Autora dos livros da saga Harry Potter, JK Rowling expressou sua indignação e revolta com a luta olímpica entre a boxeadora transexual argelina Imane Khelif e a pugilista italiana Angela Carini. Por meio do X, a escritora questionou se será necessário que uma mulher biológica morra para que proíbam mulheres trans – nascidas como homens biológicos – de disputarem em categorias femininas.
– O que será necessário para acabar com essa insanidade? Uma boxeadora ficar com ferimentos que alteraram sua vida? Uma boxeadora morta? – escreveu a autora.
Na sequência, JK compartilhou o vídeo da luta em que Angela Carini abandona o ringue após apenas 46 segundos, em decorrência de fortes dores causadas por dois socos da adversária.
– Assista e depois explique por que você concorda com um homem batendo em uma mulher em público para seu entretenimento. Isso não é esporte. São os homens se deleitando com seu poder sobre as mulheres – adicionou.
Rowling ainda disparou críticas diretamente a Kirsty Burrows, Chefe da Unidade de Esporte Seguro do COI (Comitê Olímpico Internacional), chamando-a de “vergonha” por permitir que o esforço de uma atleta fosse roubado.
– Uma jovem boxeadora teve tudo o que ela trabalhou e treinou roubado porque você permitiu que um homem entrasse no ringue com ela. Você é uma vergonha, sua “salvaguarda” é uma piada, e Paris 24 ficará para sempre manchada pela injustiça brutal feita a Carini – acrescentou.
A escritora também compartilhou uma foto em que a boxeadora italiana aparece chorando ao lado da argelina.
– Alguma imagem poderia resumir melhor o nosso novo movimento pelos direitos dos homens? O sorriso malicioso de um homem que sabe que está protegido por um establishment esportivo misógino, aproveitando a angústia de uma mulher em que ele acabou de dar um soco na cabeça e cuja ambição de vida ele acabou de destruir – completou.
ENTENDA
A luta entre a boxeadora italiana Angela Carini e a pugilista transexual argelina Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris 2024, nesta quinta-feira (1°), durou somente 46 segundos. Isso porque Carini abandonou a disputa pela categoria de até 66kg do boxe feminino relatando dores intensas no nariz após dois socos da adversária. Na ocasião, a italiana de 25 anos atirou seu capacete ao chão e disparou “isso é injusto”, antes de deixar o ringue.
Aos 30 segundos de luta, Carini chegou a ir até seu treinador para consertar o capacete, mas ao retornar à disputa, ela decidiu parar de vez. O oficial da luta segurou a mão das duas pugilistas e ergueu a de Khelif no ar declarando-a vencedora, mas a italiana retirou a sua e caiu de joelhos, aos soluços.
Khelif e outra boxeadora trans, a taiwanesa Lin Yu-ting, chegaram a ser reprovadas em um teste de gênero devido a seus níveis elevados de testosterona e cromossomos XY, sendo desclassificadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) no mundial do último ano. Entretanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou a participação das duas atletas nos Jogos de Paris.
Segundo informações do Daily Mail, após a partida, a atleta italiana desabafou dizendo à imprensa que, embora esteja acostumada a sofrer, ela nunca levou um soco tão forte em sua vida.
– Estou acostumada a sofrer. Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. Não sou ninguém para dizer que é ilegal. Entrei no ringue para lutar. Mas não senti mais vontade depois do primeiro minuto. Comecei a sentir uma dor forte no nariz. Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei “chega”. Vou embora de cabeça erguida – declarou.
Informações Pleno News