A CNN conversou neste sábado (23) com o presidente do conselho estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), Percival Maricato, sobre as restrições impostas pelo governo de São Paulo com a premissa de frear o aumento do número de casos de Covid-19. Maricato destacou a ocorrência de falências no setor e defendeu que os restaurantes estão seguindo todos os protocolos de segurança e, por isso, não são os causadores da maior incidência da doença. “Quando se vai a um restaurante, as pessoas se sentam distantes umas das outras, elas têm a temperatura tomada, elas têm álcool em gel. Há uma limpeza diária de todos os equipamentos”.
Ele, no entanto, fez uma ressalva sobre os estabelecimentos que não estão seguindo as regras sanitárias e disse ser favorável à penalização nestes casos. Segundo Maricato, a generalização está intensificando o número de desempregados. “Existem sim, bares que não cumprem um protocolo, nós somos inteiramente a favor da penalização. Não dá para penalizar um setor de pequenos empresários, que são dezenas de milhares, e que estão quebrando a média de 300 por dia. Deixando, então, cerca de 2 mil famílias sem emprego, sem ganha-pão, por dia. É quase uma Ford por semana”, disse, lembrando a saída da montadora do Brasil.
Comparando o período pré-pandemia com o momento atual, segundo o presidente da Abrasel-SP, 30% dos bares e restaurantes já fecharam as portas porque faliram. “Se persistir estas restrições, não teremos nem 20% aberto daqui a três, quatro meses, porque não é possível uma empresa viver com tanta insegurança, restrições e tantas despesas. Porque você tem despesa, mesmo fechado, você tem despesa do aluguel, do IPTU, de uma porção de funcionários. Então, quer dizer, não vai sobrar nada mesmo, vai ser uma extinção da gastronomia e dos bares de São Paulo que vai ser difícil depois, vai levar uma década para você reerguer”.
Informações CNN Brasil