Os três policiais militares que foram presos durante a “Operação Sem Retorno” nesta sexta-feira (29), são suspeitos, dentre outros crimes, de matar o jovem Carlos Henrique José dos Santos, de 20 anos. O homicídio aconteceu em 29 de junho, na cidade de Camacan, no sul da Bahia.
De acordo com a mãe do jovem, Glecia José dos Santos, depois que o filho foi morto, ela disse que questinou um dos policiais envolvidos na ação, e ele teria dito que o caso ficaria impune.
“Eu disse para ele [policial] que ia buscar justiça e ele respondeu que ‘não ia pegar nada’ porque eles gostam quando a PM faz a varredura’. Ele usou a farda para matar um garoto que tinha acabado de completar 20 anos”, afirmou a mãe.
No dia 29 de junho, Carlos estava a caminho da casa da namorada para um almoço, quando foi abordado pelos PMs. Ele foi baleado e colocado na viatura. Quando Glécia conseguiu encontrar o filho, no hospital Fundação Hospitalar, ele já estava morto.
“Eu não vou dizer que estou feliz, porque felicidade seria ter meu filho, mas tive um pouco de esperança”, disse sobre a prisão dos PMs.
Na ocasião a PM de Camacan informou que “houve resistência armada” e que uma arma de fogo foi apreendida na ação. Glecia, no entanto, nega que Carlos Henrique estivesse armado.
Ela ainda afirma que um dos policiais suspeitos de envolvimento no homicídio já havia ameaçado o jovem, devido a uma tatuagem que ele tinha no peito.
Segundo a mãe, Carlos Henrique não tinha ligação com o tráfico de drogas e a tatuagem não estava associada a nenhuma facção. Ela conta que ele já teve passagem pela polícia por porte ilegal de arma, mas como pena pelo crime, cumpria medida alternativa à prisão, atuando com trabalho comunitário.
Ainda segundo Glecia, uma das ameaças que Carlos Henrique teria sofrido por parte do PM aconteceu quatro dias antes do homicídio. Ela quis registrar queixa de ameaça, mas o jovem teve medo do boletim de ocorrência piorar a relação com o PM.
“Ele [o policial] disse que na melhor hora iria tirar a vida do meu filho, e tirou”, contou.
G1