Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, país tem mais de 5 milhões de casos prováveis. Estado de São Paulo concentra o maior número de óbitos.
O Aedes aegypti visto através de microscópio eletrônico na Fiocruz Pernambuco, no Recife. — Foto: AP Photo/Felipe Dana
O Brasil registrou 3 mil mortes confirmadas por dengue em 2024, o que equivale a pouco mais de 20 mortes por dia desde o começo do ano. No mesmo período do ano passado (até a semana 20), o país tinha 867 óbitos.
Este é o maior número desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anterior de óbitos ocorreu em 2023, com 1.179. Já o terceiro ano com maior número foi 2022 com 1.053.
Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou, nas primeiras vinte semanas deste ano, as seguintes taxas relativas à doença:
Em fevereiro, a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou que a estimativa do Ministério da Saúde era de que o país registrasse, neste ano, 4,2 milhões de casos. Mesmo antes do fim do 1º semestre, esse número já foi batido.
O estado de São Paulo concentra o maior número de mortes (805), seguido por Minas Gerais (519), Paraná (367) e Distrito Federal (365). Na outra ponta, Acre e Roraima não registraram nenhum óbito por dengue este ano.
Dados do setor privado indicam que o atual impacto do surto vai continuar no mês de junho. Segundo análise do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados de cerca de 500 mil exames diagnósticos feitos entre maio de 2022 e maio de 2024 nos laboratórios Fleury, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein e Sabin, a positividade de testes para dengue atingiu o patamar mais elevado dos últimos dois anos.
Positividade de testes de dengue — Foto: ITpS/Divulgação
O percentual de resultados positivos foi de 34,5% na Semana Epidemiológica 19, de 5 a 11 de maio. No mesmo período de 2023 a positividade estava em 26% e em 2022, 20,5%.
“Diante dos patamares recordes de positividade reportados, superiores a 35% em alguns estados brasileiros e em diferentes faixas etárias, os surtos de dengue que observamos hoje no país ainda serão motivo de atenção ao longo do mês de junho”, aponta o virologista Anderson Brito, pesquisador do ITpS.
Drauzio Varella fala dos sintomas, cuidados e sinais de alerta
A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses. O vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença.
No último informe do Ministério da Saúde, três sorotipos estão com circulação simultânea no país, com mais ênfase para os sorotipos 1 e 2.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque ela pode ser infectada com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, ela passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico.
Dengue: veja o que é a doença e quais são os seus sintomas — Foto: Arte g1/Dhara Assis
Informações G1