A Justiça Eleitoral está investigando candidatos que não tiveram nenhum voto, nas últimas eleições para vereador, informa Cadmiel Pereira (DEM). Em debate nesta segunda (14) com vários colegas sobre as denúncias que circulam sobre possíveis irregularidades no último pleito em Feira de Santana, ele defendeu uma rigorosa apuração sobre supostos “laranjas” – suspeita que recai sobre concorrentes que, ao final da contagem nas urnas, apresentaram zero voto.
“Como pode o candidato não receber nem o próprio voto? Isso é digno de ação judicial, pois é uma fraude”, disse ele. Cadmiel, que não obteve a reeleição para o seu segundo mandato, reforçou pronunciamentos de vereadores que reclamam do fim da coligação proporcional, medida implantada pela Câmara Federal e colocada em prática na recente eleição – cada partido teve chapa própria, sendo impedido de fazer aliança na disputa por vaga no Legislativo.
“Essa mudança prejudicou a todos, mas principalmente aos vereadores candidatos à reeleição que têm trabalho.”
Bem votado na eleição de 2016 nas seções que funcionam no Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand, o vereador Alberto Nery (PT) vê como suspeito o resultado do pleito realizado em 15 de novembro último, a partir dos números de sua candidatura naquela região do bairro Sobradinho.
Na disputa de quatro anos atrás, ele diz, foi votado em praticamente todas as urnas abertas no colégio. “Os relatórios estão aí para quem quiser comprovar. Eu tive entre 18 a 20 votos em cada seção. Agora, na eleição recente, curiosamente teve urna em que não obtive ali um voto sequer”. Este fato, diz Nery, lhe chamou a atenção para a possibilidade de ocorrência de fraudes.
Adverte o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia para a necessidade de que “providências sejam adotadas diante das suspeitas de diversas irregularidades”. Conforme o vereador, “realmente teve algo estranho”, pois mais de cinco mil cidades no país teriam ingressado com pedidos de recontagem de votos, após as últimas eleições.