Yoni é uma palavra do sânscrito, idioma ancestral do Nepal e da Índia, e quer dizer “passagem divina”, “lugar de nascimento”, “fonte de vida”, “templo sagrado” e, ainda, o órgão sexual feminino. É considerado igualmente um símbolo de Shakti, a deusa indiana suprema.
No Tantra, conjunto de escrituras com uma série de condutas para viver bem e aproveitar a sexualidade de maneira plena, a massagem Yoni é direcionada 100% à vulva. São toques e movimentos suaves que produzem sensações diferentes das vivenciadas no sexo tradicional e que fazem um bem danado à autoestima, além de abrirem o caminho para orgasmos poderosos.
A Yoni não é só um tipo de masturbação “turbinada”. É uma maneira de alcançar o prazer, sim, mas principalmente uma fonte de autoconhecimento para a mulher. Segundo o Tantra, a energia corporal é análoga à energia sexual. Por isso, a Yoni pode movimentar a energia Kundalini, que fica na base da coluna, perto do períneo, e propagá-la por todo o corpo.
Tão potente quanto a técnica do pompoarismo, essa massagem melhora o tônus muscular da região genital, a irrigação sanguínea, facilita o orgasmo, melhora a lubrificação vaginal, libera endorfinas e alivia os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual). Ela é tida ainda como um processo de cura para mulheres que sofrem de distúrbios sexuais como vaginismo, dispaurenia e anorgasmia, além de ajudar a superar traumas e abusos.
Segundo especialistas é comum que, durante a massagem, a mulher se emocione por conta de conteúdos emocionais que vêm à tona, como dores e tristezas profundas. Nesses casos, vale reforçar que a massagem por si só não consiste em um tratamento, embora possa ajudar. O ideal é consultar um ginecologista e um terapeuta sexual. E, por último, é bom frisar que o objetivo da Yoni não é o orgasmo, mas ele costuma ser uma consequência das sessões, pois a reação vem da irrigação potente das células nervosas.
A mulher pode praticá-la sozinha, na intimidade, ou pedir para o parceiro fazer. O importante é ter um conhecimento prévio e profundo da anatomia feminina para saber direitinho onde tocar. Por essa razão, os especialistas também recomendam que a mulher experimente primeiro a sós. As regras básicas da Yoni são: realizar os movimentos de baixo para cima e de dentro para fora, deixando o clitóris sempre para o final.
Para começar, faça uma pinça com seus dedos, usando seu polegar no lado de fora de um dos grandes lábios e a lateral do indicador na parte interna dele. Os movimentos são leves, mas com uma pressão que seja possível sentir. Suba e desça seu polegar, explorando a parte de cima e depois a de baixo, próxima ao ânus. Repita no outro grande lábio.
Em seguida, parta para um dos pequenos lábios. Os movimentos são bem parecidos, mas como eles são mais fininhos podem “escapar”, por isso vá com calma. Faça o mesmo no outro pequeno lábio.
Por fim, chegue ao clitóris. Em vez de ir direto à glande dele – aquela parte mais inchadinha -, dedique-se a uma das laterais, usando a ponta do indicador e do polegar para pinçar o corpo do clitóris, mas não a “cabecinha”. Depois, passe para a outra lateral. Se perceber algum sinal de dor ou incômodo, tente diminuir a pressão ou o ritmo. E, por fim, se ainda não tiver atingido o clímax, é hora de estimular o clitóris.
Toda a massagem deve ser feita com óleo lubrificante à base de água, que facilita o deslize e não causa alergias. Para praticar a Yoni com o parceiro, a mulher precisa ficar deitada de barriga para cima com um travesseiro sob a cabeça e outro debaixo do quadril, para elevar a pélvis. Ao dobrar os joelhos, a vulva fica exposta ao homem, que deve se sentar entre as pernas da parceira com as pernas cruzadas. Importante: uma massagem sensual antes, sem estimular a região genital, ajuda a mulher a relaxar e a entrar no clima.
Não há indicação de tempo específico, mas é bom dedicar pelo menos uns 10 minutos em cada estímulo. A única recomendação é a de que não se tenha pressa por resultado nem alta expectativa pelo orgasmo. Foco no caminho – fortalecimento da consciência de toda a região – e não na linha de chegada.
Mulheres com feridas no colo do útero, portadoras de HPV e patologias ginecológicas devem buscar primeiro tratamento médico. Grávidas nos primeiros meses de gestação também devem evitar, pois os espasmos uterinos podem provocar contrações e consequente aborto espontâneo.
Fontes: Heitor G. Fagundes, terapeuta holístico especializado em Sexualidade Consciente; Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista; Tiago Brumatti, terapeuta tântrico; e Virginia Gaia, astróloga, taróloga e sexóloga holística
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