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Diretor Ridley Scott e Joaquin Phoenix refazem parceria de ‘Gladiador’ para contar fascinante história do imperador francês. Apesar de fazer tudo certo, filme não impressiona.
“Napoleão” tinha tudo para ser extraordinário:
O filme que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas brasileiros é inegavelmente bem-feito, com uma direção madura e cheio de atuações competentes – mas também nunca conquista totalmente o público.
Difícil alcançar expectativas geradas por um currículo como esse. Ainda mais em um projeto que nunca sabe exatamente o que quer ser.
Dividido entre cinebiografia com pitadas de sátira, que tenta desmistificar seu grande protagonista, romance sombrio e épico de guerra, “Napoleão” sofre com uma crônica falta de alma ou urgência.
O roteiro de David Scarpa, que trabalhou com Scott em “Todo o dinheiro do mundo” (2017), retrata a ascensão e a queda de Napoleão Bonaparte (Phoenix), desde um comandante ambicioso durante a Revolução Francesa até seu exílio em desgraça décadas depois.
As cenas de suas conquistas militares e políticas são costuradas com a relação conturbada com Josefina de Beauharnais (Vanessa Kirby), mulher que se tornou imperatriz a seu lado.
Infelizmente, à exceção do romance, o filme nunca se aprofunda o suficiente em qualquer outro ponto da vida de seu protagonista. Tudo é mencionado meio que de passagem, como pontos-chave de uma apresentação de História no Ensino Médio.
Uma grande batalha, filmada com maestria pelo diretor, é seguida pela nomeação a cônsul, que em pouco tempo vira uma coroação como imperador. O que aconteceu com os outros dois líderes com quem Napoleão dividia o poder? O filme certamente não liga.
Isso gera um paradoxo bizarro no qual é exigido um mínimo de conhecimento histórico sobre o período retratado – ao mesmo tempo em que não dá aos amantes do assunto nada de novo.
Mais interessante do que ver a conclusão de momentos marcantes seria entender como eles aconteceram. Prova disso é a gelada Batalha de Austerlitz, única que retrata de fato a maestria militar do general, de longe a melhor sequência do filme.
Phoenix e Kirby (“Missão: Impossível – Acerto de contas Parte 1”) são o mais próximo do que “Napoleão” poderia chamar de alma, ou até mesmo coração, e brilham o suficiente para que suas nacionalidades não incomodem como figuras francesas tão icônicas.
O mesmo não pode ser dito dos demais atores. Historicamente, Hollywood sempre usou americanos, britânicos e de outros países de língua inglesa para interpretar personagens de outras partes do mundo.
Com uma trama com tantas relações diplomáticas, no entanto, essa escolha atrapalha. O elenco formado majoritariamente por britânicos não apenas soa como tal, mas tem cara britânica.
Em um filme falado em inglês, há diversos momentos em que não é possível saber se os personagens na tela são franceses, russos, austríacos ou, de fato, ingleses.
Isso é quase tão bizarro quanto a caracterização da idade do protagonista (e de Josefina também, é verdade), que pouco muda nas três décadas retratadas.
Pode-se justificar aí uma liberdade poética, mas mais uma vez cabe ao conhecimento prévio do público a capacidade de entender a passagem do tempo.
Nas mãos de Scott e de Phoenix, não é injusto esperar mais. “Napoleão” tinha tudo para ser extraordinário. Uma pena que decidiu não ser.
Informações G1