A economia russa sente um impacto cada vez maior das últimas rodadas de sanções dos países ocidentais
A economia russa sente um impacto cada vez maior das últimas rodadas de sanções dos países ocidentais, com a desvalorização do rublo e o temor de alta dos preços. Para conter a sangria, o governo russo decidiu impor restrições temporárias à saída de bens do país.
– Um projeto de decreto presidencial foi preparado para introduzir restrições temporárias à saída [de investidores estrangeiros] dos ativos russos para permitir que as empresas tomem decisões lúcidas, e não sob pressão política – disse o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin.
A medida anunciada pelo premiê se segue aos anúncios feitos por grandes empresas estrangeiras, incluindo a BP e a Shell, de que estavam se retirando da Rússia. O governo parece esperar que, com isso, essas empresas acabem mudando de opinião.
O movimento também parece ter como objetivo impedir a fuga de capitais em um momento em que as sanções têm prejudicado o acesso do Banco Central às suas reservas cambiais.
O Banco Central também ordenou o congelamento de todos os pagamentos de dividendos por empresas russas no exterior.
A Mastercard e a Visa anunciaram na segunda-feira (28) que deixariam de servir as transações dos bancos russos bloqueados, e a Disney anunciou que interromperia a distribuição de seus últimos filmes na Rússia.
Em questão de semanas, a Rússia passou de uma lucrativa aposta na alta dos preços do petróleo para um mercado que afugenta investidores.
O sistema de pagamentos Swift disse que está apenas esperando a lista de bancos que devem ser desconectados de seu sistema de mensagens financeiras à medida que as sanções forem sendo implementadas.
Com o mercado de ações de Moscou fechado pelo segundo dia nesta terça-feira (1), o bilionário russo Mikhail Fridman, que foi sancionado pela União Europeia, alertou que a saída de ativos russos poderia ser difícil mesmo sem a proibição temporária.
– Não acho que seríamos capazes de vender ativos na Rússia agora porque não há compradores no momento – disse Fridman a repórteres em Londres.
*AE