Por Joilton Freitas
A luz artificial da lâmpada exerce um poder de atração irresistível sobre a mariposa. Culpa da natureza que a fez nessa condição. Eu não sei ao certo por que isso acontece. Por que exatamente a lâmpada e, não a luz, tem esse poder sobre esse tipo de inseto?
Se a lâmpada exerce esse fascínio sobre a mariposa, o mesmo acontece com o poder sobre os humanos. Pelo menos para a maioria da raça humana, que caminha com passos de formiga e sem vontade.
O poder é tão atraente, que até quem odeia quem está no comando central, quer participar dele. Nem que seja por poucos dias. Ninguém vai para o poder pensando em roubar. Alguns, sucumbem ao canto da sereia depois que sentem o sabor do poder e aí que vem a corrupção. As pessoas buscam o poder por vaidade, simples assim.
Veja o que aconteceu com Sérgio Moro, juiz federal com uma carreira brilhante. Deixou tudo para trás para se aventurar como ministro de Bolsonaro. Um homem que ele não conhecia e não tinha a mínima noção do seu temperamento na intimidade. E que, na verdade, secretamente desprezava. Isso fica evidente no vídeo divulgado pelo presidente depois da sua saída da pasta da Justiça. Bolsonaro, ainda deputado, foi cumprimentá-lo no saguão do aeroporto de Brasília, Moro o deixou com a mão estendida.
Mas a médica Ludhmila Hajjar é um caso quase que patológico pelo poder. Médica renomada do Sírio-Libanês, ela não resistiu à atração exercida pelo poder. O foco era o cargo de Ministra da Saúde no lugar de Pazuello. Seria mais um caso de amor pelo poder, não fosse o desprezo que Ludhmila reserva ao presidente. Ela foi para reunião de entrevista com o chefe do Executivo em busca do cargo. E logo depois da sua saída, o presidente recebe um áudio da pretensa ministra. Nele, a médica mostra toda a sua ojeriza ao presidente. O mínimo que ela o chamou foi de psicopata. Por isso, a médica foi descartada.
Mas Hajjar não se fez de rogada. Saiu contando o tipo de conversa que teve na reunião com Bolsonaro e alegou que foi ela quem não aceitou o cargo.
Se ela não queria ser ministra. Por que foi para a reunião de emprego com um homem que ela despreza?
Sorte do presidente. A julgar pelo seu comportamento, a vida dela na Esplanada dos Ministérios seria bem curta. E o pior: sairia atirando. Como a mariposa que tenta agarrar a lâmpada sem conseguir, Ludhmila também não deu o bote no coelho esperto que se tornou Bolsonaro.