Além de não cravar que houve mesmo um crime virtual contra a primeira-dama, jornal reclama de o caso ficar sob cuidados da PF e do STF
O jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) não garante que criminosos virtuais invadiram o perfil da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, no Twitter/X. Sobre o caso, o veículo de comunicação fala em “suposto ataque hacker“.
O Estadão abordou o tema Janja em editorial publicado nesta sexta-feira, 15. Trata-se de texto que representa a opinião institucional de uma empresa de comunicação.
Além de não cravar que a mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de um hacker, o jornal paulista critica o desenrolar da investigação do que teria ocorrido na última segunda-feira, 11. A publicação lembra que Janja não tem o chamado foro privilegiado. Dessa forma, ao entender do impresso, o caso não deveria ser de responsabilidade nem da Polícia Federal (PF) e nem do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A possível ação penal teria de tramitar na primeira instância do Poder Judiciário”Jornal O Estado de S. Paulo — 15/12/2023
none
“Caso fossem respeitadas a lei processual penal e a Constituição, o crime do qual Janja da Silva foi vítima deveria ser investigado pela Polícia Civil”, afirma o Estadão, em editorial. “Concluído o inquérito, apresentados os indícios de autoria e materialidade do crime e oferecida uma eventual denúncia à Justiça contra o autor pelo Ministério Público, a possível ação penal teria de tramitar na primeira instância do Poder Judiciário.”
No entanto, o jornal lamenta ao registrar que não foi isso que ocorreu. A equipe do Estadão lembra que o “suposto ataque hacker” contra Janja já soma ações de busca e apreensão por parte da PF, com direito à apreensão de um jovem de 17 anos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a operação.
No mesmo texto em que fala em “suposto” ataque virtual contra Janja, o Estadão resgata uma situação de abril de 2016. Na ocasião, Marcela Temer, mulher do então vice-presidente Michel Temer, teve o aparelho celular violado por um criminoso virtual. No caso de sete anos atrás, PF e STF não tocaram as investigações.
“Em abril de 2016, vale recordar, um hackerinvadiu o celular de Marcela Temer, à época mulher do então vice-presidente Michel Temer, e exigiu dinheiro para não revelar o conteúdo do aparelho”, informa o Estadão. “A investigação do crime foi conduzida pela Polícia Civil de São Paulo, e o achacador acabou condenado a 5 anos e 10 meses de prisão em regime fechado depois do processo que correu na Justiça paulista.”
Agora, no caso envolvendo Janja, a ação em curso faz o próprio STF “apequenar a Corte”, de acordo com o Estadão.
Informações Revista Oeste