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Foto: Jorge Magalhães Arquivo

O Centro Municipal de Controle de Zoonoses (CCZ) de Feira de Santana atualizou o número de telefone fixo para atendimento ao público. Agora, a população pode entrar em contato através do (75) 3617-3237 para obter informações sobre os serviços oferecidos pelo órgão. Além disso, a unidade disponibiliza o atendimento via WhatsApp pelo número (75) 9 9851-8583.

O CCZ tem como função principal o controle de doenças zoonóticas, e promove a vacinação antirrábica de cães e gatos, realiza exames de leishmaniose e atende a animais com suspeita de doenças para diagnóstico por meio de exames e a captura de cavalos em áreas urbanas.

Além das campanhas de vacinação em bairros realizadas periodicamente, o CCZ oferece a imunização de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h, em sua sede, localizada na Avenida Eduardo Fróes da Mota, s/n. 


Foto: Assessoria de Comunicação da 66ª CIPM

Policiais militares da 66ª CIPM em cumprimento da Operação Força Total, realizaram a apreensão de uma arma de fogo, nesta quinta-feira (31), bairro Conceição, em Feira de Santana.

Após informe do Cicom a respeito de que um grupo de homens estavam no fundo do condomínio Alto do Rosário torturando uma pessoa, a guarnição deslocou até o local informado, localizando cerca de 07 homens com armas em mãos, que ao notarem a chegada da guarnição passaram a efetuar vários disparos de arma de fogo, houve o revide à injusta agressão, porém os homens empreenderam fuga, mas um deles foi localizado e em sua posse estava um revólver calibre 38, 04 cartuchos deflagrados, 02 munições intactas e um facão.

A vítima que estava sendo torturada foi resgatada com vida. E diante dos fatos, a guarnição prestou socorro a vítima até HGCA, posteriormente apresentou o conduzido na Central de Flagrantes (CEFLAG), para adoção das medidas cabíveis.


Foto: Valdenir Lima – Arquivo

A Casa do Trabalhador está disponibilizando 160 vagas para quem está em busca de emprego. A demanda é para atender à rede Mineirão Atacarejo, empresa que está sendo instalada em Feira de Santana no antigo Ecassa, bairro Capuchinhos.

As vagas são para profissionais de ambos os sexos, com ou sem experiência, e para preencher as seguintes funções: estoquista, açougueiro, auxiliar administrativo, caixa, conferente, operador de empilhadeira, entre outras.

Os interessados devem se dirigir até a Casa do Trabalhador munidos de documentos pessoais [RG, CPF, Carteira de Trabalho], das 8h às 17h, para efetuar ou atualizar o cadastro. Vale informar que as entrevistas estarão sendo feitas até o dia 8 de novembro.

“Os responsáveis pelo setor de recursos humanos do Mineirão Atacarejo nos procuraram com a finalidade de otimizar o processo de encaminhamento de candidatos interessados em trabalhar na nova rede de mercado que está chegando na cidade. Colocamos a Casa do Trabalhador à disposição para fazer essa intermediação”, afirmou o diretor do órgão municipal Fábio Souza. 


Foto: Valdenir Lima

Jovens de 14 a 24 anos participaram, na quarta-feira (30), de um curso de orientação profissional gratuita promovido pela Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Juventude (SEJUV), em parceria com o Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (ISBET). O evento, realizado no auditório da Universidade Salvador (UNIFACS), teve como objetivo preparar os jovens para o mercado de trabalho.

A secretária de Juventude, Suelen Assis Moreira, destacou a importância da iniciativa. “Com esse curso nós estamos garantindo a execução das políticas públicas para os jovens, abordando temas como o programa ‘Jovem Aprendiz’, comportamento em entrevistas, postura e outros conhecimentos essenciais para a construção de um futuro profissional sólido para eles”. Todos os participantes do curso recebem certificado, que pode ser incluído no currículo.

O programa Jovem Aprendiz, também conhecido como “Aprendiz Legal”, é uma porta de entrada para o primeiro emprego e desenvolvimento de habilidades, com direito a remuneração e benefícios. 

“O curso também visa captar currículos e encaminhar os jovens para entrevistas. Assim, o jovem que se posicionar bem hoje já poderá sair com uma chance no mercado de trabalho”, pontua Suelen.

A grande procura pelo curso levou a um número de inscrições que ultrapassou a capacidade do auditório. Apesar do sucesso das inscrições, Suelen faz um apelo para que todos os inscritos compareçam aos próximos encontros. “Este é um momento importante para o desenvolvimento do jovem e agrega valor ao currículo. A quem se inscrever para o próximo curso, pedimos que realmente compareça e traga mais jovens para aproveitar essa oportunidade”. 

Uma nova edição do curso está programada para o dia 27 de novembro, com inscrições a serem abertas em breve. O próximo encontro trará temas como gestão do tempo e o impacto das telas na vida dos jovens, buscando ampliar a preparação para os desafios do mercado de trabalho. 


A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) de Feira de Santana alerta a população sobre uma nova modalidade de golpe que vem sendo direcionada a empresas da cidade. Utilizando o nome da secretaria, golpistas estão enviando mensagens por um e-mail não oficial, alegando supostas “irregularidades no Alvará de Funcionamento”. O objetivo é enganar proprietários e responsáveis por empresas, induzindo-os a fornecer dados ou clicar em links suspeitos.

A secretária de Desenvolvimento Urbano, Katia Petillo, informou que a Sedur não realiza esse tipo de notificação por e-mail. “As notificações oficiais da Sedur são sempre feitas de maneira presencial. Um fiscal vai até a empresa e entrega a notificação impressa, solicitando que o proprietário compareça à sede da secretaria para regularizar a situação, se necessário”, reforça Kátia.

As mensagens falsas seguem um padrão, incluindo o nome de uma pessoa que não faz parte do quadro de servidores da Sedur e anexando um link suspeito. O texto da mensagem apresenta um tom formal e é assinado por um suposto “gestor de licenciamento e fiscalização”, mas trata-se de um golpe. 

A secretária alerta que, ao receber qualquer mensagem suspeita com esse conteúdo, as pessoas não cliquem em links e, em caso de dúvida, entrem em contato diretamente com a Sedur pelos canais oficiais. “Estamos à disposição para esclarecer qualquer dúvida. Esse tipo de golpe utiliza o medo da irregularidade para forçar uma resposta rápida, mas é fundamental que as pessoas se informem antes de tomar qualquer ação”, conclui Kátia.


A cidade de Feira de Santana ganha um importante reforço no atendimento à saúde infantil nesta quinta-feira, 31 de outubro, com a inauguração do Hospital Pediátrico Vida Nobre, às 19h. A nova unidade que vai funcionar na Rua Castro Alves, 822, Centro (Antiga Sobaby), representa um avanço significativo no cuidado pediátrico, reunindo tecnologia moderna e uma estrutura completa para oferecer segurança e qualidade às crianças da região.

O hospital, que integra a Rede Vida Nobre, foi projetado para atender de forma especializada as necessidades de saúde dos pequenos pacientes. “Teremos os equipamentos mais modernos disponíveis para garantir que cada atendimento seja realizado com excelência, desde a urgência e emergência até os procedimentos cirúrgicos,” afirma Dr. André Guimarães, diretor médico executivo.

Segundo ele, o hospital visa proporcionar um serviço de alto padrão, com foco nas necessidades específicas de cada paciente infantil.
A nova estrutura conta salas cirúrgicas, UTI, leitos para internamento, leitos para atendimento de urgência e emergência. O hospital também dispõe de sala de inalação, recepções separadas para urgência e internamento, além de farmácia, Central de Material Esterilizado (CME) e áreas dedicadas ao conforto de profissionais e pacientes.

Durante o evento de inauguração, será lançada oficialmente a Rede Vida Nobre. Com cinco hospitais, incluindo um em construção, e oito clínicas especializadas, a rede foi desenvolvida pelo Grupo Nobre em parceria com o UM Empreendimentos, reunindo médicos renomados, para ampliar o acesso à saúde de qualidade em Feira de Santana e região. “Estamos comprometidos em transformar Feira de Santana em um centro de referência em saúde, atendendo mais de 30 convênios e oferecendo um padrão elevado de atendimento para a população,” explica Jodilton Souza, empresário e presidente do Grupo Nobre.

A Rede Vida Nobre se destaca pelo atendimento diversificado, com unidades focadas em multiespecialidades, desde pediatria até oncologia, além de serviços de imagem e outras áreas. Com essa expansão, o Grupo Nobre busca consolidar um serviço de saúde abrangente e acessível para a população local. “A inauguração do Hospital Pediátrico Vida Nobre é um passo importante para o desenvolvimento da saúde em Feira de Santana, trazendo novas oportunidades e mais qualidade no atendimento às famílias da cidade e região”, conclui o empresário.

Fonte: Assessoria de Comunicação Vida Nobre


A partir das 18:30, no auditório do hotel Ibis, a chapa “OAB Avança Mais” da campanha da OAB Subseção Feira de Santana, composta pela candidata à presidência, Lorena Peixoto, e pelo candidato à vice-presidente, Pedro Mascarenhas Neto, fará o lançamento oficial da candidatura.

Compondo a chapa enumerada 8686, para trabalhar durante o triênio 2025-2027, os candidatos contam com a união da advocacia feirense para dar segmento a um “trabalho efetivo, cuidadoso, enérgico e de valorização do exercício profissional” que Lorena Peixoto vem exercendo nos últimos 3 anos ao lado de Raphael Pitombo – este como presidente atual.

A chapa tem em sua composição, além da candidata a presidente e do candidato a vice-presidente, a tesoureira Lísian Motta (que atualmente é secretária adjunta), Daniel Vitor como secretário adjunto e Fabiano Vilas Boas como secretário geral. A eleição ocorrerá no dia 19 de novembro, das 9:00 às 17:00 na sede da instituição, situação na rua Álvaro Simões, 73, Centro.

O voto é obrigatório para todos os advogados e todas as advogadas inscritas na OAB Seccional Bahia (onde também está ocorrendo a eleição), que devem estar adimplentes com o pagamento das anuidades. Rapahal Pitombo, que atualmente é o presidente da Subseção Feira de Santana, está concorrendo na chapa da seccional Bahia, intitulada como diretor.


Fotos: Divulgação Procon

A Superintendência Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) promove esta semana a fiscalização das floriculturas em alusão ao Dia de Finados – lembrado neste sábado, 2 de novembro. A operação foi iniciada na última terça-feira (29) e segue até sexta (1). Até o momento nenhuma irregularidade foi identificada.

De acordo com o superintendente do Procon, Maurício Carvalho, a data fomenta a geração de muitas relações de consumo e por isso é preciso preservar os direitos do consumidor. Todos os estabelecimentos comerciais deste segmento serão visitados, como floriculturas, cooperativas e supermercados que vendem flores. Os boxes de floriculturas na avenida Olímpio Vital também foram fiscalizados.

“Estamos observando se existe irregularidades como aumento abusivo dos preços, a clareza dos preços e das formas de pagamento, e verificando a disponibilidade do Código de Defesa do Consumidor. Se for flagrada alguma situação de peso leve, emitimos uma notificação de orientação ao estabelecimento comercial. Em casos de maior gravidade, emite um auto de constatação”, informa Maurício Carvalho. 

O Procon é mantido pela Prefeitura de Feira de Santana. O órgão orienta os consumidores a denunciar situações irregulares. As denúncias podem ser feitas presencialmente na sede do PROCON (Rua Castro Alves, nº 635, Centro), por telefone através do número (75) 3617-1969, ou pelo aplicativo Procon Feira de Santana.


Foto: Divulgação/CUCA

O Centro Universitário de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana (Cuca-Uefs) promove a 46ª edição do Festival de Violeiros de Feira de Santana no dia 1 de novembro de 2024, a partir das 18h, no Teatro Universitário do Cuca. O evento, que tem entrada gratuita, contará com uma disputa de repente entre 5 duplas de violeiros de diferentes estados do nordeste e apresentação musical do repentista baiano Bule-Bule.

Este ano, 5 duplas convidadas disputarão o primeiro lugar do festival: Hipólito Moura (PI) e Jaciel Rufino (PE); Edvaldo Zuzu (PE) e Daniel Olímpio (PE); Vem Vem do Nordeste (SE) e Galego da Viola (SE); Raimundo Caetano (PB) e Rogério Meneses (PB); Nadinho de Riachão (BA) e Leandro Tranquilino (BA). Os versos improvisados pelos repentistas serão avaliados por uma mesa julgadora formada por entendedores da cantoria.

Para abrir e fechar o evento, o Festival contará com a apresentação musical do ilustre repentista baiano Bule-Bule, importante divulgador da cultura do repente no estado. Além disso, haverá venda de comidas típicas nordestinas pela Feira de Saberes e Sabores da Uefs. O Festival também será transmitido ao vivo no YouTube e Instagram da TV Olhos D’Água.

Sobre o Festival de Violeiros de Feira de Santana

O Festival de Violeiros de Feira de Santana é um evento que celebra a cultura do repente de viola nordestino. Criado em 1975 pelos violeiros feirenses Caboquinho, Dadinho e João Ramos, já foi palco de grandes repentistas nordestinos, como Ivanildo Vila Nova, Pedro Bandeira, Daudeth Bandeira, Severino Feitosa, Mocinha do Passira, João Lourenço e Antônio Queiroz.

Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2021, o Repente, também conhecido como Cantoria, reúne um conjunto de narrativas orais, cantorias e poesia popular improvisadas acompanhadas pela viola caipira. Em competições como o Festival de Violeiros de Feira de Santana, os violeiros, também conhecidos como poetas ou repentistas, improvisam sobre temas e métricas diversas.

Visando a manutenção da tradição do repente na cidade e a preservação do Festival, o Cuca/Uefs organiza o Festival de Violeiros de Feira de Santana desde 2023 em parceria com a Associação de Violeiros e Trovadores da Bahia (AVTB), presidida por João Ramos, um dos criadores do evento.

O 46° Festival de Violeiros de Feira de Santana 2024 é realizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), e pela Associação de Violeiros e Trovadores da Bahia (AVTB), com apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, da TV Olhos D’Água e da Feira de Saberes e Sabores, um projeto da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da Uefs.

Evento: 46º Festival de Violeiros de Feira de Santana 2024

Data: 01/11/2024

Horário: 18h

Local: Teatro Universitário do Cuca

Entrada gratuita (doação de 1kg de alimento não perecível opcional)


Em entrevista exclusiva e reveladora, o médico nefrologista e professor universitário Antônio César de Oliveira, conhecido como César Oliveira, doutor em Medicina e Saúde, e articulista do jornal Tribuna Feirense, compartilha reflexões sobre sua trajetória pessoal e profissional, sua vivência em Feira de Santana e as influências que o motivaram a escrever o livro O Homem das Unhas de Sal.

O lançamento da obra acontece às 19h desta quarta-feira (30/10/2024), no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira, em Feira de Santana. Publicado pela Editora InVerso, o livro reúne memórias pessoais do autor e aborda a universalidade dos laços humanos, destacando a importância das experiências familiares e afetivas ao longo da vida.

Na entrevista conduzida por Carlos Augusto, jornalista e cientista social, diretor e editor do Jornal Grande Bahia (JGB), César Oliveira explora temas como a afetividade humana, a valorização da família e as raízes identitárias que moldam o ser humano e ser agir sobre o mundo. O diálogo oferece ao leitor lições sobre a importância dos vínculos afetivos e das conexões familiares como elementos centrais da experiência humana.

Confira a entrevista

Jornal Grande Bahia — O que o motivou a transformar suas memórias familiares em crônicas literárias?

César Oliveira — Primeiro porque relatar é permanecer e deixar aos seus um retrato de como construímos nossa história para que eles possam compartilhar da mesma emoção, valorizar o feito e ter referências. Em segundo, porque escrever é uma forma de olhar a si próprio e encontrar respostas.

Jornal Grande Bahia — Como foi o processo de reunir seus textos em uma narrativa coesa que resultou no livro?

César Oliveira — Neste livro a busca tornou-se mais direcionada porque  o tomei como ponto de partida de tudo que já escrevi. Então, nossa experiência primordial e definidora é a experiência da família e suas relações. Definido isso, ficou fácil reunir textos referentes aos meus pais e filhos.

JGB — Em que momento você percebeu que suas experiências pessoais poderiam ressoar de forma tão universal?

César Oliveira — Sempre digo que a vivência e a história de cada um são absolutamente individuais, mas as emoções que cada um vive nesse processo familiar são absolutamente coletivas, pois esse é nosso núcleo central, ao redor do qual a maioria ergue suas representações. Eu sou único na forma como sinto, mas sou todos no sentir.

JGB — O livro aborda a relação entre pais e filhos de maneira profunda. Como sua própria experiência como pai influenciou na construção dessa narrativa?

César Oliveira — Nós somos uma trajetória de espelho, de referências, por mais que tentemos nos distanciar dessa filiação. Ao escrever como filho vejo meus pais e seus gestos; ao escrever como pai vejo os gestos deles que lego aos filhos. A sabedoria é evitar aquilo que consideramos inadequado pelo tempo e aprofundarmos aquilo que se tornou valores essenciais do homem que tentamos ser.

JGB — A obra apresenta memórias de sua infância na roça e os laços familiares. Como você equilibrou o pessoal e o universal na narrativa para que outros leitores possam se identificar?

César Oliveira — Em verdade, todos nós tivemos uma infância, dificuldades, ficamos órfãos,  alegrias e aflições. Isso é o mesmo ainda que o leitor esteja na selva, na roça, na casinha de sapê, no cimento urbano. Variam as formas, mas esse conjunto de percepções são universais.

César Oliveira — Sempre digo que a vivência e a história de cada um são absolutamente individuais, mas as emoções que cada um vive nesse processo familiar são absolutamente coletivas, pois esse é nosso núcleo central, ao redor do qual a maioria ergue suas representações. Eu sou único na forma como sinto, mas sou todos no sentir.

JGB — O livro aborda a relação entre pais e filhos de maneira profunda. Como sua própria experiência como pai influenciou na construção dessa narrativa?

César Oliveira — Nós somos uma trajetória de espelho, de referências, por mais que tentemos nos distanciar dessa filiação. Ao escrever como filho vejo meus pais e seus gestos; ao escrever como pai vejo os gestos deles que lego aos filhos. A sabedoria é evitar aquilo que consideramos inadequado pelo tempo e aprofundarmos aquilo que se tornou valores essenciais do homem que tentamos ser.

JGB — A obra apresenta memórias de sua infância na roça e os laços familiares. Como você equilibrou o pessoal e o universal na narrativa para que outros leitores possam se identificar?

César Oliveira — Em verdade, todos nós tivemos uma infância, dificuldades, ficamos órfãos,  alegrias e aflições. Isso é o mesmo ainda que o leitor esteja na selva, na roça, na casinha de sapê, no cimento urbano. Variam as formas, mas esse conjunto de percepções são universais.

JGB — De que maneira você utilizou o humor, presente nas crônicas, para tratar de temas tão sensíveis como as relações familiares?

César Oliveira — O humor sempre é uma forma otimista e sensata de enfrentar o que dói ou incomoda. Ele, às vezes, está presente, mas em outros momentos o lírico predomina. Em alguns textos ele é belo e dolorido, mas esse é o conjunto que nos faz ser o que somos.

JGB — Sendo médico nefrologista e professor universitário, como você conciliou sua carreira com a escrita literária?

César Oliveira — Sempre conciliei estas duas atividades, que de certo modo se alimentam uma da outra,  embora só agora esteja começando a reunir o que fazia de forma esparsa, para dar um sentido de conjunto ao que já escrevi.

JGB — Como a prática da medicina e o contato com diferentes histórias de vida influenciaram seu olhar como escritor?

César Oliveira — A prática médica oferece um potencial imenso de histórias, porque convivemos com a fragilidade do humano e suas emoções expostas, sem freios, com a naturalidade que ela exige e isso rende uma profunda compreensão do humano. De forma real e direta. Então isso tudo acaba ajudando a construir o modo de ver o mundo ao meu redor.

JGB — Quais são suas expectativas em relação ao lançamento do livro em Feira de Santana? Como você enxerga o impacto dessa obra em sua cidade natal?

César Oliveira — Eu estou bastante otimista e os amigos, como você, tem ajudado na divulgação do livro. Evidente que sabemos as dificuldades atuais de leitura impressa,  mas produzir um movimento que leve alguém a ler sempre é muito positivo. Espero que Feira abrace a história que também é dela.

JGB — A Editora InVerso tem uma proposta de estreitar laços entre autor, leitor e editora. Como tem sido sua experiência com a editora nesse processo de publicação e lançamento?

César Oliveira — A editora foi extremamente ágil, dinâmica, respondendo de forma muito correta ao que eu desejava. Fizemos o pré-lançamento na Bienal , em São Paulo, e agora estamos começando o trabalho em Feira

JGB — Em um mundo tão acelerado, qual a importância de resgatar e refletir sobre as memórias familiares?

César Oliveira — Nós somos coletivos, nós somos grupo, nós somos herdeiros do bando. A família tem um papel central no que nos tornamos, nas nossas referências. Ser família de alguém não é algo banal ou simples. Ao contrário, é um trabalho enorme com um profundo impacto no seu destino. O que fazemos ao valorizar a família é sinalizar que aquilo que ela é ecoa por muito tempo em nós.

JGB — Você mencionou que escreve para “lutar com os moinhos de vento”. Pode nos contar mais sobre o significado dessa expressão para você?

César Oliveira — Nós todos, cidadãos e homens, somos cercados permanentemente por “ moinhos de vento”. Os reais – a sociedade e seus costumes, a liberdade, as necessidades básicas de sobrevivência- e os imaginários- aquilo que nos consome. Nossos medos, paixões, pulsões, culpas, enfim aquilo que se não for enfrentado acaba por dobrar nossos joelhos. Escrever é minha forma de ficar centrado no que preciso ser.

JGB — Podemos esperar novas produções literárias no futuro? Há planos para continuar escrevendo ou até explorar outros gêneros?

Sim, já estou trabalhando em um livro de crônicas gerais, sem esse registro familiar de ponto de partida, e selecionado frases curtas das milhares que já fiz, para outro livro.

JGB — Feira de Santana tem um papel importante em sua vida e na sua obra. Como a cidade e suas memórias locais influenciaram sua escrita?

César Oliveira — Sou feirense da feira-livre antiga, dos currais de gado, do Café São Paulo, às segundas-feiras e tudo mais que se tornou uma Feira perdida na memória. Por outro lado, sou da Feira moderna, que serviu de lugar de criação aos meus filhos. Então a antiga e a nova estão sempre presentes comigo.

JGB — Em que medida você acredita que a cultura e os valores do interior baiano estão refletidos em sua obra?

César Oliveira — Quando escrevo a história que vivi, não deixo de fazer um retrato psicológico dos comportamentos que representavam meu tempo, de fazer um retrato social do modo de vida que tive em minha trajetória. Parto do chão, do chão mais batido da roça, até chegar à vida de hoje. E essa cultura e valores acaba sendo uma narrativa que fica nas entrelinhas do texto para ser olhado.

Perfil biográfico

Antônio César de Oliveira, conhecido como César Oliveira, é médico nefrologista e professor universitário com extensa carreira na área de Medicina e Educação Médica. Graduado em Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública em 1985, possui Residência Médica em Nefrologia e é doutor em Medicina e Saúde Humana pela mesma instituição (2009). Atua como professor de Nefrologia no Curso de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e é nefrologista no Instituto de Urologia e Nefrologia (IUNE). Além disso, é Coordenador da Residência de Clínica Médica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, no Hospital Geral Clériston Andrade. Com experiência em hipertensão arterial, síndrome metabólica, risco cardiovascular e disfunção endotelial, Oliveira também se destaca em Educação Médica, especialmente no uso de Metodologias Ativas. Entre 2005 e 2010, coordenou o Curso de Medicina da UEFS. Diretor geral e articulista do jornal Tribuna Feirense, mantém uma presença ativa na área de comunicação e reflexão sobre temas médicos e sociais.

Fonte: Jornal Grande Bahia

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