O cineasta brasileiro Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira, 14, no Rio de Janeiro. Ele tinha 84 anos e teve complicações em uma cirurgia.
Até o momento, não foi informado em que hospital ele estava internado, nem o procedimento ao qual ele foi submetido. Também não há informações sobre velório nem enterro.
Carlos José Fontes Diegues era um dos cineastas mais importantes do Brasil. Foi um dos principais nomes do Cinema Novo, movimento cinematográfico que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 1960.
Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Santo Inácio e na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ).
Sua trajetória no cinema começou nos anos 1960, com curtas e médias-metragens. Seu primeiro longa, Ganga Zumba (1964), abordava a resistência negra no Brasil, um tema recorrente em sua filmografia. Outros filmes marcantes desse período foram Os Herdeiros (1969) e Quando o Carnaval Chegar (1972).
Nos anos 1970 e 1980, Diegues consolidou sua carreira com filmes como Joanna Francesa (1973), estrelado por Jeanne Moreau, e Bye Bye Brasil (1979). Nos anos 1980, dirigiu Quilombo (1984), sobre a história de Palmares, e Um Trem para as Estrelas (1987), que retrata a vida urbana e os desafios da juventude brasileira.
Cacá Diegues também se destacou no cinema internacional. Seu filme Deus É Brasileiro (2003) teve boa recepção no exterior e revelou um lado mais filosófico do cineasta. Em 2018, ele lançou O Grande Circo Místico, selecionado para representar o Brasil no Oscar.
Além de cineasta, teve papel fundamental na criação da Retomada do Cinema Brasileiro, nos anos 1990, e no fortalecimento do audiovisual no país.
Cacá Diegues era pai de quatro filhos, sendo dois do casamento com a cantora Nara Leão. Era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães.
Ele deixa três netos.
Informações Revista Oeste