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A partir desta quarta-feira (12), a tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio do Brasil imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarão em vigor.
Trump oficializou a tarifa de 25% às importações de aço e de alumínio em 10 de fevereiro. O líder dos EUA determinou que a taxação abrangesse todos os países que negociam esses produtos com os americanos.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 11,9 bilhões em ferro fundido, ferro e aço, dos quais US$ 5,7 bilhões – 48% do total – foram para o mercado norte-americano.
Segundo os EUA, o Brasil foi o segundo mercado que mais enviou aço para o país (4,5 milhões de toneladas) no mesmo período, atrás somente do Canadá, segundo o Instituto Americano de Ferro e Aço (AISI).
Sobre o alumínio, os EUA foram o segundo principal destino dos embarques brasileiros, um total de US$ 267 milhões em 2024, ou cerca de 17% do total das exportações nacionais, que somaram US$ 1,6 bilhão.
Informações Bahia.ba
O diretor da Moody’s Analytics, Alfredo Coutiño, declarou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve implementar tarifas sobre bens importados do México e do Brasil ainda neste ano. Ele afirmou que os produtos mexicanos enfrentariam uma taxa de 10%. Os bens brasileiros estariam sujeitos a 5%.
Em resposta, é esperado que os dois países adotem medidas semelhantes. O México aplicaria uma tarifa de 10% sobre bens norte-americanos. O Brasil faria o mesmo com uma taxa de 5%. Essa previsão foi compartilhada em um evento on-line. O evento foi organizado pela subsidiária da Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco do mundo.
O Bradesco, por sua vez, analisou o impacto de tarifas de 10% e 25% sobre produtos brasileiros. Embora a tarifa para o Brasil não esteja confirmada, Trump revelou que considera a possibilidade de impor uma taxa de 25% para o México e o Canadá. Essa decisão deve ser anunciada em breve. Existe a possibilidade de ela vigorar em 1º de fevereiro.
Alfredo Coutiño explicou que, caso essas tarifas sejam efetivadas, elas poderão pressionar as moedas de México e Brasil. O crescimento econômico dos dois países será reduzido. No Brasil, a economia deve crescer apenas 2% em 2025. Essa situação será influenciada pelas tarifas norte-americanas e pela desaceleração chinesa, que também enfrenta pressões comerciais dos EUA. Para o México, o crescimento pode cair de 1,5% em 2024 para 0,6% no ano seguinte.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que vai evitar confrontos com Trump. Ela também defenderá a soberania econômica e política do país. Sheinbaum garantiu que mexicanos deportados receberão apoio integral. O governo oferecerá transporte para suas cidades de origem e acesso a programas sociais.
O Bradesco também analisou o impacto das tarifas sobre o Brasil. Uma taxa de 10% poderia reduzir a balança comercial em US$ 2 bilhões. Isso causaria uma desvalorização cambial de 4%. Com tarifas de 25%, as perdas chegariam a US$ 5,5 bilhões. Além disso, um eventual acordo comercial entre EUA e China representaria outro risco. A China priorizaria importações de commodities norte-americanas. Isso prejudicaria o Brasil, especialmente nas exportações de soja. As perdas seriam estimadas em US$ 3,5 bilhões.
O Brasil exporta cerca de US$ 40 bilhões para os EUA. Entre os produtos exportados, destacam-se aço, petróleo, aeronaves e carnes. O Bradesco observou que a maior parte dessas exportações não enfrenta tarifas. A exceção é o petróleo, taxado em 5% a 6%.
Informações Revista Oeste
A moeda lidera o ranking de valorização ao crescer 44,2% e impulsionar, consequentemente, a popularidade do presidente Javier Milei
O peso argentino destacou-se neste ano de 2024 como a moeda de melhor desempenho global, com uma valorização real de 44,2%. Este ganho aumentou a popularidade do presidente do país, Javier Milei (La Libertad Avanza), apesar de preocupações sobre a sustentabilidade dos altos preços no país.
A valorização do peso argentino foi significativamente superior à da lira turca, que obteve um aumento de 21,2%, segundo dados do Banco de Compensações Internacionais analisados pela consultoria argentina GMA Capital.
Os ganhos da moeda refletiram-se em vários mercados paralelos, onde dólares são negociados para contornar restrições cambiais. A valorização trouxe alívio para muitos argentinos, que viram os salários médios quase dobrarem, atingindo US$ 990 na cotação paralela de dezembro de 2023 a outubro de 2024, depois de anos de depreciação.
No entanto, isso representou um desafio para o Banco Central da Argentina, que luta para reabastecer suas reservas de moedas fortes, quase esgotadas devido ao esforço de manter o peso valorizado.
Analistas ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulotemem uma possível desvalorização, devido a fatores externos como a depreciação do real no Brasil e possíveis tarifas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump (Republicano).
Ramiro Blázquez, chefe de pesquisa do BancTrust, afirmou: “O programa de Milei está funcionando, mas a apreciação do peso é o maior risco daqui para frente”. O especialista alertou que uma valorização contínua ou um choque externo pode aumentar a demanda por dólares baratos, elevando o risco de desvalorização.
O “super peso”, como é apelidado pela mídia local, está impactando a economia argentina. Os preços em dólares subiram, com um Big Mac custando agora US$ 7,90, comparado a US$ 3,80 no ano anterior.
A siderúrgica Ternium alertou que os custos trabalhistas na Argentina tornaram-se “60% mais caros” que no Brasil, levantando preocupações sobre a competitividade das exportações argentinas.
O fortalecimento do peso é um efeito das medidas de Milei para estabilizar uma economia à beira da hiperinflação quando ele assumiu o cargo há um ano. Com um rigoroso programa de austeridade, ele manteve os controles cambiais herdados, estabilizando o peso em 2024 após uma grande desvalorização inicial em dezembro de 2023.
Embora a moeda tenha caído apenas 18% nominalmente no ano, a inflação foi de 112%. Milei defende que a Argentina pode ser competitiva com desregulações, redução de impostos e melhor acesso ao crédito.
O governo espera que a escassez de moeda estrangeira diminua com investimentos em reservas de lítio, petróleo de xisto e gás, aumentando as exportações nos próximos anos.
A diferença entre as taxas de câmbio oficiais e paralelas, que era de cerca de 200% em dezembro de 2023, caiu para menos de 20%, graças à confiança em Milei e a políticas como a conversão parcial de exportações em dólares para pesos no mercado paralelo.
Lucas Romero, diretor da Synopsis, afirmou que “a opinião pública é extremamente sensível ao dólar”. Um dólar barato permite viagens ao exterior e gera sensação de estabilidade, prática usada por governos anteriores em períodos eleitorais.
Apesar da taxa de câmbio menos competitiva, as vendas de safras pelos exportadores agrícolas da Argentina mantiveram-se “em linha com a média dos últimos cinco anos”, segundo Ezequiel de Freijo, da Sociedade Rural Argentina.
Entretanto, a estratégia de Milei para evitar desvalorização enfrenta ameaças em 2025, incluindo ações de Trump, que o libertário considera um aliado chave.
Robin Brooks, do Brookings Institution, advertiu que “se o novo governo dos EUA impor grandes tarifas à China, isso desencadeará uma onda de desvalorizações nos mercados emergentes”. Ele observou que o peso argentino está “muito sobrevalorizado” e precisa cair.
Informações Revista Oeste
Presidente eleito dos EUA, Trump ameaçou países do Brics com “tarifas de 100%” caso não negociem em dólar. Medida é defendida por Lula
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se posicionou, nas redes sociais, contra a criação de uma moeda própria do bloco econômico Brics – medida fortemente defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e ameaçou os países que aderirem à moeda ou mesmo negociarem sem usar o dólar com “tarifas de 100%” em trocas comerciais com os EUA.
Trump escreveu que não há chances de o bloco, que tem países como Brasil, China e Rússia, substituir o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dar adeus aos negócios com a América.
Leia a publicação na íntegra:
“A ideia de que os países Brics estão a tentando se afastar do dólar enquanto nós ficamos parados e observamos acabou. Exigimos um compromisso destes países de que não criarão uma nova moeda do Brics, nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano. Dólar ou eles enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às negociações com a maravilhosa economia americana. Eles podem procurar outro otário! Não há hipótese de o Brics substituir o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dar adeus à América.”
Durante a 16ª Cúpula do Brics, em outubro, ocorreu a passagem de bastão da presidência do bloco para o Brasil, que assumirá o comando em janeiro 2025.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, um dos temas prioritários durante a presidência do Brasil nos Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – será a adoção de um sistema de pagamento próprio, para transações comerciais entre os países que compõem grupo. A medida seria uma alternativa à dependência do dólar.
O presidente Lula defendeu o fim dessa dependência diversas vezes. A última delas foi no discurso na Cúpula do Brics. “Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”, defendeu o presidente brasileiro.
Em agosto Lula já havia discursado em defesa da medida no Fórum Econômico do Brics, na África do Sul. No evento, o presidente frisou que a “adoção de uma unidade de conta de referência para comércio” dentro do Brics “não substituirá nossas moedas nacionais”.
Já durante a abertura 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em julho, Lula também defendeu a criação de uma moeda única para transações comerciais dentro do Mercosul, bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Informações Metrópoles
O Ministério das Finanças de Baden-Württemberg, Estado ao sul da Alemanha, tornou-se um ponto central das preocupações econômicas do país. Os alemães enfrentam um cenário de possível desindustrialização, enquanto se aproximam de uma eleição crucial para o chanceler Olaf Scholz.
O ministro Danyal Bayaz alerta para o fato de que a Alemanha desperdiçou os “dividendos da globalização” e “falhou em investir adequadamente no setor público durante anos de juros baixos”.
Agora, o país enfrenta crescente pressão energética, intensificada pela invasão russa da Ucrânia, além da concorrência chinesa e tarifas ameaçadoras dos EUA. Tudo isso colocaria seu modelo econômico em risco, segundo o jornal The Economist, do Reino Unido.
Bayaz lamenta a dificuldade da Alemanha em se adaptar às novas tecnologias, apesar de sua forte base em pesquisa e engenharia. A última grande startup de sucesso foi a SAP, criada em 1972. O país tem 60 vezes a população da Estônia, mas possui apenas 15 vezes mais “unicórnios” (startup de alto valor de mercado) do que os estonianos. Essa situação não é novidade.
A indústria alemã, especialmente as empresas Mittelstand, focou em inovações incrementais e, por isso, permaneceu despreparada para grandes avanços tecnológicos, como a transição para veículos elétricos.
Relações confortáveis entre empresas, bancos e políticos criaram uma complacência resistente a reformas necessárias, e a adesão a regras fiscais rigorosas resultou em infraestrutura deficiente, como pontes enferrujadas e trens atrasados. A análise é também do jornal The Economist.
Os altos custos de energia, ampliados pela necessidade de abandonar o gás russo, são um problema persistente para as empresas em um país onde a manufatura ainda representa 20% do valor agregado bruto — quase o dobro do valor na França. A produção industrial tem caído desde 2018, especialmente em setores energointensivos, como a siderurgia.
O desemprego no país aumenta, embora a partir de uma base baixa, e a maior montadora da Europa, a Volkswagen, considera fechar uma fábrica pela primeira vez em seus 87 anos de história. A ação poderia resultar na perda de até 30 mil empregos.
Carteiras de pedidos encolhem, enquanto investimentos planejados são adiados ou deslocados para o exterior. O fato é visto na Thyssenkrupp, cuja liderança afirma que o país está “em plena desindustrialização”.
Outros setores, como o varejo, também sentem o impacto. Depois da invasão russa, Raoul Rossmann, de uma cadeia de farmácias, buscou formas de reduzir custos de energia.
A falta de trabalhadores qualificados, agravada pelo envelhecimento populacional, é um desafio crescente, juntamente com camadas de burocracia pesada, muitas vezes atribuídas a regulamentos da União Europeia (UE), que custam à economia cerca de € 146 bilhões por ano, segundo o Instituto Ifo.
A relação comercial com a China mudou drasticamente. Nas décadas de 2000 e 2010, a Alemanha estava bem posicionada para suprir a demanda chinesa por carros e produtos químicos. Contudo, a China se tornou o maior exportador de carros, numa direta competição com a indústria alemã.
As exportações para a China diminuíram, enquanto os EUA surgiram para preencher parte dessa lacuna. Entretanto, tarifas norte-americanas iminentes podem afetar o PIB em até 1 ponto porcentual, segundo o Bundesbank.
Dentro da Alemanha, há divisões sobre como gerenciar as relações com a China. Algumas empresas do Mittelstand apoiam a política de “redução de riscos”, enquanto montadoras e conglomerados, como a Basf, continuam com investimento pesado no país asiático.
A Volkswagen e a BMW planejam novos investimentos na produção chinesa, e o lobby automotivo ajudou a Alemanha a se opor às tarifas da UE sobre importações de automóveis chineses.
No governo alemão, há tensões entre diplomatas e espiões que desejam punir a China por apoiar a Rússia com restrições comerciais. Em contrapartida, setores temem que tais medidas sejam prejudiciais para uma Alemanha de baixo crescimento.
A história da desindustrialização é complexa. A perda de empregos na manufatura reduz a produtividade, já em declínio, mas o valor agregado bruto na manufatura se manteve. Isso sugere que alguns fabricantes alemães produzem itens mais valiosos, apesar de uma produção menor.
Essas mudanças ocorrem em um momento político crucial. A Alemanha realizará eleições em fevereiro, depois do colapso da coalizão de três partidos. Friedrich Merz pode liderar a próxima coalizão, com possíveis reformas econômicas em vista.
Reformas no freio da dívida são vistas como fundamentais para impulsionar investimentos e crescimento de longo prazo. No entanto, qualquer alteração constitucional requer uma maioria de dois terços no Parlamento, o que pode ser complicado por possíveis bloqueios legislativos.
Thorsten Benner, do Instituto de Política Pública Global de Berlim, observa que a Alemanha passou do “otimismo fácil”, dos anos de Angela Merkel, para uma “armadilha de melancolia”, em que política disfuncional, limitações fiscais e desconfiança pública se reforçam.
Ele espera que o próximo governo possa agir como um “disjuntor” e trazer mudanças significativas.
Informações Revista Oeste
O Morgan Stanley tem expectativas positivas para a Argentina em 2025. O banco norte-americano destaca os “progressos extraordinários” do país na direção de ajustes fiscais e esforços de desregulamentação, em contraste com os riscos fiscais do Brasil.
“As boas notícias para a América Latina e os sinais positivos não vêm dos maiores países”, diz o Morgan Stanley no mesmo relatório em que rebaixou a recomendação de investimento para o Brasil.
O banco sugere que a Argentina, por sua mudança econômica radical sob o mandato de Javier Milei, pode ser o “canário na mina” em termos de direção política para a região.
Historicamente, os mineradores levavam um canário em uma gaiola para o trabalho, por ter pulmões mais sensíveis a gases tóxicos que os de um ser humano. Assim, se o canário parasse de cantar, era sinal de uma concentração perigosa de gases na mina. Ou seja, um sinal da necessidade de saída imediata do lugar.
Assim, na visão do Morgan Stanley, a Argentina pode ser o sinal de uma mudança mais ampla no continente. Com eleições no Chile, Colômbia, Peru e Brasil nos próximos dois anos, “nos perguntamos se a mudança radical da Argentina em direção à ortodoxia poderia abrir caminho para plataformas políticas semelhantes na região”.
Ainda é só o começo da recuperação da Argentina, diz o relatório do banco, que é o nono maior do mundo, segundo a classificação da consultoria GlobalData. Enquanto outros países da América Latina, como o Brasil, têm dificuldades para avançar com agendas de reformas estruturais, o país dos pampas “está tentando avançar de forma agressiva”.
O mais importante para a retomada econômica argentina é a agenda de reformas, que sustenta o apoio dos eleitores locais. Apesar da recessão econômica que abateu o país recentemente, a gestão ortodoxa de Javier Milei pode se traduzir em aumentos significativos da entrada de capital no país.
“Investimentos de longo prazo e gastos de capital em infraestrutura e projetos de maior duração são desafios cruciais para as narrativas de crescimento da região.”
O banco norte-americano diz que tanto a Argentina quanto o Brasil estão cada vez mais parecidas com o Texas, no sentido de exportarem alimentos e commodities energéticas para o mundo. A diferença é que, enquanto os hermanos põem a casa em ordem, as condições no Brasil “podem piorar antes de melhorar”.
Não basta o investimento no Brasil estar barato para o investidor estrangeiro, é preciso fazer sentido colocar dinheiro no país. E essa justificativa não está clara, considera o relatório, divulgado na última segunda-feira, 17.
O Morgan Stanley reduziu a alocação de capital no Brasil e no México, devido a riscos políticos e dúvidas sobre o crescimento. Apesar de verem potencial de crescimento nos dois países, os analistas econômicos do banco consideram prematuro apostar em projeções positivas, enquanto não houver responsabilidade fiscal no Brasil e fortalecimento do arcabouço institucional no México.
Para o Brasil, qualquer otimismo depende da troca do modelo de crescimento econômico, que atualmente se baseia em consumo e gasto público, para o modelo fundamentado em investimento e exportação. A mudança depende de juros mais baixos – que, por sua vez, dependem de responsabilidade fiscal, frisou o Morgan Stanley.
Já um cenário pessimista para o país requer apenas “a continuação do atual padrão de gastos e dominância fiscal”.
A relação dívida/PIB do Brasil está próxima de 90%, com um déficit fiscal em torno de 8% do PIB, e os juros reais variam de 11% a 14%. De acordo com o relatório, esses níveis limitam investimentos no país, que atualmente estão em 17% do PIB — abaixo de Argentina, México e Índia.
Grande parte dos gastos públicos no Brasil são transferências sociais, juros e aposentadorias, enquanto os investimentos públicos são quase inexistentes. “O Brasil precisa de uma mudança estrutural em seu modelo econômico para que os mercados financeiros estabilizem.”
A redução de expectativas com a economia brasileira, no entanto, não é novidade para o Morgan Stanley. O banco rebaixou a recomendação das ações do país em novembro de 2022, ao alegar preocupações com a condução dos gastos públicos em um novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Informações Revista Oeste
Presidente Javier Milei discursa na abertura do Congresso argentino, em 1º de março de 2024. — Foto: Reuters/Agustin Marcarian
A inflação da Argentina ficou em 2,7% em outubro, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país. Esse é o resultado mensal mais baixo desde novembro de 2021.
Em relação a setembro, quando a inflação ficou em 3,5%, a diferença é de 0,8 ponto percentual (p.p.) — o que mostra uma nova desaceleração na taxa.
Em 12 meses, o aumento dos preços chegou a 193%. O acumulado é menor do que o mês de setembro, quando era de 209%. Já na janela de janeiro a outubro, a taxa chegou a 107%.
O setor de maior alta em outubro foi o de Habitação, Água, Eletricidade, Gás e Outros Combustíveis (5,4%). Na sequência, ficaram Roupas e Calçados (4,4%), Restaurantes e Hotéis (4,3%) e Saúde (3,6%).
A Argentina passa por um grande ajuste econômico sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei. O país já vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e Milei promoveu um amplo corte de gastos públicos.
Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados. Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais.
Quando o incentivo foi retirado, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Mas, logo no primeiro trimestre deste ano, o presidente conseguiu o primeiro superávit [arrecadação maior do que gastos] desde 2008. O objetivo de Milei é alcançar o “déficit zero” para o fim de 2024.
A inflação do país também desacelerou, dos 25,5% registrados em dezembro aos 2,7% calculados em outubro. Parte da queda no índice tem sido atribuída à diminuição de potencial de consumo entre os argentinos, além de medidas para redução de impressão de dinheiro.
Para os argentinos, no entanto, a queda nas taxas ainda não reflete uma diminuição dos preços de serviços públicos, transporte e de alimentos. E o salário mínimo de 271,5 mil pesos (US$ 278,3) não conseguiu acompanhar a inflação anual de três dígitos.
A consequência é uma intensificação da pobreza no país: são 15,7 milhões de argentinos abaixo da linha da pobreza, situação que afeta 52,9% da população, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).
Outro problema está na atividade econômica. Com o ajuste promovido pelo governo, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 5,1% no 1º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023. No 2º trimestre, a queda foi de 1,7%, encolhimento acima do esperado por analistas.
Conforme mostrou o g1, as medidas de Milei e os primeiros resultados das contas públicas elevaram os ânimos do mercado financeiro. Passados dez meses, no entanto, o fator longo prazo começa a preocupar quem apoiou as medidas de choque do presidente argentino.
O desconforto ficou claro em uma declaração recente do bilionário argentino Paolo Rocca, CEO da Tenaris, fornecedora mundial de tubos para perfuradoras de petróleo. Antes otimista quanto ao ritmo de mudança econômica do país, ele passou a ponderar as expectativas.
“Provavelmente estávamos todos otimistas demais ao pensar que isso [estabilização econômica] poderia ser feito em um prazo mais curto”, disse, durante uma teleconferência de resultados trimestrais.
Apesar do avanço nos resultados fiscais e do processo de compra de dólares no mercado cambial, a Argentina tem mostrado dificuldade em conseguir robustez em suas reservas internacionais — parte importante para a conquista de confiança e a atração de investimentos.
Nesse sentido, um ponto de incômodo do mercado financeiro com Milei é a ordem de prioridades do presidente argentino. A interpretação é que ele tem dado muita atenção ao controle da inflação e deixado em segundo plano ações com foco no longo prazo.
Federico Servideo, diretor-presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, afirma que a inflação tem servido como uma âncora econômica para Milei, “mas parece que, cada vez mais, esse se torna um suporte político”.
“O governo, em termos de opinião pública, continua bem avaliado. Isso indica que há uma relação direta, amplamente reconhecida entre os analistas de opinião pública, entre a inflação e o sucesso de Javier Milei. A derrota da inflação é o grande ativo deste governo”, afirma.
Entenda, no vídeo abaixo, a variação da popularidade de Milei:
Na Argentina, popularidade de Javier Milei cai 12%
Apesar da desaceleração inflacionária, os argentinos têm tido pouco alívio nas contas. O cenário é de salários ainda travados, enquanto os custos de produtos básicos dispararam e o governo cortou subsídios estatais.
“Estamos perdendo a noção do que é caro e do que é barato”, disse à Reuters o professor universitário Daniel Vazquez, enquanto fazia compras em Buenos Aires. “Os preços continuam subindo e a única coisa que não está subindo são os salários.”
Já o programador Ivan Cortesi, de 30 anos, disse que, embora os preços dos alimentos tenham permanecido semelhantes aos do mês passado, os custos dos serviços públicos dispararam.
“No mês passado, houve um aumento significativo em todos os serviços públicos”, disse.
A desvalorização do peso argentino e os cortes acentuados nos gastos — medidas promovidas no início da gestão de Milei — atingiram especialmente alguns grupos, como o de trabalhadores informais, funcionários públicos, aposentados, médicos e professores.
Analistas projetam que a inflação argentina será, novamente, de 3,5% em outubro. Para o fim de 2024, a expectativa é que o índice de preços oficial do país chegue a 124% no acumulado de 12 meses.
Informações G1
A Argentina registrou um superávit comercial de 1,575 bilhão de dólares (R$ 8,63 bilhões na cotação atual) em julho, em contraste com o saldo negativo de 700 milhões de dólares (R$ 3,83 bilhões) no mesmo mês do ano passado, informaram fontes oficiais nesta terça-feira (20). Com esse resultado, a Argentina passou a ter superávit comercial por oito meses consecutivos.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o volume de comércio (exportações mais importações) aumentou 0,4% em julho em relação ao ano anterior, totalizando 12,867 bilhões de dólares (R$ 70,51 bilhões). Em julho, a Argentina exportou 7,221 bilhões de dólares (R$ 39,57 bilhões), 19,2% a mais do que no mesmo mês de 2023.
As importações, por outro lado, ficaram no valor de 5,646 bilhões de dólares (R$ 30,94 bilhões) no sétimo mês deste ano e caíram 16,5% em relação ao ano anterior.
Nos primeiros sete meses do ano, a Argentina acumulou um superávit comercial de 12,262 bilhões de dólares (R$ 67,19 bilhões), já que as exportações totalizaram 45,397 bilhões de dólares (R$ 248,76 bilhões) e as importações, 33,135 bilhões de dólares (R$ 181,57 bilhões ). No ano passado, a Argentina registrou um déficit comercial de 6,925 bilhões de dólares.
*EFE
O índice de emprego nos EUA ficou abaixo das expectativas e assustou o mercado de ações, mas isso significa que uma crise está a caminho?
Nos últimos dias, os mercados de ações globais têm despencado. — Foto: Getty Images via BBC
Nos últimos dias, os mercados de ações globais têm despencado.
As telas de negociação nos EUA, Ásia e, até certo ponto, Europa estão inundadas com números vermelhos piscantes.
A reviravolta repentina ocorre à medida que crescem os temores de que a economia dos EUA — a maior do mundo — esteja desacelerando.
Especialistas dizem que a principal razão para esse medo é que os dados de empregos dos EUA para julho, divulgados na sexta-feira (2/8), foram muito piores do que o esperado.
No entanto, para alguns, falar de uma desaceleração econômica — ou mesmo uma recessão — é um pouco prematuro.
Então, o que os números oficiais mostraram? Como sempre acontece com a economia, há boas e más notícias.
Bolsas do mundo todo despencam com medo de recessão nos Estados Unidos
Más notícias primeiro. Os empregadores dos EUA criaram 114.000 empregos em julho, o que ficou bem abaixo das expectativas de 175.000 novas vagas.
A taxa de desemprego também subiu para 4,3%, uma alta de quase três anos, o que desencadeou algo conhecido como “regra Sahm”.
Nomeada em homenagem à economista americana Claudia Sahm, a regra diz que se a taxa média de desemprego em três meses for meio ponto percentual maior do que o menor nível nos últimos 12 meses, o país está no início de uma recessão.
Neste caso, a taxa de desemprego dos EUA aumentou em julho, então a média de três meses foi de 4,1%. Isso se compara ao menor nível do ano passado, que foi de 3,5%.
Somando-se a essas preocupações estava o fato de que o Federal Reserve dos EUA decidiu na semana passada não cortar as taxas de juros.
Outros bancos centrais em economias desenvolvidas, incluindo o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu, cortaram recentemente as taxas de juros.
O Fed manteve os custos de empréstimos, mas seu presidente, Jerome Powell, sinalizou que há possibilidade de um corte em setembro.
No entanto, isso levou à especulação de que o Feddecidiu agir tarde demais.
Um corte nas taxas de juros significa que fica mais barato tomar dinheiro emprestado, o que deveria, em teoria, atuar como um impulso para a economia.
Se os números do emprego indicam que a economia já está caindo, então o medo é que o Fedesteja atrasado.
Além de tudo isso, estão as empresas de tecnologia e seus preços de ações. Houve uma alta de longa duração, alimentada em parte pelo otimismo sobre inteligência artificial (IA).
Na semana passada, a gigante fabricante de chips Intel anunciou que estava cortando 15 mil postos de trabalho. Ao mesmo tempo, rumores de mercado indicavam que a rival Nvidia pode ter que atrasar o lançamento de seu novo chip de IA.
O que se seguiu foi um “banho de sangue” no Nasdaq, o índice americano de tecnologia pesada. Depois de atingir uma alta há apenas algumas semanas, ele caiu 10% na sexta-feira.
Isso ajudou a aumentar o fator medo nos mercados e é aí que o perigo pode estar.
Se o pânico no mercado de ações continuar e as ações continuarem caindo, o Fed pode intervir antes de sua próxima reunião em setembro e cortar as taxas de juros.
Isso pode acontecer, de acordo com Neil Shearing, economista-chefe do grupo na Capital Economics, se houver “um deslocamento de mercado que se aprofunde e comece a ameaçar instituições sistemicamente importantes e/ou com estabilidade financeira mais ampla”.
Agora, as boas notícias.
“Não estamos em recessão agora”, segundo a própria Claudia Sahm, inventora da regra.
Ela disse à CNBC na segunda-feira que “o vetor aponta nesta direção”. Mas acrescentou: “Uma recessão não é inevitável e há espaço substancial para reduzir as taxas de juros”.
Outros são ambíguos sobre os dados de empregos. “Embora o relatório tenha sido ruim, não foi tão ruim assim”, avaliou Neil Shearing.
“É provável que o furacão Beryl tenha contribuído para a fraqueza nos números de folha de pagamento de julho. Outros dados pintaram um quadro de um mercado de trabalho que está esfriando, mas não entrando em colapso”, disse ele.
Ele acrescentou que não pareceu haver “aumento nas demissões”, enquanto um declínio “modesto” na média de horas semanais trabalhadas em julho não é necessariamente sinal de recessão.
Para Simon French, economista-chefe e chefe de pesquisa da Panmure Liberum, depois de digerir os dados de empregos dos EUA, é hora de refletir.
“Dando um passo para trás, de repente reavaliamos a saúde da maior economia do mundo? Não, e nem deveríamos.”
Mas ele acrescentou: “É apenas mais um ponto de dados em um momento em que a liquidez é escassa e há muitas coisas com que se preocupar”.
Informações G1
A inflação mensal da Argentina voltou a cair em maio, para menos de 5%. Quando Javier Milei assumiu a Presidência, em dezembro, a taxa mensal chegou a atingir 25%.
Já a inflação anual permanece alta: próxima de 300%. É a mais alta do mundo. O aumento dos preços de alimentos, serviços públicos e transporte torna o salário mínimo de 234 pesos (US$ 260) insuficiente para a população.
“Ainda não entendo como a inflação pode estar caindo”, disse Silvia Castro, uma aposentada de 65 anos, à agência Reuters. “Os impostos estão muito caros. Os serviços e a gasolina estão caros. O seguro está caro. O serviço social, que deveria estar caindo, está igual ou aumentou.”
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou as medidas adotadas pelo governo argentino para conter a inflação. O país restringiu a impressão de dinheiro pelo Banco Central, por exemplo, e acelerou a reconstrução de reservas.
No entanto, o Executivo enfrenta o desafio de manter o apoio dos eleitores, com a economia estagnada e o aumento dos níveis de pobreza. A herança de Cristina Kirchner ainda impõe desafios à atual gestão.
Laura Basualdo, uma comerciante de 53 anos, disse que muitas pessoas estão com dificuldades para comprar produtos, pois o poder aquisitivo foi corroído pela inflação constantemente alta.
“Sou comerciante e muitas vezes vejo o cliente do outro lado que, claramente, se meus preços não forem bons para ele, ele sai para procurar outras ofertas”, disse Basualdo à Reuters. “Todos temos de procurar onde fazer compras hoje em dia. É terrível, constantemente o dinheiro em nossos bolsos fica mais leve, cada vez menor. Hoje em dia, parece que comer é um luxo.”
Informações Revista Oeste