Dois estudos recentes da Universidade de Chicago trouxeram à tona insights fascinantes sobre por que o Alzheimer atinge mais mulheres do que homens. A pesquisa focou em explorar as diferenças na manifestação de sintomas entre os sexos, concentrando-se especialmente no impacto do estrogênio na formação de placas amiloides e na inflamação cerebral.
O estrogênio, conhecido como o principal hormônio reprodutivo feminino, desempenha um papel crucial na regulação do ciclo menstrual e na fertilidade das mulheres. No entanto, sua influência vai além dessas funções, afetando também a saúde cerebral e, potencialmente, a vulnerabilidade ao Alzheimer.
Em uma série de experimentos conduzidos em ratos, os cientistas observaram que a remoção da produção de estrogênio nas ratinhas resultou em uma diminuição significativa na quantidade de placas amiloides no cérebro. Esses depósitos de proteína são uma característica marcante do Alzheimer e estão associados à degeneração neural.
Além disso, os pesquisadores descobriram que ao estimular os animais para desenvolver uma condição semelhante ao Alzheimer e administrar antibióticos que alteravam a microbiota intestinal, os níveis de estrogênio aumentavam. Isso sugere uma conexão complexa entre o hormônio e a microbiota, afetando a deposição de placas amiloides.
“Percebemos que os níveis de estrogênio têm um impacto direto na deposição de amiloides. Quando removemos a fonte hormonal em fases iniciais, as placas praticamente desaparecem. É realmente impressionante”, comentou o neurobiólogo Sangram Sisodia, um dos autores do estudo.
O Alzheimer se manifesta por meio de diversos sinais e sintomas que variam em intensidade e progressão. Aqui estão alguns dos mais comuns:
A origem do Alzheimer é complexa e envolve uma interação de múltiplos fatores. Aqui estão alguns dos principais contribuintes:
Em um segundo estudo publicado na revista Molecular Neurodegeneration em 17 de fevereiro, os pesquisadores examinaram os efeitos de um novo medicamento, a droga GV-971, na formação de depósitos amiloides e na neuroinflamação. Curiosamente, a medicação mostrou redução dos depósitos de proteína beta amiloide e alterações no microbioma, mas esses efeitos foram observados apenas em animais do sexo masculino.
Essa descoberta indica que existem influências específicas nas fêmeas que afetam os marcadores biológicos da doença. Devido à impraticabilidade de suprimir o estrogênio como um tratamento viável, os pesquisadores estão buscando ampliar sua investigação para identificar abordagens mais eficazes ou para revisar os métodos existentes no tratamento do Alzheimer.
Assim, o avanço da ciência na compreensão do Alzheimer entre diferentes sexos abre novas portas para possíveis tratamentos e prevenção da doença. O estrogênio e seu impacto na saúde cerebral continuam sendo áreas de grande interesse e potencial para futuras pesquisas.
Informações TBN