O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou na quinta-feira 19, a prisão de 19 estrangeiros acusados de tentar derrubar o ditador Nicolás Maduro depois das eleições presidenciais de julho. A oposição e parte da comunidade internacional consideram o pleito fraudulento.
Segundo Cabello, os detidos seriam parte de um “grupo de mercenários” ligados ao Centro Nacional de Inteligência da Espanha (CNI), em colaboração com a CIA e a DEA dos Estados Unidos. “O plano era a derrubada da revolução bolivariana”, afirmou o ministro, referindo-se à reeleição de Maduro.
A ditadura alega que o esquema envolvia trazer mercenários à Venezuela para se conectarem com grupos criminosos locais e atacarem pontos estratégicos. O ministro ainda responsabilizou esses supostos agentes por um apagão que afetou 25% do país.
Diosdado Cabello também disse que o CNI teria enviado armas para a Venezuela. Dos 19 estrangeiros presos, sete já haviam sido detidos em setembro, incluindo quatro americanos, dois espanhóis e um cidadão da República Tcheca.
Os espanhóis presos, José María Basoa e Andrés Martínez Adasme, tiveram seus desaparecimentos relatados em redes sociais no início de setembro. O pai de Adasme, residente em Bilbao, negou qualquer relação do filho com o CNI.
Entre os americanos detidos estão Gregory David Weber, relacionado a ataques cibernéticos, e o paramédico David Gutenberg Guillaume, que, segundo Cabello, estaria preparado para socorrer feridos em ações terroristas. Jonathan Pagan González é acusado de planejar ataques contra Maduro.
Jorge Marcelo Vargas, com dupla nacionalidade americana e boliviana, foi surpreendido fotografando refinarias para sabotagem. Além destes, há vários colombianos, um peruano e um libanês no grupo detido, de acordo com o ministro da ditadura.
A eleição de julho declarou Maduro como vencedor, mas o regime não divulgou as atas que comprovariam o resultado. A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, afirma que a votação foi fraudada.
Informações Revista Oeste