Fazer sexo com um amigo pode se tornar um drama, mas existem formas de levar a situação de forma tranquila; veja como
A amizade colorida, vez ou outra, volta a ser pauta. Durante participação no programa Surubaum, de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, os convidados Patrícia Ramos, Giovanna Lancellotti e Jonathan Azevedo deram suas opiniões sobre o sexo entre amigos fortalecer ou atrapalhar a relação.
Patrícia Ramos, por exemplo, compartilhou que já tentou ter uma “amizade colorida” com um de seus amigos. Eles, porém, pararam no momento em que ela descobriu que seria pedida em namoro. “Me viu pelada, apaixonou”, brincou e empresária.
Contudo, há quem discorde e afirme que transar com amigos fortalece a amizade. Uma pesquisaconduzida por Heidi Reeder, da Boise State University (EUA), aponta que manter relações sexuais com um amigo pode fortalecer a amizade.
O levantamento, feito com 300 homens e mulheres, mostrou que 20% dos entrevistados já mantiveram relações sexuais com amigos. Entre eles, 76% afirmaram que a amizade ficou melhor e mais fortalecida após transarem. Para 50% dos participantes, vale ressaltar, o sexo casual virou um relacionamento posteriormente.
Se a intenção for evitar dramas desnecessários e ficar apenas na amizade, existem algumas medidas a tomar. Para a sexóloga Michelle Sampaio, encarar o sexo apenas como diversão não é um problema, desde que todas as expectativas estejam alinhadas.
“Seja para o homem ou para a mulher, seja uma única vez ou pegações quando estão carentes, ver o sexo apenas como fonte de prazer é uma opção legal, principalmente se é com um par que você confia e ainda sente atração física”, elucida.
A chave para a experiência dar certo e não “melar” a amizade é simples, mas nem sempre fácil: comunicação. Ainda que o sexo aconteça de forma espontânea e não programada, sem chances para uma conversa pré, depois que acontece, é recomendado não evitar nenhum tipo de conversa, a fim de espantar mal-entendidos.
“Siga o bom senso e use a comunicação e a intimidade a seu favor. Compartilhe o que está sentindo. Caso esteja se apegando, ou desconfie que está tendo sentimentos além da transa, fale com a parceria”, orienta a especialista.
Informações Metrópoles
Os amigos têm papel importante na nossa vida: trazem suporte emocional em momentos bons e ruins, na “alegria e na tristeza”. Aliás, é na amizade que muitas pessoas podem encontrar o conforto que não tiveram na família.
O problema é que, para algumas pessoas, nem sempre é fácil criar novos laços (ou manter os antigos), principalmente na fase adulta, quando tudo parece ficar mais complexo —filhos, agenda lotada, trabalho e por aí vai.
A pandemia e as novas relações de trabalho dificultam esse processo.
“As relações interpessoais sempre me causam certo cansaço, de pensar todo o planejamento de sair com aquela pessoa. Sinto que é mais difícil que esses novos vínculos apareçam naturalmente”, diz a escritora e roteirista Vanessa Airallis, 21.
Na pandemia, ela passou (e ainda passa) grande parte do dia em casa: Vanessa faz um curso a distância e, além disso, um dos trabalhos dela é home office.
Me formei em 2019 na escola e, com a pandemia, passei muito tempo em casa. Depois que acabou, sinto uma dificuldade muito grande de fazer amizade.”
A escritora tenta frequentar locais para fazer amigos, o que nem sempre trouxe resultados. Depois que voltou ao trabalho presencial, conseguiu novas amizades, mas não são profundas.
Consigo encará-los como amigos, mas nem tanto. É uma amizade dentro da empresa, fora da empresa, não.”
Todos nós fomos “vítimas” de uma reclusão necessária na pandemia —e isso agravou os relacionamentos, explica Vinicius Barbati, psicólogo do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, gerido pelo IRSSL (Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês).
Este processo prejudicou os vínculos sociais e agravou quadros psicopatológicos anteriores.
O psicólogo também explica que os adultos da geração Y e os primeiros da geração Z entraram em um mercado de trabalho marcado por mudanças.
Há aumento da fragilização dos vínculos trabalhistas e aguda exaustão em função da sobrecarga física e mental da vida profissional. Nesse cenário, um tema comum, que vai existir em qualquer encontro social de pessoas entre 25 a 45 anos, é estar cansado.”
A construção de novos vínculos ou a manutenção de muitas amizades podem ser vividos como mais uma “tarefa árdua” na já sobrecarregada vida do adulto do nosso tempo, diz o psicólogo.
Situações mais graves, como lutos, podem criar barreiras adicionais.
A psicóloga Natalia Cirigussi, 26, perdeu a melhor amiga em 2019, de forma abrupta. As duas eram tão próximas que até uma tatuagem fizeram juntas, além de dividirem o mesmo apartamento no último ano da faculdade.
“Minha história com a Joyce foi muito breve, mas intensa”, conta. Elas se conheceram durante o curso de psicologia e criaram uma rápida conexão em três anos.
Joyce morreu aos 23 após sofrer um acidente de moto, em Fernandópolis (SP), onde as duas estudavam. A morte da amiga fez com que Natalia se sentisse desamparada. Logo depois, ela mudou de cidade e se viu sozinha, com dificuldade de fazer novos vínculos.
Neste período de luto, conheci inúmeras pessoas, mas estava fechada emocionalmente. Tinha consciência disso, com ajuda da minha própria análise. Fiz alguns vínculos, mas que não se aprofundaram.”
O luto me marcou com medo inconsciente da perda, de me apegar a outra pessoa e perdê-la de novo.”
As “escolhas da vida”, como mudar de cidade, também são pontos que justificam a dificuldade para criar vínculos mais fortes. A terapia foi essencial para lidar com a fase.
Quando as pessoas não conseguem atravessar esse período, seja do luto, da decepção ou do rompimento, ela pode se fechar para novas experiências se for muito rígida emocionalmente. Felizmente, não aconteceu comigo, mas também foi necessário muito trabalho psíquico.”
Atualmente morando em São Vicente (SP), a psicóloga já se programou para fazer atividades, como ioga e natação, que favoreçam novos contatos. “Só agora me sinto emocionalmente disponível para me colocar nesses ambientes.”
Sim. Quando somos mais novos, costumamos ter mais tempo e ambientes (escola, hora do recreio) para socializar e conhecer pessoas. Já adultos, o cenário muda: mais responsabilidades, trabalho, filhos, cuidados com a casa e, de fato, o tempo fica mais escasso, explica a psicóloga Cecilia Dassi.
Chegamos em um momento em que precisamos decidir como vamos investir nosso tempo, em quais vínculos investir a energia: de saber como a pessoa está, escutar, acolher, dar suporte no momento em que precisa, de realmente nutrir essa relação.
Cecilia Dassi, psicóloga
A psicóloga, que é ex-atriz da Globo, criou “sem querer” uma grande rede entre seguidores que sentiam falta de uma amizade na pandemia —e que dura até hoje.
“Recebi muitas mensagens de gente falando que se sentia sozinha e pensei em como juntar essas pessoas.”
A psicóloga resolveu, então, pedir ajuda para criar grupos no WhatsApp. Os grupos lotaram em pouco tempo e, depois, subgrupos também saíram de lá.
A coisa foi crescendo lindamente. Muitos se juntaram para ver filmes do Oscar, outros criaram um grupo de leitura e até paquera já teve. Fez bem para as pessoas, especialmente no período da pandemia.”
A advogada Cássia de Menezes, 29, concorda que a “correria” da vida traz mudanças nas relações com os amigos. Muitas vezes, é necessário fazer malabarismos para conseguir marcar algo.
É difícil manter as amizades no padrão que a gente mantinha quando era mais novo, como na época da escola, faculdade, quando éramos muito próximos dos amigos. Além disso, tem a evolução de cada um, que vai para lados diferentes. Nossos amigos se casam, têm filhos e podem mudar de cidade.”
Morando sozinha, Cássia diz que passava boa parte dos finais de semana sem falar com ninguém —no máximo, mandava áudio no WhatsApp. Depois de assistir a uma série sobre a importância da amizade no envelhecimento, ficou reflexiva.
Lembro de ter visto que o que pode ajudar no envelhecimento é a vida em comunidade. As pessoas são amigas, são próximas e cuidam umas das outras. Com isso, pensei: ‘Acho que eu preciso ser mais legal e mais próxima das pessoas’.”
A advogada começou a demonstrar mais interesse pelas pessoas que conhecia em atividades cotidianas e, até agora, a “estratégia” de puxar assunto trouxe resultados positivos —por enquanto, ainda de forma superficial.
Faço ioga e, depois da atividade, sento no sofá, pego uma água e fico conversando com o professor — claro, respeitando o tempo dele. Fiz o mesmo com os professores da musculação e com a recepcionista do meu trabalho. Claro que são amizades ainda superficiais, que se aprofundam pouco (…) É um processo ainda recente, mas que já gerou resultados positivos.”
Estudos mostram que ter relações de amizade é fundamental para viver de forma mais saudável e até mais longa.
Estudos apontam que ter pessoas com quem você pode contar ajuda a diminuir o estresse, risco de depressão e aumenta a expectativa de vida. De forma geral, ter bons relacionamentos é um fator essencial para a manutenção da saúde mental.
Alana Anijar, psicóloga pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
Ao longo do nosso amadurecimento, é normal valorizar mais os poucos amigos —mas verdadeiros— do que muitos relacionamentos rasos e superficiais, segundo a psicóloga.
Existe uma diferença entre ser introvertido ou apreciar seu tempo de solitude e de se isolar. Embora algumas pessoas se sintam confortáveis com poucas amizades, é importante reconhecer quando a solidão se torna um problema.
Alana Anijar, psicóloga
Os psicólogos consultados por VivaBem deram as seguintes dicas:
Esteja aberto para o novo: se receber um convite para sair, veja se vale a pena, se os interesses em comum fazem sentido.
Procure grupos de assuntos de que você gosta, como de leitura, esportes, filmes, entre outros. Busque nas redes sociais, como o Facebook e Telegram.
Fora do online, também é possível fazer aulas de assuntos de interesse, como ioga, crossfit, aula de dança, de fotografia, clubes de leitura em bibliotecas, etc.
Não tenha medo de dar o primeiro passo: se existe abertura do outro lado, chame a pessoa para sair.
Tenha em mente que fazer novas amizades dá trabalho, então é preciso ter um pouco de paciência mesmo.
Procure ajuda de um especialista se a socialização ficar difícil demais.
Informações UOL
A legislação brasileira não determina idade para parar de dirigir: isso depende das condições da pessoa. Vale o bom senso, com a ajuda da família e dos médicos, para reconhecer quando é hora de deixar o volante de lado.
A validade da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) muda de acordo com a idade dos motoristas. Até 49 anos, é exigido o exame de aptidão física e mental a cada dez anos. O prazo cai para cinco anos para quem tem entre 50 e 70 anos e para três anos para quem tem mais de 70. Essa diminuição de tempo leva em conta as dificuldades do envelhecimento.
E se o idoso passou no teste, mas, dentro desse intervalo, seu estado de saúde declinou? Cabe a ele, com incentivo familiar, deixar o carro de lado. As transformações, principalmente após 80 anos, podem acontecer de forma muito abrupta, então entra a questão do bom senso.
Em alguns casos, é possível dar uma ajudinha adaptando o carro ou optando por um modelo mais moderno e que compense algumas perdas. O carro manual exige uma coordenação maior para algumas tarefas, como engatar marcha, soltar embreagem, apertar pedais. Se o problema do idoso for apenas uma limitação motora, eventualmente trocar o carro por um automático diminua suas dificuldades. Atenção: isso não exclui a necessidade de uma avaliação médica e de outras questões, que independem de o carro auxiliar mais ou menos.
Além da direção hidráulica e do câmbio automático, também podem ser úteis para o idoso sensores de alarme, câmeras de ré e GPS (principalmente se já não reconhece tão bem caminhos). Outros aparelhos úteis são retrovisor com campo de visão maior, volantes ajustáveis, apoios lombares, espelhos antirreflexos, sistemas de controles de velocidade, estabilidade e tração.
Para usar a tecnologia, é necessário o idoso querer e se sentir confortável, e a família ter vontade para ensiná-lo e paciência enquanto se acostuma.
Há uma série de doenças ou condições, quando não controladas, que representam obstáculos significativos. Disfunção visual (catarata, glaucoma) somada a um reflexo mais lento, redução de mobilidade ou deficiência auditiva podem deixar o idoso inapto para dirigir.
Para fazer curvas, manobras bruscas e acessar pedais e comandos mais duros é importante ter firmeza, flexibilidade e não sentir dores. Comuns em idosos, algumas doenças osteoarticulares podem interferir nisso. A osteoartrose, desgaste da cartilagem da coluna, pode diminuir movimentos do pescoço e comprimir a medula, alterando a força e a sensibilidade dos membros.
Outras condições representam ainda o fim ou uma limitação da independência. São preocupações: transtornos, demências, sequelas de AVC e infarto, além de alterações naturais do envelhecimento e que podem comprometer atenção, concentração, memória e retardar respostas no trânsito. Algumas medicações também têm efeito colateral que afeta os níveis de consciência e causam tontura e sonolência excessiva.
Pode não ser fácil conscientizar o idoso a diminuir o ritmo, principalmente se ele dirigiu a vida toda. Se estiver na ativa, mas enfraquecendo, vale pedir para evitar vias movimentadas demais, horários de pico ou viagens longas.
Ele pode assumir o volante na região onde mora, por caminhos tranquilos e momentos breves, como para ir até o supermercado.Dirigir com um acompanhante também pode ser uma segurança a mais, assim como sair com o celular ligado e, se possível, instalado com algum aplicativo que permita rastrear sua localização via satélite.
Só não é indicado dirigir esporadicamente, pois o idoso pode perder o hábito e os reflexos necessários para a atividade. Cada caso deve ser avaliado individualmente e a palavra final sobre o assunto cabe ao médico, que deve contar com o apoio da família, quando há constatação de comprometimento físico ou cognitivo irreversível ou grave e que ofereça riscos para a saúde e a integridade do idoso e para as demais pessoas nas ruas.
O médico deve ser vigilante e perguntar ao seu paciente se ele dirige ou não. Feito o diagnóstico de uma ou várias condições que o impeçam de dirigir, informar que já não é mais seguro que ele tenha a carta de motorista e, por mais que essa permissão seja válida, que ele não faça isso.
Fontes: Felipe Gargioni Barreto, neurocirurgião pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e especialista em coluna; Natan Chehter, geriatra pela SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Paulo Camiz, geriatra e professor de clínica geral do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
Informações UOL
Você já deve ter ouvido a expressão “sexo, drogas e rock and roll” como afirmação relacionada a uma vida desregrada e comportamento de liberdade e rebeldia. Eliminando o “rock and roll” da equação, eis a definição de um comportamento sexual alvo de preocupação de especialistas: o sexo químico, chemical sex ou chemsex, em inglês.
O termo significa transar sob o efeito de substâncias psicoativas — ou seja, que agem no sistema nervoso central — tanto para ampliar as sensações eróticas, quanto para que a relação sexual dure mais. Por essa razão, especialistas explicam que o comportamento é comum em festas sexuais ou sessões de sexo em grupo.
Vale lembrar, de cara, que são experiências com muitos riscos, como veremos a seguir:
A publicitária Fernanda* é adepta do uso de maconha e de LSD para transar com sua parceira, Paula*, assistente social. “Descobrimos isso por acaso, há uns três anos. Com a maconha, ficamos mais sensíveis ao toque e, assim, o tesão aflora”, explicou para Universa. “O doce (LSD) traz outra sensação: o corpo fica mais sensível, o sexo dura mais e temos uma experiência de êxtase, em transe mesmo”.
Ela descreve a mudança que sente em seu próprio corpo durante o sexo químico. “Sinto meus músculos muito mais relaxados com a cannabis. Já com o ‘doce’, eles ficam mais rígidos, então o contato entre a gente precisa ser um pouco mais forte”.
O chemsex é um comportamento sexual mais difundido fora do Brasil do que por aqui. O primeiro estudo sobre o tema, por exemplo, foi promovido pelo London School of Hygiene & Tropical Medicine, em 2014, do Reino Unido.
Na publicação, os pesquisadores apuraram inicialmente que o comportamento é mais comumente identificado em homens gays e bissexuais. Tratando o tema como caso de saúde pública, a entidade disse que a associação direta entre uso de drogas e transmissão do vírus HIVentre homens que se relacionam com homens pode ser “subjetiva”, mas levantou que “homens que usam uma variedade de drogas durante o sexo tem maior probabilidade de relatar o envolvimento em comportamentos de risco de transmissão do HIV do que os homens que não o fazem”.
Entre as drogas mais comuns, foram citadas a mefedrona, GHB/GBL (ou ecstasy líquido), cristal de metanfetamina, quetamina e cocaína. Todas são drogas psicoestimulantes.
Ecstasy (que, para os adeptos da prática, dá origem ao termo ‘sexctasy’), maconha e a mistura de drogas com Viagra — que pode levar a infarto fulminante — também são tipos de substâncias comuns entre praticantes do sexo químico, em busca de mais prazer.
Álcool em doses menores, para desinibir e despertar o desejo sexual, ou em doses maiores, que podem debilitar a percepção de risco, gerar depressão, e em alguns casos, até problemas de ereção e dificuldade de orgasmo feminino e masculino.
Por alterarem o nível de consciência e o funcionamento cognitivo da pessoa, há a associação dessa prática com os riscos de se fazer sexo desprotegido, que pode resultar em gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis e componentes emocionais. Via de regra, todas acabam delimitando a percepção de risco da pessoa, que acaba se expondo a situações que a deixam vulnerável.
Vale dizer que o uso das substâncias psicoativas com Viagra é uma prática preocupante. Nenhum médico recomenda o uso de qualquer droga, porque, de fato, não é saudável. A junção da substância com o remédio, porém, pode provocar insuficiência cardíaca, infarto fulminante, arritmia.
O maior problema é que, ao praticar sexo químico, a pessoa pode desenvolver uma preferência muito forte por fazer sexo sob efeito da droga, e começar a ter dificuldade de se engajar na relação sexual sem o uso disso.
Há vários fatores relacionados ao comportamento sexual de risco, baseados nos estudos iniciais. Há, por exemplo, uma associação a pessoas que tenham sofrido abuso sexual na infância, que tenham elevados níveis de homofobia internalizado e que apresentem sintomas de depressão.
Preocupada com a popularização do chemsexentre pessoas da comunidade LGBTQIA+, a Fundação LGBT, em Manchester, do Reino Unido, promove campanha de conscientização sobre redução de riscos entre os participantes e incentivo à prática do sexo sóbrio.
Entre as orientações de redução de risco para quem quer fazer sexo químico estão:
Fazer sexo sóbrio, de acordo com a entidade, nem sempre é fácil para quem praticou o chemsex por muito tempo. Nesse caso, as dicas são:
*Os nomes da entrevistada e da parceira foram trocados por nomes fictícios, a pedido da fonte.
Fonte: Marco Scanavino, psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da USP; Saulo Ciasca, psicoterapeuta especialista em sexualidade humana, identidade de gênero e orientação sexual.
Informações UOL
Um levantamento realizado pela Sexlog, a pedido exclusivo do site Metrópoles, revela que 62,13% dos homens heterossexuais estariam abertos a experimentar o ato conhecido como “fio terra” durante a atividade sexual, se solicitado por suas parceiras.
Além disso, 43,90% dos entrevistados afirmaram já ter experimentado essa prática e apreciado, enquanto apenas 4,29% relataram ter experimentado e não ter gostado.
No que diz respeito à percepção sobre a relação do “fio terra” com a orientação sexual, 78,41% dos participantes indicaram não acreditar que essa prática esteja vinculada à orientação sexual, enquanto 21,59% expressaram crença na associação.
Para Mayumi Sato, CMO do Sexlog, a pesquisa sugere que é chegada a hora de superar tabus relacionados ao corpo e ao prazer.
“Essa conversa está mais avançada entre as mulheres, que já entenderam que conhecer e explorar o próprio corpo melhora a relação com si mesma e com outro, agora é legal dar crédito aos homens que começam a se abrir ao tema, considerando o prazer anal como parte de suas relações e entendendo que isso nada tem a ver com orientação sexual”, elucida.
Com informações de Metrópoles
Na verdade, a maioria só falava sobre a doença quando a pessoa já chegava com sintomas, como um nódulo indolor no pescoço ou uma dor de garganta que não desaparecia, de acordo com a pesquisa. Isso significa que muitos pacientes não estão tendo conversas importantes sobre fatores de risco e métodos de prevenção.
Seriam barreiras a falta de privacidade na maioria dos consultórios odontológicos, além do medo de envergonhar o paciente ao falar de uma questão bastante pessoal.
“Dado o aumento alarmante dos cânceres atribuídos ao HPV, os dentistas poderiam ser agentes importantes para promover essa prevenção”, disse o autor do estudo, Ellen Daly. “No entanto, há uma necessidade séria de melhor treinamento e educação desses profissionais”.
O câncer de garganta ligado ao HPV é um problema crescente: antes de 1990, apenas 21% dos cânceres orofaríngeos incluíam a presença de HPV. Após 2000, esse número cresceu para quase duas em cada três amostras, de acordo com uma meta-análise da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores acreditam que o estudo destaca a importância de usar a visita ao consultório dentário como forma de educar os pacientes sobre seus próprios fatores de risco, quais os sintomas que eles devem observar e o que podem fazer para se protegerem.
Informações UOL
Muita gente ainda acredita que o orgasmo clitoriano é “menor” que o orgasmo via penetração. Entenda a raiz da crença e se ela tem fundamento
Dentre as diversas opções de orgasmos que uma mulher pode ter, existem dois que ganham mais destaque: o clitoriano e o vaginal. De forma primária, o clitoriano acontece por meio do estímulo externo do clitóris e o vaginal por meio da penetração. Apesar de serem dois tipos válidos de orgasmo, ainda existe um “preconceito” acerca do orgasmo clitoriano – mesmo entre as mulheres.
Para muitas mulheres que se relacionam com homens, ter mais facilidade de gozar com o estímulo do clitóris ou apenas conseguir chegar ao clímax com ele ainda é visto como uma espécie de derrota.
Contudo, é importante frisar que não existe uma hierarquia entre os diferentes tipos de orgasmo, e não há uma experiência “melhor” ou “pior”.
“O que é fundamental é a comunicação aberta com o parceiro, a exploração do próprio corpo para descobrir o que traz prazer e a aceitação de que a resposta sexual é altamente individual. Cada pessoa é única, e o que é mais importante é encontrar o que proporciona prazer e satisfação pessoais”, explica a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo.
O clitóris é o único órgão do corpo humano que existe com a única e exclusiva função de proporcionar prazer, tendo cerca de 10 mil terminações nervosas em toda a sua extensão. Logo, por que não valorizá-lo? De acordo com a terapeuta, o olhar diminuidor em relação ao orgasmo clitoriano pode se dever a uma série de fatores sociais, culturais e históricos.
“Educação sexual limitada, pressões culturais de de gênero, estigma em torno da masturbação feminina, representações errôneas da mídia sobre como seria o ato sexual ideal e a própria desvalorização do prazer feminino são algumas das raízes desse tipo de pensamento. A verdade é que não há necessariamente um problema se uma mulher não consegue ter um orgasmo apenas com penetração”, pontua.
Alessandra ainda reitera que a maioria das mulheres precisa de estimulação clitoriana direta para atingir o orgasmo, e não há problema algum nisso. “Não há uma única maneira ‘certa’ de experimentar prazer sexual. No entanto, se ela expressar preocupações ou desejar explorar diferentes formas de prazer, pode ser útil conversar com um profissional de saúde sexual ou um terapeuta para obter orientação e apoio”, finaliza.
Informações Metrópoles
Se reaproxime do corpo, independentemente do grau da libido, use o banho como espaço de meditação. Explore as possibilidades de prazer na masturbação, para intensificar o autoconhecimento do corpo.”
As orientações da mestra tântrica e filósofa Carol Teixeira são para as mulheres que, mesmo sem uma parceira ou parceiro, podem explorar a “energia sexual, vital e criativa” que tem dentro delas —um dos conceitos mais comuns da prática do tantra.
Não precisa estar com o tesão disparado para ter uma experiência tântrica. Aliás, Carol defende que o tantra é um caminho para o autoconhecimento da mulher ao descobrir as potências de seu próprio corpo, muito mais do que sexo.
É muito além do prazer sexual, de ter ou não libido. É autocuidado e uma resposta para uma sociedade que nos alienou do poder do nosso corpo. Essa ideia de que você precisa de um parceiro ou parceira para ativar sua energia sexual vem da cultura patriarcal que nos ensinou que somos um corpo para o outro.”
Despertar a energia sexual, vital e criativa pode ser mais simples do que parece. A mulher pode usar as próprias mãos, óleos essenciais e um espelho como ferramentas iniciais.
Tudo dentro do tantra— que, como terapia, pode até ajudar a superar traumas, além de potencialmente causar muitos orgasmos em apenas uma sessão— sugere que seja demorado.
“Toque seu corpo todo com a ponta dos dedos da forma mais sutil que puder”, explica Carol. “Fique se olhando no espelho mentalizando amor pelo seu corpo, fazendo o exercício de afastar o olhar patriarcal. Passe óleos essenciais na pele, transmitindo amor através das suas mãos para você mesma, e pingue umas gotinhas no chão para ser afetada pelo cheiro”.Continua após a publicidade
Para o tantra, tudo pode ser meditação. Fazer as refeições como um ritual, “sentindo os gostos e sabores”, retomar um estado meditativo ao longo do dia e, se for transar, “desacelerar para sentir mais cada instante”.
A dica, aliás, é uma das mais importantes para os homens que também buscam autoconhecimento por meio da energia sexual. “Com isso, descobrem um universo novo ao desacelerar, orgasmos que se espalham pelo corpo ao invés de ficarem só no genital, novos focos de prazer”.
O tantra é uma filosofia que vai além das massagens tântricas, uma das ferramentas de autoconhecimento, e do sexo tântrico. O livro “Tantra, o culto da feminilidade“, de Andre Van Lysebeth, é uma dica para quem quer estudar mais sobre o tema.
Informações UOL
A preocupação é uma emoção comum que surge diante da antecipação de problemas, de incertezas ou de situações desafiadoras. Também pode ter impactos negativos no bem-estar, ajudando a aumentar estresse ou ansiedade. Um professor da Universidade de Harvard, porém, acredita que é possível contornar a situação.
O especialista em felicidade Arthur Brooks publicou um artigo, adaptado pelo Inc, em que cita um método simples de quatro passos para lidar com as preocupações. Veja a segui:
Anote
Identificar os motivos de preocupação é uma forma de diminuir a ansiedade — já que você saberá com o que exatamente precisa lidar. “Sem um foco verdadeiro, o medo é um fantasma com o qual você terá dificuldade em lidar de forma adequada”, diz Brooks. “Quando você estiver preocupado com um monte de coisas, pegue uma folha de papel e anote as cinco que mais o preocupam”, sugere.
Concentre-se nos resultados
Brooks argumenta que a origem da ansiedade é um mecanismo de mascaramento. Ele cita a preocupação com um exame médico. “Por mais miserável que possa parecer ainda é preferível do que enfrentar diretamente o terror de um diagnóstico preocupante”, afirma. Entretanto, não confrontar os verdadeiros medos leva a um ciclo de ansiedade improdutiva. A tática é respirar fundo e dizer o que o assusta em voz alta.
“Em sua lista de preocupações, para cada problema, anote o melhor cenário, o pior e o mais provável. Em seguida, adicione o que você faria em cada caso. Isso caracteriza a fonte de preocupação e fornece um plano de gerenciamento”, sugere.
Combata a superstição
A preocupação por si só não tem nenhum impacto no resultado dos eventos — nem fornece um plano de ação. “Desista do pensamento mágico de que, se você se torturar o suficiente com alguma incerteza, isso de alguma forma melhorará a situação”, diz Brooks.
Faça deste o seu mantra matinal
Abandonar o hábito de se preocupar não acontece do dia para a noite — mas é possível implantar essa ideia gradualmente. Quando você acordar de manhã, declare sua intenção de mudar com o seguinte mantra: “Estou vivo e não vou desperdiçar minhas vivências me preocupando com coisas que não posso controlar”.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
“Você vai se ajoelhar na frente do pai do seu filho e vai pedir perdão por tudo o que você fez.” Essa frase teria sido dita por um mediador a Pamela (nome fictício) durante uma sessão de constelação familiar, um método pseudocientífico que é largamente usado no Brasil como prática terapêutica, até mesmo com aprovação do Ministério da Saúde.
Em 2016, Pamela denunciou o ex-marido depois de flagrá-lo abusando do filho do casal, de apenas 2 anos. A denúncia gerou uma investigação criminal contra o homem, que foi impedido de visitar o menino. Por isso, ele procurou a Vara da Família de São Paulo para pedir a guarda da criança e acusou a ex-mulher de alienação parental.
E meio ao impasse judicial sobre quem ficaria com o filho, Pamela foi notificada, no andamento do processo, a participar de uma sessão de constelação familiar. “Eu não sabia o que era aquilo, foi uma determinação judicial, ninguém me disse que eu podia não ir. O cara que conduzia disse que achava um desafio trabalhar com constelação de mães que acusam pais de abuso, que elas deveriam ser presas por deixar as crianças vulneráveis.”
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Os defensores do método dizem que a constelação familiar é uma prática terapêutica que consiste na resolução de um problema ou trauma por meio da representação do sistema familiar.
Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a técnica tem sido utilizada no Brasil desde 2012 para a mediação de conflitos envolvendo divórcio, guarda, alienação parental e pensão alimentícia.
Sociólogos e psicólogos alertam, porém, que se trata de um método pseudocientífico que não só ignora as ciências sociais e a psicologia como viola os direitos humanos, reforça estereótipos sobre os papéis sociais do homem e da mulher e “pode desencadear ou agravar estados emocionais de sofrimento ou de desorganização psíquica”.
Mesmo assim, em 2018, o Ministério da Saúde aprovou a inclusão da constelação familiar no rol de Práticas Integrativas Complementares ofertadas nos postos de saúde. A portaria nº 702 de 2018 descreve que “a constelação familiar é indicada para todas as idades, classes sociais, e sem qualquer vínculo ou abordagem religiosa, podendo ser indicada para qualquer pessoa doente”.
Em resposta a um pedido feito pela Lei de Acesso à Informação, o ministério comunicou que em 2022 foram feitas mais de 11 mil sessões de constelação familiar pelo SUS em todo o Brasil e que a pasta não oferece cursos de formação na prática aos profissionais de saúde.
O uso dessa técnica que não se baseia na ciência no serviço público é contestado por conselhos de classe e acadêmicos, que alertam para os riscos de sofrimento psíquico dos participantes e pedem que seja banida.
Para tratar os conflitos apresentados pelos “constelados”, a abordagem usa outras pessoas ou bonecos, que representam os pacientes como numa espécie de teatro. A maneira como eles se comportam e se posicionam na sessão diante do problema que é recriado seria uma representação das emoções dos “constelados”.
O mediador interpreta essa representação para chegar à solução do conflito. “Não temos instrumentos para explicar isso de forma científica, mas não quer dizer que não seja real”, explica o mediador, ou “constelador”, Mateus Santos.
Na sessão da qual Pamela participou, ela e o filho seriam representados por duas outras pessoas. O ex-marido faria o próprio papel. “Tinha uma mulher gritando e rolando no chão. O constelador disse que eu era assim como ela: louca”, relata. Ela diz que se recusou a se ajoelhar e pedir perdão ao homem depois da ordem do constelador. “Fui considerada rebelde, doente mental, um perigo para o meu filho.”
Santos diz que essa não é a conduta correta para consteladores. “Isso não é ético”, afirma. Ele defende que a técnica é eficaz, mas que, no serviço público de saúde, a aplicação deve ser supervisionada para evitar os riscos. “Entrar na intimidade do ser humano no nível anímico exige a máxima postura de respeito. É um cuidado que se deve ter com as vítimas.”
Na sentença do caso de Pamela, a juíza a mandou afastar-se do filho, com tratamento psiquiátrico. “Não o vejo há 8 anos”, diz a mãe. A juíza não afirma categoricamente que se baseou apenas na dinâmica da constelação familiar para tomar a decisão, mas menciona que não houve conciliação, além de levar em conta um laudo psiquiátrico e o relato do pai de que não se entendia com Pamela, que seria alienadora.
O método da constelação familiar foi proposto pelo missionário católico alemão Bert Hellinger em 1978. Ao propor a abordagem, ele reuniu referências de psicologia com a sua experiência de 16 anos de trabalho na África do Sul com zulus e leituras taoístas. Ele considera que a origem dos conflitos nas relações está ligada à ancestralidade e que esses problemas podem se manifestar em várias gerações.
Com isso, Hellinger estabeleceu as três ordens do amor que seriam a base da estrutura familiar: o direito ao pertencimento à família, a hierarquia e o equilíbrio entre dar e receber.
Entre os mais polêmicos ensinamentos do “psicoguru”, como é frequentemente chamado pela imprensa alemã, está a de que as crianças vítimas de incesto pelo pai tenham compreensão para com o agressor e até mesmo aceitem o contato sexual: “A solução para a criança é que a criança diga para a mãe: ‘Mamãe, por ti, eu o faço com prazer’, e para o pai: ‘Papai, pela mamãe, eu o faço com prazer'”, “ensina” Hellinger.
As duas maiores associações de terapia sistêmica na Alemanha, a DGSF e a SG, externaram críticas aos métodos de Hellinger.“Também a prática real da constelação familiar deve ser vista de forma crítica, como eticamente inaceitável e perigosa para as pessoas afetadas”, afirmou a DGSF em posicionamento oficial, em 2003, ao se distanciar da prática.
Na Alemanha, Hellinger é extremamente polêmico e já foi acusado de relativizar o nazismo. Ele é frequentemente lembrado como o autor de um controverso poema dedicado a Adolf Hitler, no qual pede ao leitor para que se identifique com o líder nazista, e até mesmo morou de aluguel, por algum tempo, no lugar onde ficava o segundo escritório de Hitler, em Berchtesgaden, no sul da Alemanha.
O sociólogo Mateus França, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que estuda a implementação da constelação familiar no serviço público, alerta que o uso do método leva a uma violação de direitos humanos, na medida em que molda decisões judiciais e tratamentos alternativos sob uma perspectiva conservadora que reforça papéis de gênero e vai de encontro a avanços no direito de família.
“Ignora as ciências sociais e reproduz violência de gênero ao partir do pressuposto de que pessoas violentas não podem ser excluídas do sistema familiar. Outro exemplo é que se cria um estereótipo de família: se acontece uma adoção por casais homoafetivos, um tem que assumir o papel masculino, e o outro, o feminino. É um retrocesso no direito de família”, afirma.
Coloca a culpa do conflito na mulher. São afirmações muito perigosas, de por exemplo não excluir da família o homem que a agrediu, ou então que um feto abortado falta na hierarquia da família por ter sido excluído. ”Mateus França, sociólogo
Outro conceito aproveitado por Hellinger é o de campo morfogenético. Elaborado pelo biólogo Rupert Sheldrake, esse campo diz respeito a uma memória coletiva que seria captada pelos indivíduos de uma espécie. Seria assim que representantes teriam acesso às sensações dos constelados.
O professor de física Marcelo Takeshi, da Universidade Estadual de São Paulo, diz que a argumentação é uma estratégia para justificar as interpretações oferecidas na constelação e os conflitos entre as partes, mas que campos morfogenéticos nunca foram provados.
“Isso se fantasia de ciência e não tem respaldo nenhum na física, nem respaldo em experimentos científicos, é algo inventado, nunca teve nenhum indício de comprovação dessa hipótese.”
O físico diz que a constelação familiar atende aos requisitos para ser considerada pseudociência: ter um autor que elaborou o tema para justificar a prática, evitar evidências conflitantes e resistir a testes, por exemplo.
França diz ainda que “depender de crenças não é interessante para uma política pública, principalmente envolvendo questões sobrenaturais”. Ele lembra que políticas públicas eficientes precisam ser alvo de pesquisas que atestem sua eficácia e garantam a segurança do método e a compreensão dos riscos envolvidos na sua aplicação.
A resolução nº 125 do CNJ permitiu que os tribunais aplicassem a constelação familiar como prática alternativa para agilizar a solução dos conflitos judiciais antes que chegassem ao litígio.
Atualmente, pelo menos 16 tribunais se valem do método nas audiências e processos. Em outubro, o CNJ deu início a um julgamento para restringir o uso de alternativas terapêuticas no judiciário, como a constelação.
“É persuasivo para quem trabalha no direito a ideia de celeridade, chegar a um acordo, baixar a pilha de processos, é um objetivo defensável, mas não deve ser um vale-tudo, precisa buscar formas seguras para quem acessa o sistema de justiça”, afirma França.
Por isso, o sociólogo propôs uma sugestão legislativa para banir a prática no serviço público. Agora, o texto aguarda que o relator, senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que é simpático à constelação, apresente um parecer sobre o assunto.
Esse cenário de disseminação da constelação familiar no serviço público motivou uma nota conjunta do Conselho Federal de Psicologia e acadêmicos. No documento enviado ao Ministério dos Direitos Humanos, o grupo afirma que a prática “pode desencadear ou agravar estados emocionais de sofrimento ou de desorganização psíquica, exigindo assim um acompanhamento profissional psicológico que não é oferecido durante as sessões”.
O ministério pediu ao Conselho Nacional de Direitos Humanos que avalie o uso da prática. O colegiado ainda analisa o caso.