Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU) visitam nesta semana a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia. Há temores de que os combates entre russos e ucranianos tenham danificado linhas de energia e causado incêndios na instalação. Uma catástrofe nuclear não está descartada.
A equipe de inspetores, liderada pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, verificará os sistemas de segurança e proteção e avaliará as condições dos funcionários. A inspeção terá início na quarta-feira 31 e será concluída no sábado 3, segundo reportagem publicada pelo The Wall Street Journal.
Novos bombardeios ao redor da usina atingiram prédios localizados a cerca de 100 metros do complexo do reator e danificaram as tubulações de água, que já foram reparadas.
As forças russas ocuparam a usina, considerada a maior da Europa, e estacionaram equipamentos militares. Atualmente, trabalhadores ucranianos continuam a operá-la sob a mira de armas.
A visita desta semana é a mais importante da AIEA desde Chernobyl, em 1986, depois do catastrófico acidente que expeliu poeira radioativa por toda a Europa.
A Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, informou na quinta-feira 25 que os reatores de Zaporizhzhia foram completamente desconectados de suas linhas de energia, em virtude de um incêndio que a companhia atribuiu ao bombardeio russo.
Técnicos ucranianos reconectaram um dos reatores à rede de energia na sexta-feira 26, mas cinco outros reatores permanecem desligados. A usina produzia um quinto da eletricidade da Ucrânia antes da guerra. Kiev acredita que Moscou está tentando cortar sua conexão com o território ucraniano.
A AIEA tem como foco monitorar o uso de urânio enriquecido pelos países, mas, agora, está no centro do que diz ser o primeiro exemplo de um conflito bélico em um país com infraestrutura nuclear tão ampla quanto a Ucrânia.
Informações Revista Oeste