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A reforma tributária aprovada recentemente pelo Congresso Nacional propunha uma alíquota padrão de 26,5% para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). No entanto, cálculos preliminares do Governo Lula indicam que a alíquota pode ser maior, chegando a 28%. Essa modificação ainda não é definitiva e será oficialmente anunciada pelo Ministério da Fazenda nas próximas semanas.
A alíquota padrão do IVA será aplicada a uma ampla gama de itens de consumo que não estão incluídos nas “regras especiais” da reforma. Produtos que têm alíquotas diferenciadas também podem ser afetados, visto que em muitos casos, essas alíquotas são baseadas na alíquota padrão. O aumento do imposto geral, portanto, resultaria em um aumento proporcional das taxas específicas.
A necessidade de ajustar a alíquota padrão para compensar um número maior de exceções é uma questão central da reforma. O texto da regulamentação sugere um teto de 26,5%, mas este limite pode ser ultrapassado, precisando de uma nova aprovação do Congresso Nacional para correções. No Senado, Eduardo Braga (MDB-AM) espera o cálculo final do Ministério da Fazenda para definir a medida final.
Um dos principais fatores para a possível elevação da alíquota foi a inclusão de carne como produto com tributação zero. Essa adição, apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não estava na proposta inicial do Ministério da Fazenda e elevou a alíquota padrão em cerca de 0,53 ponto percentual. Médicos e farmacêuticos também observaram um corte de 60% nos impostos para medicamentos registrados na Anvisa, resultando em um aumento adicional na alíquota padrão.
Se a alíquota padrão do IVA alcançar os 28%, o Brasil poderá sobrepujar a Hungria e liderar a lista dos países com maiores impostos sobre consumo. Atualmente, a Hungria tem uma taxação de 27%, enquanto os Estados Unidos possuem uma taxa significativamente menor de 7,4%. Essa mudança impactará diretamente diversos setores econômicos e os consumidores.
Empresas de serviços de grande porte, que estão fora do regime do Simples Nacional, temem que a alta carga tributária acabe sendo transferida para os preços dos produtos e serviços. O setor imobiliário também prevê um aumento de custos, refletindo nos preços das casas próprias e alugueis, contrariamente às afirmações do Ministério da Fazenda.
Embora a reforma busque simplificar o atual sistema tributário, que é visto como complexo e pouco transparente, há uma preocupação de que a redistribuição da carga tributária entre setores econômicos acabe prejudicando tanto empresas quanto consumidores. A atenção crescente às mudanças no IVA e seus efeitos revela a importância de um debate aprofundado sobre as implicações dessa reforma no dia-a-dia da população brasileira.
Informações TBN