A indicação do cantor gospel Sandro Nazireu (Podemos) como pré-candidato a vice de Zé Neto está repercutindo de forma bastante negativa e pode provocar um estrago na base do PT em Feira de Santana justamente no dia da convenção, marcada para este sábado (03 ). A presidente da Câmara Municipal, Eremita Mota (PP), e o ex-vereador Roberto Tourinho (PSB), que estavam no páreo disputando o cargo de vice, se sentiram traídos com a indicação e, segundo comentários nos bastidores da política, a “chapa esquentou” a ponto de ambos estarem com os ânimos exaltados e dispostos a romper o apoio.
Para agravar ainda mais a situação, nem mesmo o coordenador da campanha de Zé Neto, o presidente do PP e filho de Eremita Mota, Yuri Guimarães, havia sido comunicado das pretensões do PT dar um “canto de carroceria” em sua mãe, que estava dando como certa a sua indicação para o cargo de candidatura a vice.
Enquanto Eremita Mota apostava na astúcia e influência do filho na coordenação da campanha e nas suas ações na presidência da Câmara, com articulações políticas para travar o governo de Colbert Filho, por não apoiar o seu candidato, Roberto Tourinho apostava todas as suas fichas na força dos caciques do PSB e de seu principal aliado, o deputado feirense e secretário estadual Ângelo Almeida (PSB). Ambos, entretanto, deram com os “burros n’água” sendo surpreendidos na véspera da convenção partidária.
A indignação ficou ainda maior porque a própria militância do PT cobrava a presença de uma mulher negra como candidata a vice, de preferência ligada à religião de matriz africana, seguindo o perfil sempre presente e explorado pelo Partido dos Trabalhadores em seus materiais publicitários frequentemente usados em campanhas externas para o público que tanto dizem defender.
No caso específico de Eremita Mota, a situação da presidente da Câmara se torna ainda mais crítica porque ela sequer chegou a entrar na pré-campanha eleitoral para tentar garantir a reeleição, já que estava dando como certa a sua indicação para vice. Desta forma também está ameaçada de não se reeleger vereadora, além do risco de se tornar inelegível por determinação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
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