Entidades defendem que a alternativa para baixa nas taxas de Covid-19 não é o fechamento do comércio e sim o escalonamento do funcionamento de abertura para que os setores comerciais não sejam ainda mais prejudicados
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Feira de Santana (CDL), a Associação Comercial e Empresarial (ACEFS) e o Sindicato do Comércio (SICOMFS) apresentaram, na noite desta segunda-feira (1º), uma análise detalhada dos dados referentes ao ‘lockdown’ em Feira de Santana.
De acordo com o responsável pelo estudo, que analisa o aumento da contaminação da Covid-19 mesmo diante da medida restritiva, Glício Oliveira, os dados foram obtidos por fontes oficiais e retratam fielmente o cenário atual.
‘Se eu quero saber se eu tive mais pessoas contaminadas, vou no site da Sesab, se eu quero saber o nível de empregabilidade, vou no Caged, os dados foram compilados e cruzados e a ideia era chegar à conclusão de que se eu tenho lockdown, tenho redução de pessoas trabalhando e pessoas circulando menos nos equipamentos municipais de locomoção, então eu tenho que ter uma diminuição na contaminação e foi o que não aconteceu, aconteceu o contrário’, destaca Glício à nossa reportagem.
Ele pontua ainda que com o comércio fechado, existe a possibilidade de aumento no número de contágio da doença.
‘Não é somente o comércio fechado que causa isso, também é o comportamento inadequado, a população tem que entender que ela precisa se resguardar, se prevenir, não tem que se aglomerar, nem frequentar festar clandestinas, não podem se expor. Na pesquisa eu mostro que as empresas abertas podem sim contribuir para a redução do contágio da Covid porque ela gera ambientes seguros’, relata.
Glício afirmou também que dados específicos de Feira de Santana devem estar disponíveis na próxima semana e serão levados as autoridades da cidade e estado.
‘Apresentei o projeto ao prefeito Colbert Martins que recepcionou muito bem a pesquisa, entendeu que é preciso avaliar por um outro ponto de vista e eu acredito que pode sim ajudar ele a tomar decisões’, disse.
Na ocasião, o presidente da CDL, Luís Mercês, reiterou o posicionamento contrário ao ‘lockdown’ na cidade.
‘Isso é uma forma de desempregar e aumentar o contágio do coronavírus, esse trabalho técnico foi muito bem pensado para que a gente mostre as autoridades que existe uma outra forma de se pensar, não estamos contra a saúde, pelo contrário, queremos somar as coisas, ter mais saúde e emprego, gerar renda e ter as pessoas com saúde, o que não temos com o lockdownporque estamos vendo paredão e tudo mais, pelos dados, todas as vezes que existe feriado prolongado, dez dias depois, a contaminação acontece, então não é no trabalho’, destaca.
As entidades participantes defendem que a alternativa para baixa nas taxas de Covid-19 não é o fechamento do comércio e sim o escalonamento do funcionamento de abertura para que os setores comerciais não sejam ainda mais prejudicados.
Bárbara Barreto com informações do repórter Joaquim Neto / Bom Dia Feira