O aumento da temperatura na Nicarágua fez com que a ONG Portas Abertas, que mapeia a perseguição a cristãos no mundo, inserisse o país na lista de nações em observação — uma etapa antes de entrar para a Lista Mundial da Perseguição, que elenca 50 países onde a perseguição é mais acentuada. “A igreja, que tradicionalmente se opõe a regimes de força, tornou-se alvo do regime por acolher os manifestantes”, constatou Marco Cruz, presidente da Portas Abertas.
Nas redes sociais, internautas fizeram um paralelo com as manifestações no Chile, em 2020, quando extremistas de esquerda queimaram duas igrejas católicas na capital, Santiago. Francisco Borba, professor universitário e coordenador de projetos do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, afirma que, embora pareçam semelhantes à primeira vista, as situações são distintas, visto que, na Nicarágua, a queda de braço entre Igreja e governo ocorre há algum tempo. “Muitas pessoas que estavam na manifestação do Chile nem sequer sabiam o que estavam fazendo lá”, disse o especialista, ao mencionar que o país não tem histórico acentuado de perseguição. “Na Nicarágua, a indisposição do governo com os cristãos é mais clara e ocorre há mais tempo. Os dois lados sabem o que um pensa sobre o outro.”
Informações Revista Oeste