Disputada a cada quatro anos, a Copa do Mundo é capaz de mudar o rumo das carreiras dos maiores jogadores do planeta. Com o fim do Mundial de 2022, o UOL escolheu cinco estrelas que saíram do Qatar maiores do que entraram; e cinco astros que deixaram o torneio em baixa, pelos mais diversos motivos.
QUEM SAI MELHOR
Lionel Messi – 35 anos (Argentina/PSG), campeão – 7 gols, 3 assistências
O nome da Copa do Mundo. Campeão, melhor jogador e líder de uma Argentina que soube renascer na competição após estrear com derrota para a Arábia Saudita.
O craque argentino chegou ao Qatar para seu quinto Mundial e deixou o torneio com a taça que perseguia desde 2006, quebrando pelo caminho o recorde de partidas disputadas na principal competição do futebol mundial, com 26.
A Copa dos sonhos de Messi teve ainda o recorde de gols dele em uma única edição do torneio. Foram 7, dois deles na final, chegando a 13 em Copas do Mundo e superando o número de Pelé (12 gols em quatro participações).
Agora, a grande dúvida é sobre o futuro do camisa 10 em clubes, já que ele mesmo disse que a Copa-22 seria o fim da linha pela seleção. Com contrato no PSG até julho de 2023, ele tem proposta do Inter Miami, equipe de David Beckham na MLS.
Kylian Mbappé – 23 anos (França/PSG), vice-campeão – 8 gols, 2 assistências
O bicampeonato mundial não veio, mas Kylian Mbappé sai da Copa do Mundo maior do que entrou. Com os 8 gols marcados no Qatar, ele foi o artilheiro da competição, e o maior goleador dos últimos 20 anos (Ronaldo também marcou 8 em 2002).
Além disso, o camisa 10 francês estabeleceu marcas históricas após a decisão do título: ele tornou-se apenas o segundo jogador a marcar três gols em uma final, e é o único da história a marcar quatro vezes em decisões. Tudo isso aos 23 anos.
Dono de um contrato com o PSG que faz dele o jogador mais bem pago do mundo, o francês continuará nos holofotes pelas próximas temporadas, e deve chegar à Copa do Mundo de 2026, aos 27 anos, como um dos grandes nomes do futebol mundial.
No próximo torneio, ele terá um objetivo claro pela frente: tornar-se o maior artilheiro da história das Copas. Atualmente, Mbappé tem 12 gols marcados — o líder da estatística é o alemão Miroslav Klose, com 16.
Luka Modric – 37 anos (Croácia/Real Madrid), 3º colocado
Aos 37 anos, o meio-campista croata encerra a Copa do Mundo como personagem de culto entre os amantes do futebol. Se a Bola de Ouro de 2018 foi questionada, o desempenho no Mundial de 2022 não deixou dúvidas de que Modric é um dos grandes craques desta geração.
Com uma atuação de gala contra o Brasil, o veterano ajudou os croatas a irem muito além da maioria das previsões do início do torneio. A jornada da equipe de Zlatko Dalic acabou com um terceiro lugar, e a festa de Modric ao receber sua medalha de bronze virou uma das imagens da Copa do Mundo.
O futuro da carreira de Modric ainda é incerto. Esperava-se que, depois da Copa do Mundo, ele anunciasse a aposentadoria da seleção croata, mas ocorreu o contrário: o meio-campista disse que ainda tem vontade de defender o país e continuará disponível para os próximos jogos.
Emiliano Martínez – 30 anos (Argentina/Aston Villa), campeão
O título argentino na Copa do Mundo só foi possível graças ao goleiro, que defendeu um chute de Kolo Muani no último lance da prorrogação na final e ainda pegou o pênalti cobrado por Kingsley Coman. Com justiça, foi eleito o melhor do torneio na posição.
Hoje unanimidade na Argentina e no Aston Villa, Martínez passou quase uma década na Europa longe do radar da seleção. Entre 2010 e 2020 ele teve contrato com o Arsenal e foi emprestado para seis clubes, tendo poucas chances em parte deles.
“Dibu”, como é conhecido pelos argentinos, chegou à Copa considerado o melhor do país na posição na última década, mas sai do Qatar muito maior. Ele entra para a lista de heróis do futebol argentino. Nenhum goleiro jamais foi tão importante para um título do país em Mundiais — nem mesmo os míticos Ubaldo Fillol e Neri Pumpido.
Hakim Ziyech – 29 anos (Marrocos/Chelsea), 4º colocado – 1 gol, 1 assistência
O craque da seleção de Marrocos nem sabia se disputaria a Copa do Mundo três meses antes do torneio. Ele estava encostado no Chelsea e brigado com o técnico bósnio Vahid Halilhodzic.
A troca no comando do time trouxe de volta o camisa 7, que não apenas foi convocado, como tornou-se a referência do time que surpreendeu e encantou o mundo, tornando-se o primeiro selecionado africano a alcançar uma semifinal.
Quarto colocado na Copa com os marroquinos, Ziyech volta a reivindicar o status de três anos atrás, quando brilhou no Ajax semifinalista da Champions League. Nos últimos dias, a imprensa europeia já noticiou que Milan e Tottenham querem contratar o habilidoso ponta-direita.
QUEM SAI PIOR
Cristiano Ronaldo – 37 anos (Portugal/sem clube), quartas de final – 1 gol
Em sua quinta Copa do Mundo, o astro português viveu alguns de seus piores momentos com a seleção. Antes mesmo da viagem ao Qatar, uma entrevista polêmica ao jornalista Piers Morgan colocou o atacante em evidência por suas críticas ao elenco e ao treinador do Manchester United, Eric ten Hag.
Durante a Copa, o clube inglês anunciou o rompimento do contrato com o camisa 7. A temporada sem brilho pelo clube estendeu-se ao longo do Mundial. Substituído durante os três primeiros jogos, ele foi parar no banco de reservas durante o mata-mata e não evitou a derrota para Marrocos nas quartas de final.
O que se viu em campo foi um Ronaldo pouco potente fisicamente, e sem o poder de decisão que exibiu em quase duas décadas de carreira. O único ponto positivo foi o gol de pênalti marcado na estreia, contra Gana, que fez do português o primeiro homem a marcar em cinco Copas do Mundo. Após a final, ainda perdeu terreno na eterna discussão sobre quem é o melhor jogador deste século, com o título de Lionel Messi.
A cena de Ronaldo saindo de campo chorando após a derrota para os marroquinos foi uma das mais marcantes do torneio. Nas próximas semanas, ele deve decidir o seu futuro: a tendência é que saia dos grandes centros europeus e assine um contrato milionário com o Al Nassr, da Arábia Saudita.
Neymar – 30 anos (Brasil/PSG), quartas de final – 2 gols
O desempenho de Neymar na temporada pelo PSG criava a expectativa de que ele, finalmente, poderia brilhar em sua plenitude em uma Copa do Mundo. Depois da lesão nas quartas de final em 2014 e de chegar sem ritmo de jogo a 2018, o Qatar era visto como ponto de virada.
Não foi. E a culpa, de novo, foi de uma lesão. Na reta final da vitória brasileira sobre a Sérvia, Neymar foi atingido no tornozelo direito pelo volante Nemanja Gudelj. A lesão tirou o camisa 10 brasileiro de combate até as oitavas de final.
Na volta, Neymar conseguiu brilhar na goleada contra a Coreia, por 4 a 1. Diante da Croácia, nas quartas de final, ele venceu a limitação física e marcou um golaço na prorrogação, mas acabou não participando da disputa por pênaltis que decretou a eliminação brasileira.
Pela expectativa que havia sobre ele e sobre a seleção, Neymar acaba saindo em baixa da Copa do Mundo sobretudo em comparação com seus dois principais colegas de PSG: Messi foi campeão e craque da Copa, e Mbappé marcou três gols da final e foi o artilheiro da competição.
Em 2026, aos 34 anos, o craque brasileiro terá mais uma chance de buscar o título. Ele ainda não confirmou se continuará na seleção, mas vários companheiros já pediram que ele siga vestindo a amarelinha.
Luis Suárez – 35 anos (Uruguai/Nacional), primeira fase – 1 assistência
A despedida do grande jogador uruguaio dos últimos anos foi melancólica. Sentado no banco de reservas após ser substituído, Luis Suárez chorava ao ver que a vitória do Uruguai contra Gana não bastava para ir às oitavas de final.
A última Copa de Luisito acabou em apenas três jogos, um deles como reserva, sem nenhum gol marcado. Sem ritmo de jogo, o atacante que foi um dos melhores do mundo nas últimas décadas acabou sendo presa fácil para as defesas adversárias.
Nas próximas semanas, Suárez deve decidir o futuro. Após o fim do contrato com o Nacional de Montevidéu, ele tem propostas do Cruz Azul, do México e de equipes dos Estados Unidos.
Kevin De Bruyne – 31 anos (Bélgica/Manchester City), primeira fase
O principal jogador da melhor geração do futebol belga chegou à Copa do Mundo sendo considerado um dos grandes craques dos últimos anos. Maestro do Manchester City de Pep Guardiola, exemplo de meio-campista completo, que ocupa espaços, dá assistências e faz gols.
Mas, no Qatar, viu-se muito pouco de Kevin De Bruyne. Nenhum gol, nenhuma assistência e muitos erros, aliados a um time que não esteve bem culminaram com a eliminação ainda na primeira fase, após uma vitória contra o Canadá, uma derrota para Marrocos e um empate diante da Croácia.
Além do desempenho ruim em campo, De Bruyne ainda envolveu-se em polêmicas com os companheiros de equipe. Em uma entrevista antes da Copa, disse que a seleção belga não venceria o torneio porque estava “velha demais”. A frase repercutiu mal no elenco, e foi, segundo a imprensa local, responsável por uma divisão no elenco.
Após a Copa, De Bruyne tentará recuperar o protagonismo no Manchester City. Ele ainda não confirmou se continuará na seleção durante o próximo ciclo.
Karim Benzema – 34 anos (França/Real Madrid), vice-campeão (não jogou)
Melhor jogador do mundo na temporada 2021/22, Benzema era apontado como o grande reforço da seleção francesa na disputa pelo terceiro título. Só que uma lesão às vésperas da estreia fez com que ele fosse descartado pelo técnico Didier Deschamps para a disputa da Copa do Mundo.
O atacante deixou o Qatar e voltou para Madri, mas a recuperação da lesão permitiu que ele voltasse aos treinos e até jogasse um amistoso pelo clube espanhol. A partir de então, alimentaram-se rumores que Deschamps o chamaria de volta para a reta final da Copa, o que nunca aconteceu.
Sem participar da campanha do vice-campeonato, Benzema perdeu aquela que poderia ser sua última chance de conquistar um título — em 2018 ele estava afastado da seleção por problemas extracampo.
Além de perder a chance, ele ainda viu seu substituto, Olivier Giroud, marcar quatro gols na Copa, e assistiu à explosão em Mbappé como um astro ainda maior a nível mundial. Na volta aos jogos oficiais pelo Real Madrid, ele também terá de lutar por uma vaga no time titular: o ataque nos últimos jogos teve Vini Jr., Rodrygo e Federico Valverde.
Informações UOL
A conquista da última Copa América, no Brasil, encerrando um jejum de 28 anos sem títulos oficiais, devolveu à Argentina o prazer de celebrar. A vitória sobre a Itália na Finalíssima, duelo entre os campeões sul-americano e europeu, mostrou que os hermanos queriam mais. Queriam o mundo. E ele veio, após 36 anos de espera e dois vices dolorosos (1990 e 2014). Neste domingo (18), a equipe albiceleste derrotou a França por 4 a 2 na disputa de pênaltis, após empate de 3 a 3 com a bola rolando, no Estádio de Lusail, na decisão da Copa do Catar, assegurando o tricampeonato mundial.
Campeã em casa, em 1978, e no México, oito anos depois, a Argentina ergueu a taça do mundo pela primeira vez longe do continente americano. Em 22 edições, esta é a terceira vez que o feito acontece. As anteriores foram em 1958 (Suécia) com o Brasil e em 2014 (Brasil) com a Alemanha.
Assim como em 1986, o título argentino tem um protagonista destacado. Se lá atrás, o cara foi Diego Armando Maradona, desta vez, teria de ser Lionel Messi. Quis o destino que o craque, de 35 anos, na última Copa da carreira, pudesse, enfim, levantar a taça mais cobiçada do planeta. Mais que isso, sendo o maestro de uma equipe que jogou, é claro, pelo país, mas também pelo camisa 10. Além de campeão, Messi encerrou a competição como vice-artilheiro (com sete gols) e jogador com mais partidas na história dos Mundiais (26, à frente do alemão Lothar Matthäus).
O título coroa uma campanha que, na primeira rodada, parecia improvável. Apesar de favorita, a Argentina estreou derrotada pela Arábia Saudita, por 2 a 1, de virada. O tropeço deu fim a uma sequência de 36 jogos de invencibilidade. A recuperação teve início com a vitória por 2 a 0 sobre o México. O triunfo para cima da Polônia, pelo mesmo placar, deu aos hermanos a liderança do Grupo C. Nas oitavas e nas quartas de final, classificações sofridas ante Austrália (2 a 1) e Holanda (nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal). Na semifinal, a grande atuação da equipe, no 3 a 0 aplicado na Croácia.
Os franceses, então atuais campeões, sentiram o gosto amargo do vice pela segunda vez – a primeira foi em 2006. Perderam a chance de repetir o Brasil de Pelé e Garrincha, última seleção a vencer duas Copas seguidas, entre 1958 e 1962. A juventude do elenco dos Bleus, cheio de nomes abaixo dos 30 anos (21 dos 25 convocados), entre eles o craque Kylian Mbappé, mostra, porém, que os europeus permanecerão fortes rumo ao próximo Mundial, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México). O camisa 10, aliás, marcou três gols na final e acabou a competição no Catar como artilheiro, com oito gols, chegando a 12 na história do torneio, mas acabou não sendo suficiente.
Na França, Didier Deschamps mandou a campo uma formação sem surpresas, com as voltas do zagueiro Dayot Upamecano e do volante Adrien Rabiot, recuperados de gripe, em relação ao time que bateu Marrocos por 2 a 0, na semifinal. Do lado argentino, a expectativa era que Lionel Scaloni escalasse um time com três zagueiros, para segurar Mbappé. O treinador, porém, não apenas repetiu a linha de quatro defensores da vitória sobre a Croácia, como trocou o volante Leandro Paredes pelo atacante Ángel Di Maria.
A opção de Scaloni se mostrou acertada. Foi justamente com Di Maria, aberto pela esquerda, infernizando o lateral Jules Koundé, que a Argentina tomou conta do primeiro tempo. Aos sete minutos, o atacante rolou para o volante Rodrigo De Paul soltar a bomba da entrada da área. A bola desviou no zagueiro Raphael Varane e quase surpreendeu o goleiro Hugo Lloris. Aos 16, após retomar a bola no meio e tabelar com Messi pela direita, De Paul chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro para Di Maria chegar batendo, por cima da meta.
A superioridade argentina se consolidou a partir dos 20 minutos, novamente com Di Maria. O camisa 11 invadiu a área pela esquerda e foi derrubado pelo também atacante Ousmana Dembelé. Messi, de pênalti, deslocou Lloris e abriu o marcador. Aos 35, o meia Alexis Mac Allister puxou contra-ataque com Messi, que achou Júlian Álvarez pela direita. O atacante lançou Mac Allister, que entrou na área e rolou na esquerda para Di Maria, na saída do goleiro francês, ampliar a vantagem sul-americana e se emocionar na comemoração.
Passados 40 minutos, a França praticamente não tinha passado do meio-campo, levando Deschamps a mexer duas vezes no time, ainda no primeiro tempo: Ousmane Dembelé e Olivier Giroud deram lugar aos também atacantes Marcus Thuram e Randal Kolo Muani, os mesmos que entraram no jogo contra Marrocos e ajudaram a equipe a sacramentar a classificação à final. Mesmo assim, os Bleus foram para o intervalo sem uma única finalização, nem sequer para fora.
Na volta para o segundo tempo, os argentinos se mantiveram no campo ofensivo, encurralando os franceses. Aos 13 minutos, Álvarez recebeu de Di Maria na área, pela esquerda, mas o chute, sem ângulo, foi salvo por Lloris, no canto direito. No lance seguinte, Di Maria, mais uma vez, passou como quis por Koundé na área e cruzou rasteiro. A bola passou por De Paul, mas não por Messi, que driblou Thuram, mas foi travado por Rabiot na hora certa, já na pequena área.
Somente aos 22 minutos da etapa final é que a França, enfim, conseguiu finalizar, após 74 minutos bola rolando (considerando os acréscimos do primeiro tempo), em cabeçada para fora de Kolo Muani. Aos 25, foi a vez de Mbappé encontrar brecha para dar o primeiro chute na partida, por cima. Ainda pouco, é claro, mas sinal de que os franceses estavam vivos na partida.
Tão vivos que, em dois minutos, buscaram o empate de forma inacreditável. Aos 34, quando a torcida argentina já cantava olé nas arquibancadas, Kolo Muani disparou pela esquerda, entrou na área e sofreu a carga do zagueiro Nicolás Otamendi. Pênalti claro, que Mbappé converteu, soltando a bomba no canto direito do goleiro Emiliano Martínez. Aos 36, o atacante Kingsley Coman desarmou Messi na direita, avançou e cruzou na medida para Mbappé, que acertou um lindo chute de primeira. Tudo igual no Lusail.
Em choque e já sem Di Maria (que deu lugar ao lateral Marcos Acuña) a Argentina sofreu a blitz de uma França acesa, muito graças às entradas de Coman e Eduardo Camavinga. Nos acréscimos, aos 47 minutos, o volante (que substituiu o lateral Théo Hernández) desarmou De Paul na esquerda e lançou Mbappé, que bateu cruzado, de fora da área, com desvio, por cima. Na sequência, após jogada de Thuram em cima de Otamendi pela esquerda e passe de Camavinga para dentro da área, Rabiot chutou rasteiro, livre, para boa defesa de Martínez, em dois tempos. Três minutos depois, enfim, a resposta dos hermanos em finalização de Messi, da meia-lua, que Lloris defendeu de mão trocada.
O duelo foi à prorrogação, com a França mais inteira fisicamente que a Argentina. Não que isso, em algum momento, fosse um empecilho para os hermanos, que conseguiram se reorganizar. Se o primeiro tempo extra foi de poucas emoções, o segundo teve de sobra. Aos três minutos, o meia Enzo Fernández lançou o atacante Lautaro Martínez (que tinha acabado de entrar), que entrou na área pela direita e bateu. Lloris defendeu, mas Messi, na sobra, mandou para as redes.
A celebração sul-americana, porém, durou pouco. Aos dez minutos, Mbappé chutou da entrada da área, pela direita, e a bola explodiu no braço do lateral Gonzalo Montiel (que estava dentro da área). Mais um pênalti a favor dos franceses e mais um gol do camisa 10 dos Bleus, o terceiro dele na final, repetindo o feito do inglês Geoff Hurst, em 1966, último a marcar três gols em uma decisão. A virada só não saiu aos 17 minutos, já nos acréscimos, porque Martínez fez milagre em chute de Kolo Muani.
A decisão da taça, como em 1994 e 2006, seria nos pênaltis. Craques da final, Mbappé e Messi abriram a série convertendo as respectivas cobranças. Na segunda rodada de batidas, Martínez pulou no canto direito para defender o chute de Coman e o atacante Paulo Dybala, que entrou na segunda etapa da prorrogação, colocou os argentinos à frente.
A pressão em cima dos franceses aumentou quando o volante Aurelie Tchouaméni, tentando tirar a bola do alcance de Martínez, exagerou na cobrança e mandou à direita, para fora. Paredes, na sequência, aumentou a vantagem dos hermanos. Na quarta rodada, Kolo Muani soltou a bomba no meio do gol para manter os europeus vivos, mas coube a Montiel (o mesmo que cometera o pênalti na prorrogação) fazer o gol do título.
Argentina tricampeã mundial. Em algum lugar do céu, Maradona sorri.
Informações Agência Brasil
França e Argentina disputam, a partir das 12h (horário de Brasília) deste domingo (18) no Estádio de Lusail, o título da Copa do Catar. Tanto para europeus como para sul-americanos a decisão será a oportunidade de alcançarem o terceiro título na competição.
Após a conquista do último Mundial, em 2018 (Rússia), os franceses chegam com certo favoritismo à partida deste domingo. Contando com uma talentosa geração de jogadores, que tem o atacante Kylian Mbappé como expoente, a França pode igualar um feito que apenas o Brasil tem em Copas, alcançar um bicampeonato consecutivo (a seleção brasileira triunfou nos mundiais de 1958 e de 1962).
Para isto, a equipe comandada pelo técnico Didier Deschamps teve que superar uma sequência de lesões que afastou nomes como os dos meios-campistas N’Golo Kanté e Paul Pogba e do atacante Karim Benzema, atual detentor do prêmio de melhor jogador do mundo.
Essas ausências fizeram com que alguns jogadores assumissem novas responsabilidades na equipe (caso do atacante Antoine Griezmann, que tem atuado de forma mais recuada para colaborar no meio-campo) e que outros se tornassem titulares importantes (como o volante Tchouaméni e o lateral Theo Hernández).
Para a decisão o técnico Didier Deschamps deixou claro, em coletiva no último sábado (17), que sabe que terá de lidar com um desafio extra, o apoio dos apaixonados torcedores argentinos presentes no Estádio de Lusail (milhares de torcedores chegaram ao Catar nos últimos dias para acompanharem a decisão): “Estou ciente de que esta seleção argentina tem um apoio popular muito forte. Obviamente, o estádio amanhã será majoritariamente de torcedores argentinos. Espero um clima festivo, os argentinos são um povo apaixonado, totalmente a favor de sua equipe. Dá uma atmosfera festiva, positiva, eles cantam muito, são muito expressivos. É bom ter esse clima para uma partida dessas porque é uma final de Copa do Mundo, mas nossos adversários não estão nas arquibancadas, os únicos que temos estarão em campo”.
Caso saia vencedora, a França chegará ao tricampeonato em mundiais de seleções da Fifa, após as conquistas de 1998, alcançada em sua casa, e de 2018, na Rússia.
A Argentina também chega à decisão tentando levantar pela terceira vez o troféu de uma Copa do Mundo (após vencer em 1978, em sua casa, e em 1986, no México). Porém, ao invés de concentrar suas esperanças em uma jovem estrela, como a França, os hermanos esperam muito do veterano craque Lionel Messi.
Disputando o seu último Mundial pela seleção de seu país, o atacante busca no Catar o título que ainda falta em sua vitoriosa carreira. Proporcionar esta última glória a Messi parece ser um combustível extra para os jogadores da Argentina. “Vejo o Leo [Messi] feliz, como todos os argentinos. Era difícil superar o Messi da Copa América [primeira competição que o camisa 10 conquistou pela seleção principal de seu país], mas agora o vejo ainda melhor”, declarou o goleiro Emiliano Martínez em entrevista coletiva.
Porém, o técnico Lionel Scaloni deixou claro que o confronto deste domingo não se restringe a um embate entre Mbappé e Lionel Messi, mas envolve duas equipes que têm muita história no futebol mundial: “O jogo de amanhã é Argentina contra França, além de Messi e Mbappé”.
O treinador afirma isso porque, no decorrer da campanha da Argentina no Catar, viu surgir uma geração de jovens valores (como o atacante Julián Álvarez e o meio-campista Enzo Fernandez) que podem estar assumindo o protagonismo da equipe nacional argentina justamente com uma conquista memorável.
Informações Agência Brasil
A Croácia venceu Marrocos pelo placar de 2 a 1 neste sábado (17), no estádio Internacional Khalifa, e conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo do Catar.
Algoz do Brasil, a seleção europeia abriu o placar logo no início da partida com o jovem zagueiro Gvardiol, mas viu o defensor marroquino Dari empatar o jogo minutos depois. O gol da vitória croata veio ainda no primeiro tempo, com o atacante Mislav Orsic.
Veja abaixo os melhores momentos:
Com o triunfo, os croatas alcançam sua segunda melhor campanha em Copas, ficando atrás apenas de 2018, quando foram vice-campeões no Mundial da Rússia.
A Croácia também ficou em terceiro lugar em 1998, na Copa do Mundo disputada na França. Na ocasião, o atacante Davor Suker foi o artilheiro da competição com seis gols – a única edição em que o país teve o maior goleador do torneio.
Argentina e França decidem o título neste domingo.
Créditos: CNN Brasil.
Às vésperas da semifinal da Copa do Mundo do Qatar, diante de Marrocos, a França teve dois desfalques inesperados: Rabiot e Upamecano estavam gripados. A classificação à final foi seguida de uma extensão do surto de um vírus entre os franceses: Varane, Konaté e Coman estão baqueados e são dúvida para a decisão deste domingo (18), às 12h (de Brasília), no estádio Lusail.
Esse é só o último obstáculo (pelo menos é o que se espera) de uma série de contratempos que afetou a campanha francesa na Copa 2022. O que não impediu o time de estar às portas do bicampeonato.
Antes da Copa, a França perdeu dois de seus principais jogadores, Kanté e Pogba, por contusões musculares na coxa. Os dois eram a base do meio-campo campeão do mundo, em 2018, na Rússia. Mas não foram os únicos desfalques.
Além deles, ficaram na fase de preparação o zagueiro Kimpembe, que era candidato a titular, e outros atletas menos votados, como o goleiro Maignan, o meia Kamara e o atacante Nkunku.
Às vésperas da Copa, a seleção francesa perdeu sua maior estrela ao lado de Mbappé: Benzema sofreu uma lesão muscular. Deixou o time, mas continuou a ser uma sobra para a França. São constantes as perguntas de jornalistas sobre o jogador, visto que ele voltou a treinar no Real Madrid e poderia ficar à disposição do técnico Didier Deschamps. “Não sou o treinador. Creio que Benzema está machucado e não tenho explicação”, disse Dembélé.
Com a Copa em curso, no primeiro jogo diante da Austrália, o lateral esquerdo Lucas Hernández sofreu grave lesão no ligamento cruzado do joelho direito e foi cortado da equipe. Seu irmão, Theo, tornou-se titular. Autor do gol contra Marrocos, Theo também tem problema no joelho e não treinou ontem (16) – a ver sua recuperação. Para piorar, Tchouameni, figura vital para a França, também foi poupado de treinos por dores no quadril.
Depois de todos esses azares, a França enfrenta agora um surto de gripe na semana decisiva da Copa. Teve de isolar já cinco jogadores para evitar um contágio do grupo, dois deles, Rabiot e Upamecano, já voltaram aos treinos.
São tantos infortúnios que, se o time azul ganhar, será uma demonstração de resiliência. Não dá nem para times como o Brasil, que também perdeu jogadores por contusão, reclamar de azar.
Com a bola rolando, sim, os deuses do futebol parecem ter recompensado os franceses pelo que lhes tiraram. O próprio Deschamps atribuiu a um pouco de sorte o triunfo sobre a Inglaterra — o atacante Harry Kane perdeu um pênalti. Não dá para saber o que seria da França se não tivesse tantos problemas.
Informações UOL Esporte
No próximo domingo, França e Argentina farão uma final histórica de Copa do Mundo. De um lado estará Lionel Messi, que busca seu primeiro título mundial pela seleção. Do outro, Kylian Mbappé, que terá a chance de, aos 23 anos, repetir o feito de 2018 e levar a França ao bicampeonato consecutivo.
Os dois craques são fenômenos, dentro e fora de campo. Porém, longe do Catar, um outro nome segue reinando quando o assunto é redes sociais. Mesmo eliminado nas quartas de final e reserva da seleção portuguesa no mata-mata, Cristiano Ronaldo é insuperável no Instagram.
Única pessoa do planeta a ultrapassar a marca de 500 milhões de seguidores, o atleta português apresenta, nesta sexta-feira (16), 516 milhões de fãs em sua conta na plataforma. Somente durante a maior competição de futebol do planeta, iniciada no fim de novembro, o atacante angariou mais de 16 milhões ao seu perfil, o que supera a população de Portugal, que é em torno de 10,3 milhões.
Sozinho, CR7 tem 46 milhões a mais de seguidores do que a soma dos finalistas Messi (391 mi) e Mbappé (78,2 mi). Juntos, o argentino e o francês ostentam 469,2 milhões em seus perfis.
Mas o que justificaria tamanha diferença do artilheiro europeu em relação aos demais craques e colegas de profissão? Para Tiago Pinheiro, sócio-diretor da AMP Propaganda, especialista em branding e diretor de marketing do Goiás Esporte Clube, tal sucesso se deve à estratégia adotada e seguida pelo jogador ao longo dos anos.
“Cristiano foi um dos primeiros atletas a embarcar no Instagram e, apesar de ser reconhecidamente um exemplo de comprometimento, pautou sua construção de marca sempre extrapolando o meio esportivo: moda, lifestyle, família e causas sociais. Isso vem se repetindo há muito tempo. Esse movimento naturalmente ampliou sua base de fãs e, aliado ao sucesso que Ronaldo teve em campo ao longo de várias temporadas, contribuiu para tanto destaque. Pra resumir, Cristiano é fora de série no digital porque tem um posicionamento de marca bem definido, com consistência, autenticidade e personalidade”, pontua Pinheiro.
Tamanha relevância nas redes também se transformou em uma fonte de receita milionária para o lusitano. Dados da consultoria Statista, do fim de 2021, mostravam que CR7 cobrava US$ 1,6 milhão por post no Instagram. Na época, Cristiano tinha 383 milhões de seguidores. Hoje, estima-se que esse valor ultrapasse a casa dos R$10 milhões.
“O Cristiano é um dos maiores nomes do esporte mundial. É um fenômeno dentro e fora de campo. Ele consegue se conectar com o mundo todo e, constantemente, tem quebrado recordes de alcance e faturamento. O case dele foge da normalidade e dificilmente será superado a curto e médio prazo”, aponta Pedro Melo, dirigente do Atlético-MG, responsável pela captação e gestão de patrocínios do clube.
Já Armênio Neto, especialista em novos negócios da indústria do futebol e que atua na conexão de empresas junto a atletas, destaca a mudança no cenário do marketing esportivo, com a transformação dos atletas em marcas globais.
“O alcance e a relevância dos grandes nomes do esporte ultrapassam a fronteira dos campos e das quadras. Hoje, essas estrelas são, na verdade, marcas extremamente valiosas, que dialogam diretamente com milhões de pessoas. LeBron James, Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo são um exemplo perfeito desta nova realidade”, finaliza Neto.
Messi – 391 milhões
Mbappé – 78,2 milhões
Cristiano Ronaldo – 516 milhões
Informações UOL Esporte
E aí, para quem você vai torcer na final da Copa do Mundo?
Mesmo quando a decisão do torneio mais importante de futebol do planeta não envolve a seleção brasileira, essa pergunta costuma ter uma resposta “certa” e uma “errada” para a opinião pública do país de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho.
Desta vez, a situação é diferente. Afinal, a final do Qatar-2022, domingo, entre Argentina e França, parece até saída dos pesadelos mais profundos do torcedor brasileiro.
De um lado, estará o mais tradicional arquirrival do futebol pentacampeão mundial, uma seleção pela qual o brasileiro é treinado desde pequenininho a não nutrir sentimentos muito positivos.
Ainda que a possibilidade de Lionel Messi, enfim, conquistar a consagração máxima da sua carreira desperte simpatia de muita gente, a Argentina continua sendo a Argentina da “água batizada” na Copa-1990 e dos inúmeros gritos e cantos de macacos dirigidos a nossos jogadores ao longo da história.
Só que, do outro lado do campo, estará a seleção que mais machucou o Brasil ao longo das últimas décadas. A França tirou o time canarinho do Mundial-1986, derrotou-o na final de 1998 e mandou para casa o celebrado “quadrado mágico” em 2006.
Também é a força que, desde a virada do século, mais ameaça a ideia de que nós somos o país do futebol.
A França já ganhou a última Copa e pode ser a primeira bicampeã legítima do torneio em 60 anos, desde justamente o Brasil de Pelé, vencedor em 1958 e novamente ganhador em 1962. Também tem Kylian Mbappé, sedento por seu segundo título mundial e pela estreia no posto de melhor jogador do planeta.
Por fim, provocou hoje a eliminação de Marrocos, a equipe que se tornou a “queridinha” de todas as torcidas por viver um conto de fadas no Qatar-2022.
A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e teve a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e foi baixa.
O torneio está sendo jogado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.
Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
E aí, para quem você vai torcer na final da Copa do Mundo?
Informações UOL
A final da Copa do Mundo será uma disputa pelo tricampeonato. A França venceu o Marrocos (2 a 0), última zebra do Catar 2022, na noite desta quarta-feira (14), no estádio Al Bayt, e se classificou à final. Na decisão, enfrentará a também duas vezes campeã Argentina. Théo Hernandez e Kolo Muani fizeram os gols.
A França conquistou o título em 1998 e em 2018, já a Argentina levantou o troféu em 1978 e em 1986. O duelo de domingo (18), às 12 horas (de Brasília), no Lusail, então, será a disputa pelo terceiro título mundial, um duelo particular entre Kylian Mbappé e Lionel Messi. Um dia antes, no mesmo horário, no Internacional Khalifa, o Marrocos terá enfrentado a Croácia na disputa pelo terceiro lugar.
Os Bleus são a primeira equipe desde a Canarinho, em 1998, a chegar à final da competição defendendo o título. Se conquistar o troféu, quebrará ainda outra marca do Brasil: será a primeira equipe bicampeã desde 1962.
Apesar da frustração, o time do técnico Walid Regragui chegou até aqui com muitos méritos. Primeira seleção africana a se classificar para uma semifinal, apenas o terceiro time de fora da Europa e da América (junto com Estados Unidos em 1930 e Coreia do Sul em 2002), a equipe fez muito mais do que o marroquino mais empolgado poderia imaginar. O sistema com cinco defensores e mais quatro no meio-campo se mostrou eficaz em até certo ponto.
Mas alegria marroquina virou tensão logo aos 4 minutos. A melhor defesa do Catar 2022, que havia sido vazada só no último jogo da primeira fase (na vitória contra o Canadá) falhou e, diante da atual campeã do mundo, o erro custou caro. Depois de bate-rebate na área em jogada iniciada com Mbappé, a bola sobrou para o lateral-esquerdo Theo Hernández aproveitar uma indecisão do goleiro Yassine Bounou e marcar de voleio.
Com uma bravura sem igual nessa competição, a seleção marroquina, de torcida barulhenta, maioria no estádio que imita uma tenda dos tempos nômades no mundo árabe, até que se reencontrou no jogo. Em duas grandes oportunidades, Hugo Lloris mostrou que está em grande fase nas defesas do chute forte de Azzedine Ounahi e na bicicleta de El Yamiq.Hugo Lloris fez boa defesa na bicicleta de El Yamiq no segundo tempo da partidaADRIAN DENNIS/AFP – 14.12.2022none
Os primeiros 15 minutos da etapa complementar significam a passagem definitiva para a história para os marroquinos. El-Nesyri e Attiat-Allah perderam grandes oportunidades. Hamdallah fez fila dentro da área, mas esqueceu de chutar para o gol. Enquanto isso, com maior poderio ofensivo, os atuais campeões do mundo se preparavam para o contra-ataque. O centroavante Olivier Giroud, mais preso na área, chegou a dar lugar para Marcus Thuram dividir as jogadas de velocidade com Mbappé.
E foi assim mesmo que saiu o gol. Mbappé mais uma vez colocou os zagueiros para dançar dentro da área, tabelou com Thuram e cruzou para Kolo Muani garantir a vitória. Foi o primeiro toque na bola do jogador que havia acabado de entrar. O silêncio entre muitos dos 68.294 presentes colocava os franceses na final e os marroquinos na disputa pelo terceiro lugar. A partida coroou o melhor futebol e a grande surpresa do Mundial, cada um com o seu valor.
Informações R7 Esportes
A surpreendente seleção de Marrocos enfrenta a França, a partir das 16h (horário de Brasília) desta quarta-feira (14) no Estádio de Al Bayt, em busca de uma vaga na grande decisão da Copa do Mundo.
O confronto desta quarta coloca frente a frente a atual campeã França e um Marrocos que tenta chegar pela primeira vez a uma decisão de Mundial.
Para os marroquinos, a presença em uma semifinal de um Mundial de seleções já é um fato histórico, pois eles se tornaram a primeira equipe africana nesta fase da competição. Segundo o técnico Walid Regragui, uma das explicações para a histórica classificação de sua equipe é o trabalho em equipe. “Todos estão trabalhando, todos estão dando o melhor em todos os sentidos, e jogamos um jogo coletivo sempre com bom espírito”, declarou em entrevista coletiva.
Segundo o treinador, sua equipe entrará no gramado na condição de zebra. Porém, ele afirma que esta é uma situação que não o incomoda: “Sei que não somos favoritos, mas estamos confiantes. Você pode pensar que estou doido, mas acho que um pouco de loucura é bom”.
Se dentro do gramado o Marrocos tem se notabilizado pelo esforço e entrega, fora a torcida tem sido uma fonte de força extra, o que, segundo o técnico francês Didier Deschamps, não é uma preocupação: “Eles se beneficiam de um enorme apoio. Já vi isso e meus observadores me falaram. Sabemos que vai ser extremamente barulhento, faz parte do contexto e teremos que estar prontos para isso”.
Quem também destaca o ambiente formado pela torcida marroquina nas partidas da Copa é o capitão da França, o goleiro Hugo Lloris, que garante que a sua equipe está pronta para enfrentar o ambiente hostil: “Eles [marroquinos] têm muitas qualidades dentro e fora do campo em termos de coesão. O ambiente será hostil, mas estamos nos preparando calmamente. Teremos que estar prontos para subir de nível mais uma vez”.
Quem avançar na semifinal entre França e Marrocos enfrentará a Argentina, que na última terça (13) superou a Croácia por 3 a 0 para se tornar o primeiro finalista. A grande decisão da competição será disputada, a partir das 12h (horário de Brasília ) do próximo domingo (18), no Estádio de Lusail.
Informações Agência Brasil
A Argentina vai para a sua sexta final de uma Copa do Mundo, pela segunda vez com Lionel Messi em campo. Enquanto a seleção sonha com o tricampeonato, o craque de 35 anos busca o título que falta em sua extensa galeria de troféus na sua última participação no torneio. Hoje (13), a Albiceleste venceu a Croácia por 3 a 0, no Estádio Lusail, e carimbou a sua vaga na grande decisão do Mundial do Qatar. Agora só falta um jogo para concluir essa história.
Lionel Messi, de pênalti, e Julián Alvarez, duas vezes, marcaram os gols da classificação. O camisa 10 foi o grande protagonista da partida com um gol e uma assistência à la Messi. Com isso, a Argentina está de volta à final oito anos depois de ter sido derrotada pela Alemanha, por 1 a 0, na decisão da edição de 2014, realizada no Brasil. A seleção adversária será França ou Marrocos, que entram em campo amanhã (14), às 16h (de Brasília), para definir quem se classifica na outra semifinal.
Após eliminar o Brasil nas quartas de final, a Croácia tinha como missão superar outro gigante sul-americano em busca de seu título inédito. Os croatas mal criavam perigo e até conseguiram segurar os argentinos por meia hora, mas começaram a ceder espaço e levaram dois gols em cinco minutos antes do final do primeiro tempo. A atual vice-campeã não conseguiu reverter o placar na etapa final, ainda sofreu o terceiro em uma jogada com a genialidade de Messi e terminou derrotada em sua sexta participação em Mundiais.
A Argentina, que disputa a sua 18ª Copa, segue viva na missão de voltar a ser campeã depois de 36 anos — os títulos foram conquistados em 1978 e 1986. No próximo domingo (18), às 12h, será decidido se a seca argentina no torneio terá fim, e se Messi se aposentará com ou sem um título do Mundial. A Croácia, por sua vez, disputará o terceiro lugar.
Como já foi em toda a Copa, os argentinos transformaram Doha como se fosse uma partida de Libertadores em Buenos Aires. Desde o metrô, passando pelo entorno até dentro do Estádio Lusail, o sotaque era um só: o portenho. Não deu para ouvir os croatas um minutinho durante os 90 minutos do confronto.
O duelo começou truncado, com ambas seleções alternando o controle da posse de bola, mas sem aplicarem muita intensidade. A ideia de não dar espaços ao adversário era maior do que a de buscar a vantagem. A Argentina até tentou impor uma pressão inicial, mas acabava recorrendo aos lançamentos longos diante da barreira da Croácia quando tinha a bola.
Liderados por Modric, os croatas estavam compactamente alinhados em campo e logo passaram a trocar passes para buscar uma brecha na defesa argentina. Enquanto as equipes se continham nas ações, a criatividade fazia falta. A bola mal chegou a levar perigo para qualquer um dos lados e sequer houve uma finalização em 15 minutos de jogo.
Após se livrar da bola perto da linha lateral no meio de campo, aos 18 minutos, Messi colocou a mão na parte de trás da coxa esquerda. ‘Será que tinha sentido?’. O pequeno gesto foi o suficiente para gerar uma preocupação generalizada sobre o estado físico do craque de 35 anos.
Ao começar como titular, o argentino chegou a 25 partidas disputadas em Mundiais, igualando o alemão Lothar Matthaus como o jogador que mais atuou em Copas.
Passada a metade da etapa inicial, as equipes começaram a se arriscar mais, cedendo terreno em campo. Com isso, abriu-se espaço para contra-ataques e jogadas explorando a velocidade. Foi assim que a Argentina teve um pênalti marcado aos 31′.
Enzo Fernández fez um lançamento nas costas de Lovren e Julián Alvarez ficou livre em frente ao gol. O camisa 9 argentino bateu por cima na saída de Livakovic, mas pegou sem força e a bola acabou sendo afastada antes de cruzar a linha pelo zagueiro croata, que conseguiu se recompor. Entretanto, o goleiro se chocou com o jovem atacante na jogada. O árbitro italiano demorou alguns segundos, mas assinalou a penalidade e deu cartão amarelo ao arqueiro — além de penalizar Kovacic por reclamação e expulsar um auxiliar croata no banco de reservas.
Não poderia ser outro batedor: o capitão e camisa 10 foi para a cobrança. Independentemente de ter sentido ou não o incômodo na coxa. O goleiro argentino Dibu Martínez ficou de costas para o gol esperando pelo veredito. Messi chutou alto, no canto esquerdo, sem chances para Livakovic, que até acertou o lado. 1 a 0 na semifinal e outro recorde quebrado para ele, que chegou a 11 gols em Copas e se tornou o maior artilheiro argentino no torneio mundial.
Logo após inaugurar o placar, a Argentina emendou o seu segundo gol, novamente em jogada com Alvarez como protagonista. Aos 39′, o atacante de 22 anos ampliou com um toque de sorte e de estrela. Ele recebeu na intermediária e conduziu a bola em um contra-ataque fatal até a área adversária. Dois defensores até chegaram para dar o bote, mas a bola acabou sobrando para o camisa 9 em ambas as disputas. Na pequena área, ele apenas precisou empurrar para o gol diante de Livakovic.
2 a 0 em cinco minutos mágicos para os argentinos. A seleção sul-americana ainda quase ampliou o placar aos 42′ com Mac Allister, de cabeça, após encanteio. O goleiro croata, que se destacou contra o Brasil, precisou se esticar para defender e, no reflexo, fez com que a bola passasse rente à trave.
Em desvantagem, a Croácia teve que se arriscar mais na partida, mas não conseguia levar perigo ao gol defendido por Dibu. Enquanto isso a Argentina segurava o jogo e buscava definir o resultado no contra-ataque. Os argentinos, inclusive, ficaram mais próximos do terceiro gol do que os croatas estiveram de marcar o primeiro.
Alvarez seria considerado o protagonista da partida — se não fosse por Lionel Messi. O capitão argentino fez valer toda a sua genialidade em campo para criar a jogada do terceiro gol. Ele arrancou da linha lateral e fez o zagueiro Gvardiol, uma das revelações do torneio, parecer criança na marcação. O camisa 10 praticamente sambou diante do defensor croata para chegar até a linha de fundo e cruzar para trás para Alvarez escorar para dentro da rede, marcando o seu segundo no jogo e o terceiro da Argentina.
Com o capitão inspirado, a Albiceleste acabou sobrando em campo diante de uma Croácia apática, que não teve sucesso em repetir a estratégia contra os brasileiros e não resistiu à Argentina de Lionel Messi.
Argentina 3 x 0 Croácia
Competição: Semifinal da Copa do Mundo de 2022
Local: Estádio Lusail, em Doha, no Qatar
Data e hora: 13 de dezembro de 2022, às 16h (de Brasília)
Árbitro: Daniele Orsato (ITA)
Assistentes: Ciro Carbone e Alessandro Giallatini
VAR: Massimiliano Irrati (ITA)
Público: 88.966 mil torcedores
Gols: Messi (ARG), aos 34′, e Julián Alvarez (ARG), aos 39′ do primeiro tempo e aos 24′ do segundo tempo
Cartões amarelos: Livakovic (CRO), Kovacic (CRO), Romero (ARG) e Otamendi (ARG)
Argentina: Dibu Martínez; Molina (Foith), Romero, Otamendi e Tagliafico; Paredes (Lisandro Martínez), Fernández, De Paul (Palacios) e Mac Allister (Correa); Messi e Alvarez (Dybala). Técnico: Lionel Scaloni.
Croácia: Livakovic; Juranovic, Gvardiol, Lovren e Sosa (Orsic); Brozovic (Petkovic), Kovacic e Modric (Majer); Pasalic (Vlasic), Kramaric (Livaja) e Perisic. Técnico: Zlatko Dalic.
Informações UOL