Lula da Silva (PT) não se importa se há mais de dois anos o presidente russo, Vladimir Putin, comete atrocidades em série na Ucrânia e ameaça a paz na Europa como nunca alguém o fez desde o final da Segunda Guerra Mundial. E, apesar das sanções comerciais que o país sofre por parte do Ocidente, o líder petista estreita a cooperação entre as duas nações.
A análise sobre os países que conseguem manter a Rússia de pé é tema da página de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, 30. Em seu editorial, o veículo afirma que Moscou está distante do eventual colapso que, na visão dos países sancionadores, talvez pudesse levar ao fim da guerra ou à responsabilização de Putin por seus crimes.
“A China é a grande responsável pela vitalidade desse regime delinquente, mas, desafortunadamente, parte considerável do fôlego de Putin tem vindo do Brasil”, afirma a publicação.
O Estadão lembrou que, neste terceiro mandato presidencial de Lula, o Brasil expandiu os laços econômicos com a Rússia. Somente em 2023, a meta de trocas comerciais entre os dois países, que integram o Brics, superou os US$ 10 bilhões pela primeira vez em duas décadas. O volume de negócios com Moscou chegou a US$ 11,3 bilhões, em diesel e fertilizantes.
Para o Estadão, o que Lula busca ao fazer essa parceria com um criminoso de guerra é o fortalecimento da aliança antiocidental chamada “Sul Global”. Imbuído desse “espírito megalomaníaco”, o petista “mal disfarça o desejo de ser proclamado líder”. Mesmo que isso custe caro à política externa do Brasil.
“O que está em curso é a união de um punhado de ferozes ditaduras em busca de ajuda mútua contra os Estados Unidos, a União Europeia e tudo mais que possa ser interpretado pelos autocratas como ameaças a seus desígnios liberticidas”, avaliou o jornal. “É a esse tipo de aliança que o Brasil deveria pertencer? É a isso que Lula da Silva pretende rebaixar o país?”, questionou.
Informações Revista Oeste