Efeitos da pandemia: procura por atendimento psicológico dispara nos últimos meses — Foto: Reprodução/ TV Globo
Efeitos da pandemia: procura por atendimento psicológico dispara nos últimos meses em várias cidades brasileiras
A procura por atendimento psicológico disparou nos últimos meses em várias cidades brasileiras. Esse é mais um dos efeitos da pandemia.
A palavra pandemia para Rosimerie é sinônimo de muita dificuldade. “Não tinha como pagar aluguel, não tinha como pagar nada, comprar as coisas pra dentro de casa. E aí aquilo ali vai te dando uma angústia, sabe? Triste… Uma tristeza!”, conta.
Ela buscou uma consulta psicológica num posto de saúde em Porto Alegre há um ano.
“Eles colocam a gente numa fila. E aí tem que esperar quando surgir alguma vaga, alguma coisa eles chamam a gente, mas é difícil”, ressalta Rosimerie Gomes, auxiliar de serviços gerais.
Depois de tantos impactos na saúde física, nas finanças, esse é mais um dos danos que a pandemia trouxe: o adoecimento mental. Só que nem sempre é fácil pagar por um tratamento desses. O jeito é recorrer ao Sistema Público de Saúde – que viu a procura por este tipo de atendimento dar um salto em todo o país.
A prefeitura de Porto Alegre diz que está investindo na ampliação da rede.
“É fundamental que a gente coloque, sim, mais equipes, estamos nos adaptando a centros de especialidade. O Ministério da Saúde lançou aí um programa de incentivo, e esses centros de especialidade eles serão apoio às unidades primárias em saúde”, destaca Fernando Ritter, secretário de Saúde de Porto Alegre.
Os especialistas em saúde mental afirmam que a explosão da procura por esse tipo de atendimento é um sinal de alerta ao poder público.
“Sem dúvida é um investimento agora né? Da gente conseguir acolher e abarcar todas as pessoas que estão nesse sofrimento. A partir dessa experiência é importante que a gente repense as nossas políticas de saúde”, conta a psiquiatra Lorena Caleffi.
A Raquel conseguiu atendimento. Ela perdeu o marido para Covid. “Aí vem as crises de choro, vem a ansiedade de uma maneira muito difícil de controlar”, relata.
Ela recebeu ajuda num Centro de Atenção Psicossocial mantido pela prefeitura – há apoio de profissionais de saúde e atividades em grupo.
“A gente discute em equipe um plano terapêutico para este usuário, e a gente vai atender ele novamente e vai mostrar pra ele quais as possibilidades que a gente tem de atendimento dentro desse serviço”, pondera Fernanda Farina, coordenadora do CAPS.
“Consegui controlar a minha ansiedade. Hoje em dia eu estou conversando contigo aqui, não estou tão ansiosa. Se fosse antigamente, estaria aqui no estado que eu não conseguia nem falar eu ia gaguejar né? A reportagem te deixa nervosa, muito nervosa, muito ansiosa… Eu não ia nem falar”, destaca Raquel.
Informações G1
Importante que esta doença não fique silenciosa, chamar atenção do poder público para novas providências