Nesta segunda-feira, 15, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tirou o sigilo da gravação de um encontro de 25 de agosto de 2020 entre o presidente Jair Bolsonaro, o chefe da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.
Conforme a Polícia Federal (PF), a gravação pode ter sido feita por Ramagem, e o objetivo do encontro seria discutir estratégias para blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das “rachadinhas”.
De acordo com a PF, Bolsonaro cita dados produzidos pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
Para justificar a decisão de remover o segredo, Moraes citou a produção de supostas notícias falsas. “Ressalto, ainda, que, a eventual divulgação parcial — ou mesmo manipulação — de trechos da Informação de Polícia Judiciária nº2404151/2024 (fls. 334-381), bem como da gravação nela referida, tem potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade”, argumentou o magistrado.
No encontro, Bolsonaro, Ramagem e Heleno teriam discutido supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita na produção do Relatório de Inteligência Fiscal que deu causa à investigação contra Flávio.
“Neste áudio, é possível identificar a atuação do Alexandre Ramagem indicando, em suma, que seria necessário a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos”, afirma a PF.
Informações Revista Oeste