Foto: Divulgação / Monolith Films
Quando perdeu o marido, Olga (Magdalena Boczarska) também perdeu o brilho e a alegria de viver. Anos mais tarde, ela é uma juíza bem-sucedida. Mas seu sucesso profissional não é compatível com o pessoal. Em casa, Olga é triste e solitária e não se dá bem com sua única filha, Maja (Katarzyna Sawczuk). Quando conhece um belo italiano 15 anos mais jovem, sua vida muda. Ela se vê interessada em outra pessoa novamente. O mundo volta a ser um lugar onde ela pode ser feliz. Mergulhada em um romance tórrido com Maks (Simone Susinna), ela não imagina que ele se aproximou apenas para beneficiar o amigo Kamil (Sebastian Fabijanski), réu em um caso que está em suas mãos. Ela também não sabe que seu amante se relacionou recentemente com Maja, que ainda nutre sentimentos por ele.
No entanto, no meio dessa trajetória de mentiras e enganos, Olga e Maks se apaixonam de verdade. Os interesses frívolos se tornam impulsos indomáveis do coração. Quando as verdades vêm à tona, o sentimento terá força para prevalecer? O amor verdadeiro pode vencer às tentativas externas de destruir o romance entre o casal? É preciso assistir “Desejo Proibido”, filme de Tomasz Mandes, que coescreveu o roteiro com Mojca Tirs, para saber. O longa-metragem não é uma produção original da Netflix na Polônia, mas vem em meio a uma vasta remessa encomendada pelo serviço de streaming ao país. Infelizmente, nessa baciada de produções que estreiam em 2023, a maioria carece de substância.
Também é o caso de “Desejo Proibido”, que tenta se apoderar de lógicas feministas para entregar um compilado de cenas eróticas e um relacionamento que agrada mais a homens que mulheres, porque nutre fantasias que mais se encaixam nos padrões masculinos que femininos. Afinal, há um punhado de vídeos em sites de pornografia sobre homens que se deitam com mães e filhas. Além do fetiche milf.
De fato, o romance entre Olga e Maks entrega uma porção de clichês e previsibilidades. A rivalidade entre duas mulheres pelo amor de um homem, a fragilidade emocional e física de uma mulher poderosa que precisa do afeto masculino para reencontrar sua autoestima e seu interesse pela vida. O filme de Mandes não tem muita consistência intelectual, assim como seu sucesso “365 Dias”, mas, convenhamos, nem tudo precisa ter.
“Desejo Proibido” provavelmente agrada quem está em busca de um romance avassalador e ilógico. Afinal, o affair seria suficiente para destruir a carreira de Olga e minar de vez sua relação com a filha. Será mesmo que uma mulher independente e experiente como a protagonista se deixaria ir tão longe por uma paixão febril baseada na mera atração física? Não há um único diálogo elaborado entre Olga e Maks. Eles não se conhecem, não sabem que são. Boczarska e Sawczuk são excelentes atrizes e que conseguem revirar as emoções de suas personagens entregando ao público um trabalho de respeito. Já Susinna é bonito de se ver, mas parece vazio. Um corpo sem alma. Não conseguimos compreender as intenções de seu personagem pelo olhar. É completamente inexpressivo.
O filme de Mandes talvez seja suficiente para quem está em busca de entretenimento e erotismo, mas não oferece muito mais que isso.
Filme: Desejo Proibido
Direção: Tomasz Mandes
Ano: 2023
Gênero: Romance/Drama
Nota: 7/10
Informações Revista Bula