passa ao largo das estatísticas e do interesse sociológico.
A trama é protagonizada por quatro mulheres, mas gira em torno de um homem, mesmo que a única imagem que o espectador consiga elaborar a seu respeito seja um quadro na parede, na recepção que se segue ao seu funeral. Craig era o típico macho que, a pretexto de refazer a vida casando-se pela segunda vez, deixa um rastro de mágoa, aturdimentos, silêncios, e uma vez que essa nova união igualmente se acaba, agora pela morte, restam também assuntos muito mais áridos a se vencer e faturas muito menos subjetivas a se liquidar. De ambos os relacionamentos resultaram filhos, ou melhor, filhas, feliz ou infelizmente. Com Cami, vivida por Heather Graham, Craig teve Aster, de Sophie Nélisse; de seu segundo envolvimento mais sério, com a inconstante Rachel, uma performance louvável de Jodi Balfour, nascera Talulah, papel de Abigail Pniowsky, que certamente puxara a algum parente desconhecido, dadas sua tranquilidade e sensatez. Tudo leva a crer, à medida que a narrativa se adianta, que Craig nem sequer se dignara a esperar pelo divórcio de Cami para se envolver com Rachel.
O roteiro de Alanna Francis sublinha a imaturidade dessas mulheres, forçadas a desenvolver um modo mais prático de levar a vida, mas incapazes de reconhecerem-se responsáveis pelas escolhas que fizeram, não só vítimas da canalhice de um homem pretensamente amoroso. É muito mais simples sentir vergonha, contrabalançá-la com um sentimento de culpa que, ao menos num primeiro momento, fede a hipocrisia, e por fim, deixar tudo como sempre esteve, atribuindo à complexidade do problema um fumo denso de rancor e de ódio, mormente contra o defunto, que não vai dizer nada mesmo. Os laços de sangue entre Aster e Talulah, definidos por Craig, o garanhão sem freio, evidentemente também não lhes diz coisa alguma, e se tudo correr à luz da lógica, é recomendável a Aster esquecer de vez a meia-irmã mais nova, antes que ela também se torne adulta e reivindique seus acertos de contas. Rachel em breve não terá mais onde morar com a filha, uma vez que o companheiro deixara de honrar a hipoteca da casa há seis meses e logo tudo irá a leilão, ao passo que não consegue aceitar a oferta de Cami de se acomodar com a garota num dos quartos da mansão em que vive com Aster.
Francis pontua a todo momento a culpa, o incômodo de se ter de deparar com a gravidade das decisões erradas, que podem reverberar por muitos anos, sem se atentar sobre se ainda existe motivo para se viver tão mal. A “primeira esposa” não fora exatamente generosa ao fazer o convite e as expressões estudadamente calculadas de Graham dão ao público a sensação de que o que ela quer mesmo é provocar Rachel, testá-la, saber até que ponto é capaz de se curvar sem se partir ao meio, mesmo chegando bem próximo disso. São abordagens cruéis para uma questão que fere as quatro, umas mais que outras.
A tal sororidade, a irmandade entre mulheres, só começa a ter alguma chance passada mais da metade de “Amigas Improváveis”. A guerra de nervos travada entre Cami e Rachel — mais precisamente de Cami contra Rachel — é o que pode haver de mais contraditório e de mais comovente no enredo. Aos poucos, de suas diferenças, nasce um sentimento qualquer que passa a uni-las, como se de súbito fosse removida uma montanha de concreto que as separava e elas entendessem, por fim, que sempre estiveram no mesmo lugar, ainda que em campos, vá lá, opostos. Graham e Balfour apresentam-se em grande forma, uma contribuindo para que a outra se destaque na hora certa, mas é impossível não mencionar a aproximação das meias-irmãs Aster e Talulah, que se livram daquilo que restava quanto a se tornarem, verdadeiramente amigas, e se gostarem como tal, a despeito de serem filhas do mesmo homem. Nem sempre o sangue fala mais alto. E que bom que seja assim.
Filme: Amigas Improváveis
Direção: Aisling Chin-Yee
Ano: 2019
Gêneros: Drama
Nota: 9/10
Informações Revista Bula
O crítico de arte Roger Scruton (1944-2020), reconhecia, por óbvio, a importância das máquinas para o desenvolvimento do gênero humano, ávido por todas as vontades e com todos os apetites a saciar. Contudo, o britânico também sempre esteve muito atento para a verdade insofismável que atesta que com a evolução cada dia mais certa de mecanismos de toda ordem, prontos a submeter o homem a ultrajes os mais humilhantes e quiçá até mesmo subjugá-lo, a pior das consequências foi ver a beleza sendo relegada ao papel de mera coadjuvante, sufocada pelas economias de mercado que emporcalham tudo quanto tocam e decretam que tudo pode ser belo e, sacrilégio dos sacrilégios, tudo pode ser arte. Com os meios de produção operando mediante dispositivos automatizados, o mundo ia perdendo muito de sua ingenuidade, sua ternura e, por conseguinte, seu sentimento do belo, daí a arte não poder jamais prescindir da estrita observação de todos os paradigmas canônicos no que concerne ao requinte estético. Como o suicídio, segundo o sociólogo francês Emile Durkheim (1858-1917), é a única questão que importa na vida, dada sua complexidade dos pontos de vista sociológico, metafísico e religioso, basta que nos mantenhamos longe, bem longe da perdição do homem do capital e nos ponhamos frente a frente de nossos tantos dilemas inescapáveis. Quiçá a beleza seja o maior deles.
Máquinas se sobrepõem a homens, que se sobrepõem entre si, se magoam, se ferem e se matam. Duas vidas em pedaços, unidas por um fio de beleza, se projetam em “O Solista” (2009), em que o diretor Joe Wright se esmera por contar a história de dois homens à procura de uma reconexão qualquer com o que foram um dia, em busca do tempo e da beleza perdidos. Wright enxerta em seu filme as entradas quase imperceptíveis com que prepara o terreno para circunvoluções sobre temas que marcam o roteiro de Susannah Grant. Amor, desamor, ódio e, principalmente, indiferença, loucura, caos e morte são uma constante na narrativa, oscilando de um para o outro protagonista, sem prejuízo da inteligibilidade da história, baseado no livro homônimo do jornalista americano Steve Lopez.
Loucos são loucos sem a permissão ou ainda a interferência de quem quer que seja. Talvez um dos aspectos mais cruéis das psicopatologias é sua vastidão: existe uma infinidade de jeitos de se contrariar o padrão, todos mais ou menos capazes de se moldar à personalidade de quem desejam parasitar. No caso de Nathaniel Ayers, a esquizofrenia tem boa dose de responsabilidade quanto a tê-lo feito um raro talento ao violino. Para ser preciso, o que ele toca é, na verdade, um instrumento assemelhado ao violino: alquebrado pelos anos, seu onipresente companheiro conta com apenas duas cordas, ele, por óbvio, já ouviu falar de Beethoven, mas tem um repertório limitadíssimo — a sequência em que Nathaniel executa um mesmo trecho de uma peça erudita estarrece, primeiro pelo incômodo sonoro em si, mas logo em seguida, antes ainda que a câmera mire seu outro alvo no decorrer de 116 minutos de projeção, se pode concluir que aqui o desconforto é um estado de espírito, tanto num como no outro.
Jamie Foxx dá show na pele de Nathaniel, acompanhado cabeça a cabeça por um Robert Downey Jr. irretocável num papel dramático, sobre os quais ele não tem se debruçado, lamentavelmente. Sua interpretação de Steve Lopez, colunista do “Los Angeles Times”, complementa o personagem de Foxx, tanto no que o artista de rua tem de bom como (e ainda mais) na melancolia essencial que define Nathaniel. Ao primeiro encontro dos dois, numa construção abandonada, seguem-se muitos outros, ocasiões em que o personagem de Downey Jr., a muito custo, vai conseguindo desarmar a reserva do outro, não mero capricho ou uma birra inconsequente, mas o mecanismo que lhe facultou chegar a certa altura da vida gozando de toda a liberdade — inclusive para continuar morando sob marquises e entre colunas de viadutos, absorvendo os ruídos e a alma da diabólica Cidade dos Anjos que o ignora. Lopez, por sua vez, é um dos melhores profissionais de imprensa da América, mas um desastre na vida pessoal, como atesta seu relacionamento com a colega e ex-mulher Mary Weston, da notável Catherine Keener.
Wright é habilidoso quanto a passar a bola de Nathaniel para Lopez, sedimentando a instabilidade emocional de sua dupla de personagens centrais ao passo que sugere os caminhos que um e outro devem tomar em sua jornada de mudança de vida. Mais que um filme sobre a solidão patológica e seu desdobramento imediato e certo, a loucura, “O Solista” é um libelo em favor da sabedoria. A vida só faz algum sentido se for mesmo um eterno vir a ser.
Filme: O Solista
Direção: Joe Wright
Ano: 2009
Gêneros: Musical/Drama
Nota: 8/10
Setembro chegou e a Netflix começa o mês com alguns lançamentos bem quentes em seu catálogo. Depois de um agosto marcado pela fantasia do sonhar em Sandman, chegou a hora de voltarmos nossas atenções para histórias mais mundanas e igualmente interessantes.
O grande destaque dessa primeira semana de novidades da Netflix no mês é justamente O Demônio em Ohio, nova minissérie de suspense que promete deixar todo mundo tenso na frente da TV. Embora o nome não diga muita coisa, a produção combina tudo aquilo que a gente gosta de ver em grandes histórias: um bom mistério, personagens com passados obscuros e uma seita maluca espalhando o terror em uma cidadezinha no meio do nada. E o pior: baseada em uma história real. Por isso mesmo, é uma das grandes estreias do mês.
Mas se você quer algo mais leve, a comédia romântica Amor em Verona é o que você deve assistir. Seguindo a velha fórmula de “jovem americana vai para a Europa e, sem querer, encontra um homem charmoso para se apaixonar”, o longa aposta no que há de melhor da história água com açúcar para desopilar o fígado em tempos tão tensos.
Nessa mesma pegada, o nacional Vizinhos traz Leandro Hassum vivendo um estressado homem que deixa a cidade grande para buscar uma vida tranquila no interior. O que ele não esperava era encontrar uma vizinhança tão desordeira e caótica. Ao melhor estilo Denis, O Pimentinha, é o tipo de humor que você já conhece bem e que é sucesso por aqui.
E é claro que os lançamentos da semana na Netflix não se resumem apenas a essas produções e há muitos outros filmes e séries recém-adicionados ao catálogo apenas esperando o seu play. Afinal, essa maratona não vai começar sozinha.
Informações Canal Tech
A Netflix tem tanta variedade no catálogo, que dificilmente você irá sair do aplicativo sem assistir alguma coisa. A prova disso, é que ela é a plataforma mais popular do mundo, com mais de 220 milhões de assinantes globo afora. O acervo passa por constantes transformações, levando conteúdo novo para as pessoas semanalmente. Por isso, a Revista Bula traz uma lista com os melhores filmes para você assistir neste momento. Nunca se sabe quando um título irá chegar ou deixar o catálogo, por isso, nunca deixe para ver amanhã o que você assistir agora. Destaques para “Passei por Aqui”, de 2022, de Babak Anvari; “Um Marido Fiel”, de 2022, de Barbara Topsøe-Rothenborg; e “Como Seria se…?”, de 2022, de Wanuri Kahiu. Os títulos disponíveis na Netflix estão organizados de acordo com o ano de lançamento e não seguem critérios classificatórios.
Passei por Aqui (2022), Babak Anvari
Dois grafiteiros, Toby e Jay, invadem casas de pessoas muito ricas e deixam a mensagem “Passei por aqui” em suas paredes. É uma forma de dizerem a eles que, apesar de ricos, não são invencíveis. Toby mora com sua mãe, Lizzie, e eles vivem uma relação conturbada. Toby é jovem pseudo-rebelde, emo e misógino. Logo ele e Jay também passarão a ter atritos, quando a personalidade de Toby bater de frente com os objetivos de Jay, que está prestes a ter um filho com a namorada, Naz. Toby acaba invadindo a casa de um ex-juiz sozinho e descobre que o homem guarda muitos segredos obscuros.
Um Marido Fiel (2022), Barbara Topsøe-Rothenborg
Christian e o Leonara são, aparentemente, um casal perfeito. Eles têm um filho que acabou de se curar de uma doença grave e agora o futuro parece brilhante novamente. Durante uma festa da empresa de Christian, Leonara vê o marido com uma moça mais jovem e pressente que ele irá deixá-la. Se sentindo injustiçada, já que Leonara sacrificou sua carreira e desistiu de tudo para cuidar do filho doente e de sua família, ela decide tomar medidas extremas contra Christian. Mas ele também tem planos misteriosos contra a esposa.
Como Seria se…? (2022), Wanuri Kahiu
Logo antes de se formar na faculdade, Natalie fica dividida entre duas realidades paralelas: na primeira, ela fica grávida e continua morando em sua cidade natal. Na segunda, ela se muda para Los Angeles. Mas uma coisa é certa: nas duas realidades, Natalie vive amores marcantes, corre atrás do sucesso como artista e segue em frente em uma jornada para descobrir quem realmente é.
De Férias da Família (2022), John Hamburg
Sonny é um pai completamente dedicado, que passa o tempo todo em casa cuidando dos filhos. Quando seu melhor amigo Huck o convida para sua festa de 44 anos, Sonny é incentivado pela esposa a ir e de que ele precisa tirar um tempo para si mesmo. Mas Sonny não tem ideia das loucuras que o aguardam quando ele entra no ônibus da festa com Huck e seus amigos.
Dupla Jornada (2022), J.J. Perry
Bud Jablonski é um pai trabalhador que só quer dar uma vida tranquila para sua filha. Seu trabalho como limpador de piscinas de em San Francisco Valley, entretanto, não passa de fachada para sua verdadeira fonte de renda. Ele é um caçador de vampiros que integra a União Internacional de Caçadores de Vampiros.
1917 (2019), Sam Mendes
Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917, dois soldados da Inglaterra, Schofield e Blake, são designados para entregar uma mensagem urgente para um batalhão próximo. Em seu esforço para salvar 1.600 vidas, eles devem atravessar o território inimigo.
Herança de Sangue (2016), Jean-François Richet
John é um ex-presidiário em liberdade condicional tentando ficar afastado de problemas, mas quando sua filha, Lydia, liga pedindo ajuda, ele não consegue recusar. Ele pega a estrada para encontrá-la. Lydia se envolveu com um cartel de drogas, após se relacionar com um traficante, Jonah. Viciada e em apuros depois que um dos trabalhos do namorado dá errado, agora ela só tem ao pai para defendê-la.
Moonrise Kingdom (2012), Wes Anderson
Suzy e Sam se apaixonaram instantaneamente. Os pais de Suzy pensam que ela é uma criança problemática. Sam vive com os pais adotivos que não ligam muito para ele. Mas eles encontram um no outro sua alma gêmea. Um ano depois, eles decidem fugir para um recôncavo na costa do mar que batizam de Monrise Kingdom. A situação desencadeia um grupo de busca para encontrá-los, que inclui os pais de Susan, um chefe de polícia e um líder de escoteiros.
Repo Men: O Resgate de Órgãos (2010), Miguel Sapochnik
Remy é um hábil agiota de uma grande empresa que fornece partes e órgãos artificiais do corpo para pessoas que precisam deles. Se os clientes não pagam suas contas, Remy recupera violentamente os órgãos, mesmo que isso custe a vida dos clientes. Quando ele sofre um acidente e precisa de um novo coração, ele consegue o transplante pela empresa, mas não consegue pagar a dívida. Então, Remy resgata uma cantora viciada em drogas, Beth, e ela o ajuda a realizar o plano de desligar os computadores da empresa e resetar a lista de devedores. Enquanto isso, Jake, colega de Remy, foi designado a reaver seu coração.
Um Homem Misterioso (2010), Anton Corbijn
Edward é um artesão de armas de fogo e assassino de aluguel que se cansou de seu estilo de vida solitário. Agora, ele anseia estar próximo de pessoas e ter com quem se importar. No entanto, um grupo de criminosos perigosos vêm à sua procura na Suécia, destruindo seu idílio e assassinando sua namorada. Edward foge para a área rural da Itália, onde faz amizade com um padre e uma prostituta, mas logo ele terá de realizar um último trabalho.
O cinema não foi criado para ser uma arte, mas para ser um entretenimento. No entanto, artistas se apossaram do meio para criar obras-primas que marcaram gerações, revolucionaram o mundo e se eternizaram na memória popular. Nesta lista, a Revista Bula incluiu 10 dos 50 filmes ranqueados pelo Metacritic como os melhores longas-metragens de todos os tempos. Se você ainda não conferiu alguns destes títulos, indicamos fortemente que assista. Essas produções são faróis que iluminaram a cinematografia e inspiraram e inspiram cineastas dos mais novos aos mais renomados. Destaques para “Luzes da Cidade”, de 1931, de Charlie Chaplin; “Cantando na Chuva”, de 1952, de Stanley Donen e Gene Kelly; e “Interlúdio”, de 1947, de Alfred Hitchcock. Os títulos estão organizados de acordo com o ranking do Metacritic, da décima à primeira posição.
O Poderoso Chefão (1972), Francis Ford Coppola
Vito Corleone é um imigrante italiano nos Estados Unidos que conseguiu ascender na vida graças ao seu ambicioso instinto criminoso. Após anos no poder de sua família, o patriarca se vê impossibilitado de permanecer como cabeça, quando um ataque de outra gangue deixa sua saúde debilitada. Michael, o filho mais novo e veterano de guerra, por quem o pai tinha planos de uma vida longe do crime, é o único suficientemente inteligente para assumir a posição de Vito e liderar o conflito contra outros mafiosos.
Cidadão Kane (1941), Orson Welles
Charles Foster Kane era um menino pobre que conseguiu ascender na vida como um magnata do jornalismo. Sempre preocupado em ser adorado, Kane morre sem realmente receber o amor das pessoas. Sua última palavra antes de morrer é “Rosebud”, que ninguém sabe o que significa. O jornalista Jerry Thompson está determinado a descobrir o sentido da palavra e, para isso, realiza um documentário onde entrevista pessoas próximas de Kane que possam ajudar a solucionar o enigma.
Janela Indiscreta (1954), Alfred Hitchcock
Neste filme, o fotógrafo L.B. Jeffries sofre um acidente e fica imobilizado. Entediado, Jeffries usa sua câmera com lente teleobjetiva para bisbilhotar a casa dos vizinhos. Pela janela, ele assiste às vidas alheias, até que um dia ele se convence de que testemunhou um assassinato.
Casablanca (1942), Michael Curtiz
Rick Blaine é um americano sarcástico, dono de um bar em Casablanca, no Marrocos. O local é constantemente usado para esconder alguns refugiados que tentam escapar do nazismo. Entre eles, Victor Laszlo, líder da resistência tcheca e procurado pelo major da SS, Strasser, que está fazendo pressão sobre Rick. Victor chega a Casablanca acompanhado de sua esposa, Ilsa, que coincidentemente tem uma história com o americano. Eles tiveram um caso de amor no passado, o qual Rick jamais superou. Ele terá de escolher entre salvar o marido do amor de sua vida ou entregá-lo aos alemães.
Boyhood: Da Infância à Juventude (2014), Richard Linklater
No decorrer de 12 anos, o filme acompanha a infância de Mason e sua relação de amizade e brigas com a irmã. Também como enfrentou a separação dos pais e como passou sua vida como uma criança comum nos Estados Unidos. O filme é uma experiência inovadora que levou mais de uma década para ser gravado e faz uma reflexão sobre a vida, o tempo, a família e o amor.
A Fraternidade é Vermelha (1994), Krzysztof Kieslowski
Valentine é uma estudante universitária que trabalha como modelo. Um dia, no caminho para casa, ela atropela uma cadela chamada Rita. Ao rastrear o dono para devolvê-la, descobre que ele é um juiz chamado Joseph Kern, que não está interessado na saúde do animal. Valentine decide leva-la ao veterinário e descobre que Rita está prenha. Em casa, a estudante recebe um envelope com dinheiro e, ao reencontrar Kern, ele revela que enviou o dinheiro para arcar com as despesas do animal e que ele quer que Valentine fique com a cadela. Kern também revela a Valentine que escuta conversas particulares de vizinhos pelo telefone e sabe de todos os seus segredos. Apesar de achar imoral, Valentine acaba escutando algumas conversas também e os dois desenvolvem uma estranha amizade.
Um Corpo que Cai (1958), Alfred Hitchcock
Após seu parceiro policial cair de um telhado durante uma perseguição, o investigador John Scottie Ferguson se aposenta e desenvolve fobia de altura. Um amigo de longa data pede a Scottie que ele investigue sua esposa, alegando que ela tem tido um comportamento suspeito e que seu estado mental não tem sido normal. Madeleine, a esposa do amigo, vai até a baía e salta para a morte, mas é resgatada por Scottie. No dia seguinte, ela o encontra para lhe dar uma carta de agradecimento. Os dois passam o dia juntos e acabam desenvolvendo um romance.
Interlúdio (1946), Alfred Hitchcock
Após a Segunda Guerra Mundial, Alicia Huberman, filha americana de um espião nazista condenado é recrutada pelo governo para se infiltrar em uma organização nazista refugiada no Brasil. Enquanto aguarda detalhes de sua missão no Rio de Janeiro, ela se apaixona pelo agente secreto Devlin. No entanto, a missão envolve que ela seduza Alex Sebastian, um ex-colega de seu pai. Devlin tenta convencer seus superiores de que Alicia não é adequada para a missão, mas Sebastian já está apaixonado por ela. Alicia se casa com o investigado e, com ajuda de Devlin, descobre que o marido guarda urânio em garrafas de vinho no porão. Enquanto investigam, Alicia e Devlin se envolvem romanticamente.
Cantando na Chuva (1952), Stanley Donen e Gene Kelly
Don Lockwood e Lina Lamont são estrelas do cinema mudo que não se suportam, embora o estúdio os vincule romanticamente como estratégia de marketing. Uma noite, quando Lockwood é perseguido por fãs, ele salta para dentro de um carro dirigido pela bela Kathy Selden, uma atriz de teatro. Após alguns reencontros, eles se apaixonam, deixando Lina enciumada. Para piorar, o cinema passa por uma transição do mudo para o falado e Kathy é escolhida para dublar Lina em um filme, a deixando furiosa.
Luzes da Cidade (1931), Charlie Chaplin
O Vagabundo é confundido com um homem rico ao ajudar uma bela garota cega, por quem se apaixona. Ele também salva a vida de um bêbado, que lhe dá dinheiro para comprar flores para a garota, e diz que será eternamente seu amigo. O Vagabundo dá as flores para a amada, que cria altas expectativas sobre ele, mas continua enganada sobre quem ele é. Então, ao procurar ajuda do amigo bêbado, que agora está sóbrio, o Vagabundo não é mais reconhecido. Então ele se dá conta de que precisa contar a verdade sobre quem realmente é para a garota que ama e trabalhar duro para conseguir pagar pela cirurgia que a ajudará a enxergar.
Informações Revista Bula
Não há ninguém no mundo que nunca tenha pensado haver nascido no tempo errado, no lugar menos propício, sob condições injustamente adversas e das pessoas mais inadequadas. Esses pensamentos torturam a alma e o corpo de muita gente às vezes por tempo demais — até por uma vida inteira — e não existe tanto assim a ser feito: se o indivíduo não resolve pegar o bicho feio chamado destino pelos chifres, arrastá-lo até pastagens seguras e domá-lo de uma vez por todas podem transcorrer anos, quiçá décadas, para que se tenha alguma ilusão quanto a se vencer a mais cruenta das guerras. Enquanto não se chega a esse termo, alguma coisa parece restar sempre por ser concluída, feito o alvorecer num dia sem sol, como se a noite não tivesse mais fim, prolongada pelo canto mavioso e sinistro dos pássaros madrugadores. Há quem resolva o enigma, há quem se feche para a vida e morra para tudo o mais que levanta e derruba o mundo, mas também existem os que passam por cima de uma tristeza impendente e renovam suas forças com a ajuda de um mecanismo admiravelmente imperfeito.
Um casal nada comum dá a “De Férias da Família” (2022) a profundidade que poucas comédias ditas banais, os tais besteiróis, alcançam. O diretor John Hamburg resolve abordar desilusões, sonhos frustrados, sonhos por deixar o limbo e emergir à superfície do real e, claro, o amor, onipresente nas relações humanas mais vigorosas e transformadoras, valendo-se de um núcleo familiar nada óbvio, e também por isso memorável, capaz de despertar a simpatia de públicos heterogêneos. Grande parte do mérito do filme de Hamburg se deve ao desempenho particularmente dedicado do protagonista. Kevin Hart é o homem certo para o papel certo e faz de Sonny Fisher um personagem memorável, guardadas as devidas proporções. “De Férias da Família” é uma produção assumidamente modesta, e é essa mesma a sua força. O diretor encaminha seu roteiro de modo a dar oportunidade a que todo o elenco, composto maciçamente de negros e latinos, tenha sua vez, o que imprime ainda mais fluidez aos enxutos 104 minutos. Tempo que não sobra nem falta para se contar uma boa história.
Sonny é pai, mas não chefe de família, posto que cabe a Maya, a arquiteta bem-sucedida interpretada por Regina Hall — e nunca houve nenhum problema entre eles por essa razão. O abismo que os separa, deslindado com cautela por Hamburg, diz respeito a uma certa resistência do personagem central em amadurecer. Dono de um carisma magnético, Hart consegue fazer vir à tona alguns aspectos estimulantes em Sonny. Ao passo que assume a nobilíssima função de educar e assistir aos filhos, Dashiell e Ava, de Che Tafari e Amentii Sledge, ele também mete os pés pelas mãos ao querer se mostrar sempre solícito aos amigos, em especial Huck Dembo, que conhece desde tenra idade. Prestes a completar 44 anos, o tipo um tanto marginal vivido por Mark Wahlberg faz questão de contar com a presença do companheiro de toda a vida. Sonny continua a querer-lhe bem, mas os rumos que cada um escolheu tomar faz com que o protagonista verbalize com todos os esses e erres que não tem mais energia — e nem vontade — de despender uma noite de bebedeira (e outras farras) acompanhado de gente recém-saída da adolescência. Uma boa reviravolta na trama acaba garantindo que compareça à pândega e reviva tempos que se supunha mortos, como os que registra a abertura do longa, quinze anos atrás no deserto de Utah, oeste dos Estados Unidos.
Hamburg entulha o filme de uma pletora de subtramas, todas anticlimáticas em maior ou menor proporção e bastante duras de engolir. À participação de Luis Gerardo Méndez como Armando, espécie de guru do capitalismo que se aproxima de Maya e desperta a fúria ciumenta de Sonny, juntam-se as figuras de Thelma, personificada por Ilia Isorelys Paulino, e Stan, de Jimmy O. Yang, em extremos opostos, mas que vibram no mesmo diapasão: poluir o enredo de passagens escatológicas, sempre dispensáveis. Nesse particular, a atuação de Méndez ganha destaque graças a nuanças menos chapadas de seu personagem, um ricaço mulherengo e solitário.
Esse pecado de “De Férias da Família” — sempre pelo excesso, nunca pela falta — é até capaz de se constituir um capital do trabalho de Hamburg, responsável por outros filmes de escopo semelhante, qual seja, fazer com que a plateia simplesmente esqueça da vida. E nada como, de quando em quando, imaginar que todos os problemas da nossa patética existência se resolvem com um besteirol tolinho, como numa das finadas matinês de antanho.
Filme: De Férias da Família
Direção: John Hamburg
Ano: 2022
Gêneros: Comédia
Nota: 8/10
Informações Revista Bula