A Fiocruz zerou suas pendências com a Anvisa para o uso emergencial da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Já o Instituto Butantan, parceiro da chinesa Sinovac na produção da CoronaVac, deve três documentos —a data limite de entrega é o dia 28 de janeiro.
A falta desses dados, porém, não deve alterar a autorização já obtida pelo Butantan de vacinar grupos de risco — profissionais de saúde, idosos e indígenas. No domingo (17), a Anvisa autorizou o uso emergencial dos dois imunizantes, mas fez ressalvas a três documentos da Fiocruz e a quatro do Butantan.
Na manhã desta quarta, restava dessas demandas a entrega dados complementares de três documentos sobre Coronavac:
Até o momento, nenhum laboratório fez o pedido de registro de vacina na Anvisa, o que permitirá que os imunizantes possam ser aplicados em qualquer pessoa. Há uma expectativa de que a Fiocruz faça a requisição nesta semana. O laboratório, porém, ainda não recebeu os primeiros 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, que seriam importadas da Índia na semana passada. Já o Butantan, que entregou às autoridades brasileiras 6 milhões de doses da Coronavac, aguarda a liberação de outros 4,8 milhões, informou que entregará os documentos pendentes dentro prazo.
Informações melhorariam aplicação de vacinas A assessoria da Anvisa informou que as informações pendentes não se prestam a confirmar a segurança das vacinas.
“Nenhuma das ressalvas trata de questionamentos sobre a segurança das vacinas”, disse a agência ao UOL.
“[A segurança] está bem demonstrada nos estudos. As ressalvas tratam basicamente de entender melhor a eficácia e se as vacinas [de Oxford fabricadas na Índia e no Reino Unido] são comparáveis.” Um servidor da agência que já trabalhou com liberação de vacinas acrescentou, reservadamente, que esse é um procedimento normal devido à complexidade do tema e à pandemia de coronavírus. Segundo ele, a busca de novos documentos serve de subsídio para identificar se algo precisa ser ajustado ou melhorado.
No caso do chamado “relatório de imunogenicidade”, a Anvisa informou, no domingo passado, que o “dado é imprescindível para que se possa concluir a duração da resposta imunológica nos indivíduos vacinados”. O epidemiologista e ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde Wanderson Oliveira disse ao UOL que os documentos pendente pedidos pela Anvisa são importantes, mas não críticos. “Não são informações que vão causar nenhum prejuízo, como: ‘Ah, eu não devia ter liberado’ e fazer recuar”, disse. Segundo Oliveira, essas novas informações do uso emergencial das vacinas vão ser úteis para facilitar e acelerar o registro dos imunizantes. Há outras vacinas em análise no Brasil, e ontem a Anvisa anunciou que concedeu certificado de boas práticas aos laboratórios Pfizer e Janssen.