A varejista brasileira Magazine Luiza (Magalu) e a chinesa AliExpress começaram a anunciar produtos uma na plataforma da outra, depois de meses de negociação. As marcas anunciaram o acordo no fim do mês de junho.
A empresa brasileira poderá ofertar produtos internacionais aos consumidores. Para a companhia do Grupo Alibaba, a integração impulsiona diversos segmentos, como brinquedos, celulares, eletrodomésticos e livros.
O acordo é inédito para ambas as partes. Pela primeira vez na história, a Magalu passará a vender no ambiente on-line de outra empresa. O mesmo ocorre para a organização chinesa.
A primeira ação de marketing da parceria internacional ocorreu no programa Domingão com Huck, da Rede Globo. Na ocasião, a Magalu colocou à venda 200 produtos da AliExpress com 80% de desconto. Além disso, distribuiu cupons de R$ 20. O custo da campanha foi de R$ 1 milhão.
“A parceria vai completar a cesta que o cliente encontra dentro do app”, afirmou Raul Jacob, diretor de marketplace da rede Magazine Luiza. “Trazer maior flexibilidade de pagamentos para compras internacionais, com parcelamento em até dez vezes sem juros, além de permitir experimentar compra internacional numa plataforma na qual já estão acostumados a comprar.”
A parceria entre as empresas levou sete meses de negociação. O anúncio ocorreu logo depois de que o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei (PL) que taxa em 20% compras acima de US$ 50 em plataformas de e-commerce.
Antes da aprovação desse PL, os produtos estavam isentos de qualquer tipo de taxação. A alteração passou a valer em agosto. Além disso, compras internacionais que ultrapassarem US$ 50 deverão pagar 60% de Imposto de Importação.
A Magalu vai vender produtos da linha Choice, da AliExpress. O segmento inclui serviços de compras premium, que envolve itens com curadoria, melhor custo-benefício e tempo de entrega reduzido.
O CEO da Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse que a tributação aplica isonomia entre os varejistas nacionais e internacionais. Segundo o executivo, o cenário abriu espaço para a negociação.
No segundo trimestre deste ano, a empresa brasileira teve lucro de R$ 23,6 milhões. Trata-se de um saldo positivo, contrário ao que foi registrado no mesmo período de 2023, onde a companhia teve prejuízo R$ 301,7 milhões.
Informações Revista Oeste