O mês de maio, Maio Roxo, traz como alerta o aumento de cerca de 15 por cento ao ano no número de casos de doenças inflamatórias intestinais, conforme Associação de Proctologia. Em Feira de Santana, nos últimos três anos, o coloproctologista e médico cirurgião, Dr. Eugênio Ramalho, afirma que passou a verificar esse aumento de pacientes com doenças desta natureza em seu consultório. De 2019 para cá, na verdade, o índice chega a ser maior, pois, costumava atender semanalmente entre duas ou três pessoas com inflamações do trato intestinal. Atualmente, no mínimo, a agenda conta com 10 pacientes toda semana.
O dia 19 de maio é o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) e, portanto, como salienta o especialista, uma ótima oportunidade para lembrar à população como um todo que, de acordo com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo são afetadas pela doença e a incidência vem aumentando também no Brasil, ou seja, se faz urgente conter ou minimizar esta enfermidade. O estresse da vida moderna, a alimentação pobre em vegetais, frutas, verduras, sementes. Em contrapartida, rica em gorduras saturadas, ou seja, em alimentos originários de fastfoods como frituras, pizzas, batata frita, “alimentos ultraprocessados, previamente preparados com estabilizantes, conservantes, comidas processadas, congeladas, à base de margarina, gordura vegetal, a falta de atividade física, são fatores que potencializam o surgimento destas doenças e o aumento dos casos”, frisou o cirurgião Eugênio Carvallho.
As duas principais doenças inflamatórias que envolvem o trato instestinal são a Colite Ulcerativa, que provoca inflamação de longa duração e feridas, as chamadas úlceras no revestimento interno do intestino grosso, ou seja, cólon, e também no reto; bem como a Doença de Crohn. E Este tipo de DII é caracterizado pela inflamação do revestimento do trato digestivo, que muitas vezes se espalha profundamente nos tecidos afetados e precisa ser rapidamente diagnostica e tratada. Trata-se, inclusive, de uma doença que geralmente acomete jovens entre 15 e 40 anos de idade e, depois, em um segundo pico, entre os 60 e 70 anos. “Mas é preciso ficar atento aos sinais, aos sintomas, pois, mesmo sendo mais comum nesses períodos, qualquer pessoa pode ser acometida”, alertou Dr. Eugênio Ramalho.
Os sintomas da DII variam, dependendo da gravidade da inflamação e onde ela ocorre. Os sintomas podem variar de leve a grave. É provável que a pessoa tenha períodos de doença ativa seguidos por períodos de remissão. Os sinais e sintomas comuns à doença de Crohn e à colite ulcerativa incluem a diarreia, febre, fadiga, dor abdominal e cólicas, sangue nas fezes, apetite reduzido e perda de peso não intencional. “É importante a gente lembrar que esses sintomas podem vir isolados ou não. Vamos ficar atentos e buscar um profissional imediatamente. Quanto antes um diagnóstico e tratamento precoce, melhor”, lembra o coloproctologista. De acordo Dr. Eugênio Ramalho, a mudança no estilo de vida das pessoas acometidas por problemas no trato intestinal é, sem dúvida, o melhor caminho para melhorar o quadro desses pacientes, incluindo boa alimentação, descartando alimentos ultraprocessados, e adotando a prática de exercícios. É importante também evitar o tabagismo e controlar a obesidade desde a infância.