O presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), Marco Silva, expressou sua preocupação com o impacto negativo do fechamento do comércio no centro da cidade durante o Dia das Crianças, uma das datas mais importantes para o setor varejista. Ele destacou que, apesar dos esforços do sindicato para negociar com o Sindicato dos Comerciários, não houve sucesso nas tratativas para garantir o funcionamento das lojas nessa data, o que ele considera um retrocesso para o desenvolvimento comercial da região.
“Com muita preocupação, venho aqui alertar toda a comunidade sobre a importância da manutenção do emprego e da renda. O Dia das Crianças está entre as principais datas do comércio no Brasil, em especial em Feira de Santana, que tem uma atividade comercial muito forte, uma grande população e a responsabilidade de fornecer produtos para empresas e pessoas de toda a macrorregião”, afirmou Marco Silva.
De acordo com ele, o Sicomfs procurou o Sindicato dos Comerciários desde o início de setembro para estabelecer um acordo que permitisse a abertura do comércio durante a semana do Dia das Crianças.
“Tentamos todo tipo de negociação, fizemos uma mobilização com empresários e trabalhadores do Centro, até um abaixo-assinado foi feito, mas o sindicato não se sensibilizou. Não conseguimos nem sentar para negociar, tudo foi feito por telefone, porque eles não tiveram disponibilidade para essa conversa”, lamentou.
Ainda segundo Marco Silva, a atual convenção coletiva determina que as lojas localizadas no centro da cidade não poderão funcionar no dia 12 de outubro, enquanto os bairros e os shoppings estarão liberados para operar normalmente.
“É lamentável, porque a gente entende que o próprio trabalhador será prejudicado. Nunca aconteceu isso na história de Feira de Santana, onde o comércio não tem um horário especial de abertura no Dia das Crianças, uma data em que as pessoas teriam mais tempo para escolher seus produtos com tranquilidade”, acrescentou.
O presidente do Sicomfs também alertou sobre a concorrência com sites internacionais que operam 24 horas por dia, ressaltando a necessidade de dar mais opções aos clientes locais.
“Sabemos que sofremos concorrência de sites internacionais que trabalham e entregam produtos o tempo todo. Temos que dar opções ao nosso cliente. Feira de Santana vem se destacando na geração de emprego, mas o sinal amarelo já acendeu.”
Marco Silva ressaltou a importância do diálogo e da negociação para evitar que esse tipo de situação se repita no futuro, especialmente com a proximidade do fim da atual convenção coletiva, prevista para o final de outubro.
“Sempre estabelecemos um diálogo de alto nível, mostrando a importância disso para Feira de Santana, que vem com um desempenho acima da média do Brasil e da Bahia, mas com esse retrocesso, ficamos muito preocupados.”
Apesar da frustração, ele ainda mantém a esperança de que as negociações possam avançar. “No sentido democrático, deixamos o telefone disponível ao presidente do Sindicato dos Comerciários. Ainda há tempo para uma conversa. Os empresários estão me ligando a cada 10 minutos, perguntando se ainda tem jeito, se não há tempo. Eu acho que, quando há boa vontade, sempre há tempo.”