Vídeos sobre jovens diagnosticados com rabdomiólise depois de “treinar pesado” estão se popularizando nas redes sociais. A “doença da urina preta”, como também é conhecida, realmente pode ser causada por um esforço muscular intenso.
O exagero nos treinos provoca uma lesão das células musculares, que liberam uma substância, chamada mioglobina, no sangue. É ela que dá a cor escura à urina e afeta os rins.
Além da cor do xixi, que fica semelhante à do café, os sintomas mais comuns incluem fraqueza, dor muscular intensa, inchaço, náusea, vômitos, falta de ar, dor abdominal e palpitações, variando em intensidade de acordo com a gravidade da doença.
Em casos graves, a função renal pode ser comprometida, exigindo tratamento com diálise. Além disso, podem ocorrer complicações como arritmias, alterações neurológicas, insuficiência respiratória e lesão hepática.
Treinar pesado não necessariamente significa que você desenvolverá a condição.
As pessoas com maior risco de desenvolver rabdomiólise são aquelas desidratadas, expostas a calor intenso e com baixa aptidão física.
Homens e indivíduos com IMC (índice de massa corporal) acima de 40 kg/m² são mais afetados.
O diagnóstico da rabdomiólise é feito principalmente por meio de exames laboratoriais, como a dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) no sangue.
É importante buscar ajuda médica o mais rápido possível ao suspeitar da doença.
A maioria dos casos de rabdomiólise tem boa recuperação, porém, em situações mais graves, pode haver lesão renal irreversível, levando à necessidade de diálise ou transplante renal.
É fundamental seguir as orientações médicas para um tratamento adequado e buscar um estilo de vida saudável para prevenir essa síndrome muscular.
Brunno Ferreira, graduado em educação física e personal trainer, destaca que a falta de respeito ao condicionamento físico do indivíduo, tanto em termos de intensidade quanto de volume de treinos, pode levar ao desenvolvimento da rabdomiólise.
Para ele, durante a prática de exercícios, é essencial:
Contar com a orientação de um profissional de educação física;
Realizar exames regulares e considerar qualquer condição patológica pré-existente ao planejar um programa de exercícios;
Descanso e cumprir intervalos entre os treinos;
A comunicação com o professor para ajustar a dose do exercício.
Ele reforça a importância de lembrar que o objetivo não é buscar treinos extremos ou associar o sucesso ao desconforto muscular, mas sim promover um exercício seguro e eficaz.
A principal medida para prevenção é o cuidado com a atividade física, principalmente para pessoas que estão iniciando agora. noneRebeca Appel, médica nefrologista coordenadora da unidade de hemodiálise do HJSCnone
Fontes: Gabriel Ganme, especialista em medicina esportiva, medicina de expedições e aventura na Inglaterra pela Wilderness and Expedition Medical Society, medicina do mergulho pela UHMS (Undersea & Hyperbaric Medical Society), mestre em ciência da saúde pela Unifesp e responsável pelo ambulatório de medicina dos esportes de aventura da Escola Paulista de Medicina; Brunno Ferreira, bacharel em educação física pelo Centro Universitário Claretiano e pós-graduado em fisiologia e prescrição do exercício: da reabilitação ao treinamento pela Unicid, atua como personal trainer em São Paulo (SP); Rebeca Appel, médica formada e com especialização em clínica médica pela UFMS e especialização em nefrologia pela USP, tem título de especialista em nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia.
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