Entre março e dezembro de 2023, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bloqueou 8,4 milhões de benefícios do Bolsa Família, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) obtidos pelo site Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação.
O número de benefícios bloqueados corresponde a 40% do total de famílias atualmente cadastradas no programa em todo o país: 21 milhões. O Nordeste e o Sudeste têm o maior número de beneficiários: 9,4 milhões e 6,2 milhões, respectivamente. A maioria dos cortes ocorreu, também, nessas regiões. No Nordeste, foram cancelados 3,8 milhões de benefícios e no Sudeste, 3 milhões.
Os cortes decorreram de uma revisão detalhada de todos os cadastros iniciada em março pelo governo federal. A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou inconsistências já que o número de famílias unipessoais cresceu muito nos últimos anos, passando de 15 milhões, em outubro de 2021, para 22 milhões, em dezembro de 2022.
Segundo o levantamento divulgado pelo Metrópoles, 7,1 milhões de benefícios cortados são de famílias compostas por uma única pessoa. Na maioria dos casos, pessoas pobres da mesma família estavam recebendo o benefício de maneira dobrada, informou o MDS ao portal.
A diretora do Departamento de Benefícios do MDS, Caroline Paranayba, disse que nem sempre isso ocorre por tentativa de fraude, mas por confusão, já que durante a pandemia de covid-19 as pessoas se cadastrar individualmente para receber o Auxílio Emergencial. “Não é uma situação deliberada de movimentação das famílias para fraudar”, afirmou Caroline ao Metrópoles. “Com o Auxílio Emergencial, a população começou a assumir que o benefício do Bolsa Família é individual.”
O Bolsa Família é destinado a famílias com renda per capita de, no máximo, R$ 218 mensais. O valor mínimo do benefício é de R$ 600 por família, além de um acréscimo de R$ 150 por criança de até 6 anos, e de R$ 50, em caso de gestantes, crianças e adolescentes até 18 anos.
Informações Revista Oeste