Ziraldo, o criador de “O Menino Maluquinho”, morreu neste sábado, aos 91 anos. A informação foi confirmada a Splash por familiares. O cartunista morreu dormindo em seu apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, depois das 14h de hoje (6).
“Ele teve um AVC faz um tempo e já estava com a saúde frágil, estava bem fraquinho”, disse Cecília, cunhada de Ziraldo, casada com Zelio, irmão do cartunista, a Splash. “Ele estava em casa e faleceu agora de tarde, pouco depois das duas da tarde”.
Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932.
Começou sua carreira em 1954, na “Folha da Manhã” (hoje, Folha de São Paulo), com uma coluna de humor. Se formou em Direito, em 1957, na Faculdade de Direito de Minas Gerais.
Casou-se em 1958, com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos.
Ziraldo começou a ganhar fama nacional com os trabalhos na revista O Cruzeiro e Jornal do Brasil.
Lançou em 1960 a revista em quadrinhos “Turma do Pererê”, a primeira história em quadrinhos a cores produzida no Brasil. A obra também foi o primeiro gibi brasileiro feito por um só autor.
A história foi cancelada após o início da ditadura militar, voltando nos anos 70.
Lançou em 1980 sua obra mais famosa, “O Menino Maluquinho”.
O Menino Maluquinho, seu maior sucesso, já vendeu mais de 4,1 milhões de exemplares. Com mais de 200 livros publicados, Ziraldo tem diversos outros best-sellers, como “Uma Professora Muito Maluquinha”, “Menina Nina”, “O Bichinho da Maçã” e “O Planeta Lilás.”
O cartunista foi homenageado em 2018 na CCXP, evento de cultura pop que acontece em São Paulo, no Artist’s Alley, o espaço dedicado a quadrinistas e ilustradores.
Durante o regime militar, Ziraldo foi um dos fundadores do “O Pasquim”, que fazia oposição ao regime.
Ele foi preso e levado para o Forte de Copabacana um dia após a promulgação do AI-5.
Em setembro de 2018, Ziraldo foi internado no Hospital Pró-Cardíaco no Rio de Janeiro após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Seu estado de saúde, na ocasião, era considerado grave.
Em outubro, ele recebeu alta da instituição e, três dias depois, ele já aparecia na web, em um vídeo no qual pedia voto para Fernando Haddad (PT), nas eleições presidenciais.
Em 2005 ele se filiou ao recém-criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e desenhou o logo da agremiação.
Informações UOL