Neste sábado (3) devotos de Santa Bárbara estarão em festa no Centro de Abastecimento para render homenagens à padroeira dos feirantes do entreposto comercial. Após a missa às 7h, o andor com a imagem da santa, que é considerada protetora contra relâmpagos e tempestades, sairá em procissão até o Centro. Ao meio-dia, no Restaurante Popular, será servido o tradicional caruru para duas mil pessoas.
O diretor do entreposto comercial, Cristiano Gonçalves, afirma que diante o aumento do número de casos da Covid não haverá banho de cheiro e nem o samba de roda. Os participantes deverão usar máscara.
Os festejos em louvor a santa, que no sincretismo religioso é conhecida como Iansã, tiveram início nesta quarta-feira (30) com o tríduo preparatório na Paróquia Senhor dos Passos e se estende até o dia 2 sempre às 7h. Neste ano, o tema da festa é “Bendito o que vem em nome do Senhor!”.
*Secom
A mais nova revelação do arrocha romântico tem apenas 6 anos de carreira e se chama Rock Salles, nascido em Taperoá, no interior da Bahia. O artista que ganhou repercussão com o timbre semelhante ao do cantor Silvanno Salles tem acumulado seguidores e se apresentado em grandes festas do estado.
Tudo começou há 6 anos quando o camelô Rock de Jesus, natural do município de Taperoá/Ba – cidade há 143 km de Salvador, decidiu cantar arrocha profissionalmente. O artista ficou conhecido como “o camelô apaixonado” por conta da sua profissão de origem e do romantismo que traz em seu repertório.
“Quando entrei no ramo de vender roupas como camelô, o patrão não tinha ninguém pra sair no carro anunciando. A gente trabalhava de domingo a domingo, e eu tinha que sair anunciando na rua chamando o povo pra ir comprar. Então, foi onde eu acabei aprendendo colocar a voz em prática e entrei para o ramo da música”, conta.
Com uma voz marcante que mescla clássicos do arrocha com sucessos atuais do sertanejo, hoje Rock Salles acumula milhões de plays nas plataformas digitais. No SuaMusica, ele já ultrapassa 1,7 milhões de execuções.
‘Chegou um Áudio’, ‘Águas de Chuva’, ‘Evidências’, ‘Deixa eu Te Superar’, entre outros sucessos, compõe o repertório do artista. Neste ano de 2022, Rock se apresentou em diversas cidades da Bahia afirmando o seu trabalho.
Atualmente sua carreira é gerenciada pelos escritórios da A Loja Promoções e Imagine Produções, ambos com sede em Feira de Santana/Ba.
*Ascom
Após muitos pedidos e fãs fervorosos, a melhor festa de verão do interior anunciou hoje (25), o cantor número 01 do arrocha para a grade da Jegada 2022! O baiano Thiago Aquino se une a astros de diferentes ritmos e sucesso nacional, que farão da festa inesquecível.
A Jegada acontece no dia 11 de dezembro, na cidade de Elísio Medrado e já virou tradição em toda região. Na 18ª edição, a festa reúne grandes artistas do cenário nacional. Wesley Safadão, Tarcísio do Acordeon, Kevi Jonny, Toque Dez e La Furia já estão confirmados e para agitar mais ainda, o fenômeno do arrocha Thiago Aquino também é presença confirmada no palco da Jegada.
A festa é de camisa e já está no segundo lote de vendas. Pela primeira vez em 18 anos, será open bar em dois espaços e além de garantir muita curtição, sofrência e momentos inesquecíveis, o público poderá contar com diversas opções de bebida e conforto garantido para curtir os shows.
A Jegada é uma experiência e conta com três áreas: Arena – acesso à frente do palco, praça de alimentação diversificada, bares com bebidas acessíveis; Camarote – open bar de cerveja, água e refrigerante, acesso à frente do palco, e área coberta e elevada; Lounge Valle Shopping – open bar de cerveja, vodka, wisk 8 anos, gin, refrigerante e água, entrada exclusiva, bares e restaurantes exclusivos com diversas opções de alimentação, banheiros femininos, climatizados, área elevada e coberta e acesso à lateral do palco.
A melhor festa de verão do interior tem como principais marcas o compromisso com o público e a garantia de que quem vai uma vez, sempre quer voltar. Está na hora de você mostrar ao mundo o seu #JeitoJegadaDeSer
Serviço:
Data: 11 de dezembro de 2022
Horário: 13h
Local: Estádio Municipal de Elisio Medrado – Ba
Ingressos: www.jegada.com.br/ingressos
Informações: WhatsApp (75) 99866-5178 e Instagram: @jegada
Só há seis anos, Edvaldo Mendes Araújo, 69 anos, consegue responder a uma pergunta que o atormentava desde os 10, quando imaginava suas origens no continente África. Tudo muda depois da revelação de quem se é. “Não sou filho de escravo. Sou filho de africano”, diz o arquiteto ao menino Zulu, apelido dado a ele pelos amigos na infância, na comunidade do Solar do Unhão.
No dia 20 de dezembro de 2015, Zulu Araújo, como ficou conhecido, desembarcou em Bankim, na República dos Camarões. Era o primeiro a refazer a rota entre Salvador e aquele ponto de partida das suas raízes familiares, manchadas pelo afastamento imposto pela escravidão. Zulu já tinha ido a sete países africanos, mas a viagem seria diferente.
Zulu foi a Bankim, nos Camarões, em 2015 (Foto: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO) |
Recepcionado por 2,5 mil pessoas em uma cidade com, à época, 10 mil habitantes, o arquiteto e presidente da Fundação Pedro Calmon recebeu as honras do rei da etnia Tikar.
“Indo para lá eu reencontrei com meu passado, com meus ancestrais. Isso foi algo extremamente importante para a minha vida. Voltei mais tranquilo do ponto de vista antropológico, do ponto de vista da minha origem, do meu entendimento de mim mesmo. Eu voltei absolutamente tranquilo de que verdadeiramente eu não sou filho de escravo. Eu sou filho de africano. A tranquilidade que isso me deu foi fantástico”, conta.
Em 300 anos de tráfico de africanos, capitaneado pela Coroa portuguesa entre os séculos 16 e 19, ao menos 4,9 milhões de pessoas embarcaram rumo ao terror no Brasil. Delas, 1,5 milhão desceram na Bahia, majoritariamente retiradas de países como Guiné Bissau, Togo, Benim, Nigéria, Congo, Angola e Moçambique.
Das mais de 11,4 mil viagens, 9,2 mil delas terminaram no Brasil – 175 navios negreiros saíram de Camarões, onde Zulu redescobria sua identidade. Nenhum outro país do mundo recebeu quantidade tão expressiva de escravizados.
A escravidão foi revestida de tentativas de apagar de identidades, contra as quais resistiram os escravizados. É em busca dessa origem ofuscada que, hoje, negros brasileiros descendentes da diáspora africana partem em viagens ao continente africano.
Antes de serem embarcados em tumbeiros, homens, mulheres e crianças eram submetidos a um ritual chamado “árvore da lembrança”: todos contornavam árvores na saída dos portos em sinal de abandono do passado e da incorporação da fé católica.
Nesta terra inventada como Brasil, africanos eram despidos de direitos, entre eles, nome e sobrenome, substituídos por novos, escolhidos por quem que se dizia dono de gente. De Kehindes passavam a Luísas.
“O sobrenome é o que dá o nosso ‘de onde viemos’, que é perpassado pela família. Eu costumo dizer que os donos do poder da história do Brasil sabem muito disso e, por isso, disputam essa narrativa histórica muito forte, e a população talvez não tenha ainda se alertado de quanto é importante”, explica Clíssio Santana, doutorando em História Social
Não à toa estão aos montes no Brasil os da Silva, de Souza, e correlatos – a Associação dos Registradores Civis (Arpen) não estima quantos. A partícula ‘de’ remete à posse. Esse era um dos maiores incômodos de Zulu.
“Eu não conseguia entender porque todo mundo tinha seus sobrenomes alemães, ingleses, franceses e nós não sabíamos qual era a nossa origem. Meu sobrenome, por exemplo, Mendes Araújo, eu vim saber, já na minha adolescência, que era o sobrenome daqueles que escravizaram meu ancestrais. Eram sempre nomes que não tinham a ver com nossa origem, e o argumento era que não se sabia de onde tinham vindo os escravizados para o Brasil”, relembra Zulu.
Mas sabiam. Em 2013, ele descobriu, depois de ser convidado para integrar o projeto Brasil: DNA África, que submeteu 150 pessoas a exames de DNA – em Salvador, eles custam R$ 799. O filme homônimo, lançado em 2016, é resultado dessa pesquisa. O primeiro a rumar ao continente africano seria Zulu, dois anos depois, como descendente dos Tikar.
Zulu, à esquerda, em Bankim (Foto: Acervo Pessoal/Zulu Araújo) |
Durante duas semanas, Zulu conversou com os moradores locais e fez perguntas ao rei Gain Brain. Uma delas, no primeiro café da manhã da estadia, chocou: “Que razões tinham levado a realeza de Bankim a vender os seus filhos ao continente americano?”.
A questão de Zulu ainda divide pesquisadores e o movimento negro. Há evidências da existência, no passado colonial, do comércio de pessoas por alguns africanos, mas em bem menor escala que o tráfico protagonizado por portugueses. A resposta esperada por ele veio no desjejum seguinte.
“Me explicaram que era comum naquele reinado, que aqueles que eram derrotados na guerra, que cometiam crimes, que desobedeciam às regras serem punidos com a escravização, no próprio reino ou vendidos. Mas que o rei reconhecia que tinha sido um erro e que, portanto, a única forma que tinha de fazer a reparação era me acolher enquanto filho daquela realeza”, conta Zulu.
Reconhecido como filho, recebeu o direito de se casar no local e um terreno de dois hectares. Como não pretende residir em Camarões, o “terreno ficará para os descendentes”, brinca Zulu. Sobre a própria herança da viagem, ele fala em “duas certezas”: “a grande luta que a sociedade de forma coletiva precisa travar é antirracista e o aprofundamento do desenvolvimento humano é fundamental em qualquer civilização”.
Em 1986, João Jorge, 66, visitou pela primeira vez um país africano – o Benin. Embarcou como diretor da Fundação Gregório de Matos. Depois iria ao Senegal, Costa do Marfim, Ilha da União, Gana e Egito. Em cada um deles, investigava os rostos, reparava nos gestos, buscava preencher um vazio pessoal – “a herança da falta de identificação deixada aos negros brasileiros”.
Nessa ausência, reside o que o sociólogo Ron Eyerman chama de “trauma cultural”, capaz de provocar sofrimento psíquico em comunidades sobre as quais pairam eventos traumáticos como a escravidão.
Três anos depois, João ainda se sente transformado por viagem a Gana (Foto: Paula Fróes/CORREIO) |
O apagamento da memória coletiva é um dos motivos potenciais de aflição, aliviada em João apenas três décadas depois daquela ida ao Benim. Acompanhado do filho e da delegação do Olodum, do qual é presidente, viajou tendo em mãos um exame genético feito em 2013, no âmbito do Brasil: DNA África. Era descendente do povo Akan, de Gana.
Em oito dias de viagem, visitou duas cidades. Não sentiu tristeza.
“Essa viagem, para mim, foi um retorno, um reencontro em que chorei, sorri, vibrei. Senti alegria por ter vencido a escravidão, o fato de eu estar vivo é uma vitória”, conta ele, que voltou ao Brasil tendo, no peito, uma nova sensação. Se pudesse traduzir, resumiria como “um cordão umbilical ligado de novo”.
A visita a Gana completou três anos em outubro. Por lá, o governo providencia um passaporte binacional para João, que seria reconhecido também como cidadão local, e aqui João guarda uma cópia do trono dourado e a cronologia do povo do qual descende. Mas há ainda uma falta: o sobrenome africano sequestrado e transformado em Rodrigues pelos portugueses.
Uma das irmãs de João, Rita, já tinha resgatados alguns pedaços destroçados da família. Guiada pela memória oral, ela quem descobriu o desembarque da bisavó, adolescente, no Brasil. Em 2006, Rita faleceu, antes de ver a expansão das suas descobertas.
João e o filho, em Gana (Foto: Acervo Pessoa/João Jorge) |
A ida ou retorno de afro-brasileiros e africanos para as regiões de onde partiam navios negreiros aparece, na literatura ocidental, desde os anos 50. Em “Fluxo e Refluxo”, apresentada como tese de doutorado em 1966 por Pierre Verger na Universidade de Sorbonne, já há menção à “comunidade dos retornados”.
Os “retornados”, mencionados ainda em futuras pesquisas, tinham diferentes perfis: eram, em geral, deportados depois da Revolta dos Malês, em 1835, regressos pós-abolição do tráfico negreiro e aqueles que compravam a alforria. Em África, passavam a ser reconhecidos como “agudás”.
“Depois, você ainda tem fluxos variados, como quem volta para ficar pouco tempo no continente africano, para absorver conhecimentos, como líderes do Candomblé em busca de conhecimentos rituais a aplicarem aqui”, adiciona o historiador Carlos Silva, professor de História das universidades Estadual de Feira de Santana e Federal da Bahia.
Os anos 2000 renovaram, conta ele, o interesse pelo tema: possibilidades de pesquisa mais modernas surgiram, com chances de cruzamento de dados online e histórias orais. Como costuma acontecer, o movimento acadêmico refletia também a vida aqui fora: os retornados, então, eram brasileiros ávidos em se reconhecer no continente africano.
Destino: Continente ‘África’
Em 2015, Carina Santos passou três meses entre sete países europeus, onde se incomodou pela “falta de pessoas pretas viajando”. Três anos depois, por um “anseio de reconexão”, viajou à África do Sul. Na volta, agrupou as experiências nos dois continentes e propôs, a partir do turismo, reconexões históricas com territórios negros.
À época, a turismóloga coordenava o projeto Black Travelist, criado em 2016, e o Destino Afro, de 2019, reestruturados neste ano como a Afrotrip, sediada em Salvador. O propósito é levar pessoas a Moçambique, África do Sul e Egito e trazer africanos ao Brasil.
As únicas opções de rota entre Brasil e África partem de São Paulo a Addis Abeba, capital da Etiópia, ou Luanda, capital de Angola. Ida e volta custam até R$ 8 mil. O único trecho que partia de Salvador para Cabo Verde foi interrompido durante a pandemia da covid-19. Os voos diários para Portugal permaneceram.
“Partimos de um anseio de ir para o continente africano no sentido do pertencimento. De um modo geral, entendemos nossa origem, como pessoas pretas, a partir de África. Eu não fiz exame de DNA, me sinto pertencente aos 54 países do continente”.
O reflexo da busca pelas próprias origens africanas ainda é visto timidamente nas agências de viagem. De cinco delas ouvidas pela reportagem, três disseram que a maior busca ainda é a de curiosos por conhecerem savanas da Tanzânia, e duas perceberam aumento de interessados em pacotes que os conectem com suas ancestralidades.
Keity em Moçambique (Foto: Acervo pessoal/Keity Souza) |
Em abril deste ano, Keity Souza, 35, desembarcou em Salvador vinda de um mês em Moçambique, inserida no tráfico de escravizados para o Brasil no século 18. Viajou a trabalho e retornou com pedaços de Mpingo, tipo de madeira preta, imãs, tecidos coloridos e uma sensação de pertencimento nunca sentida.
“Voltei com algo que acalmou meu coração: ver Moçambique, uma imagem de África, como ela era, sem ver só pobreza”.
A cada dia que passava por Maputo, via nos bairros a imagem de Salvador. “Foi uma grande sensação de se localizar no mundo”, continua.
Keity não partiu com um exame de DNA em mãos, nem quis conhecer pontos antes utilizados para o tráfico de pessoas. “É doloroso”, ela diz, “estar em um lugar em que pessoas da minha origem foram sequestradas”. Entre a família, a única lembrança da trajetória entre África e Brasil é a existência da tataravó, trazida à força para o Brasil.
A ideia dela é criar sua própria história com o continente africano, uma narrativa de reconstrução e descobertas. Este será o legado dela para os sobrinhos: a nova memória de uma geração que pretende refundar o sentido de autorreconhecimento. Em dezembro de 2023, ela parte para o Egito, na companhia de 19 pessoas – seis delas, mulheres negras e baianas.
Crédito: Correio
Por Universa UOL
Como a vestimenta do candomblé marca um lugar de poder e prestígio para mulheres negras de terreiro
“O que é que a baiana tem? Tem pano-da-costa, tem! Tem bata rendada, tem! Pulseira de ouro, tem! Tem saia engomada, tem!” Há mais de 80 anos, Dorival Caymmi compunha uma de suas canções mais famosas em homenagem às mulheres afrodescendentes da Bahia. A vestimenta, ainda mais antiga do que a música, segue sendo símbolo de luta e tradição das brasileiras que têm o candomblé como religião.
E qual história essa roupa conta? Mais do que eternizada pelos versos do poeta, como manda o chavão, a indumentária das mulheres de terreiro fala sobre afirmação de identidade e resgate da autoestima como ferramenta de sobrevivência.
Paola Tauana Santos, 30 anos, cresceu frequentando o terreiro da nação Ketu fundado por sua avó, dona Aparecida Bispo de Xangô, no início dos anos 1990. Foi no Ilé Obá Asè OGODO, no extremo sul de São Paulo, que a auxiliar de logística fez sua iniciação nos ritos do candomblé há cinco anos —hoje, ela é uma yaô, nome que se dá às pessoas com menos de sete anos de “feitura”.
“Eu tinha 13 anos quando usei pela primeira vez a saia que foi da minha avó. Eu sempre a ajudava a colocar os sete saiotes [adereço que dá volume à vestimenta], ficava deslumbrada vendo ela com todos aqueles panos. Hoje, sempre que coloco o meu pano de cabeça, minha saia e meu pano da costa, fecho os olhos e lembro dela”, diz, exemplificando como a vestimenta é passada de geração em geração.
Não existe livro sagrado ou cartilha que garanta os ensinamentos do candomblé. Tudo o que se sabe e o que se faz na religião é passado de forma oral há cerca de 200 anos, tempo que remonta à fundação dos primeiros terreiros da Bahia. É por isso que, no culto, o tempo de iniciação conta como cargo e posto: ao ouvir uma mulher de terreiro falar, é possível rememorar um século de história e costumes.
“Eu aprendi a fazer a goma e a engomar meus saiotes vendo a minha avó Maria José, mãe da minha mãe. Ela usava panela, água, amido de milho. Aprendi a ter o cuidado de deixar a goma no ponto certo, a quarar o saiote para engomá-lo branquinho e, depois, estender do jeito tradicional para ficar bem armado”, conta a yalorixá Vivian Basílio, 52 anos, sacerdotisa do Ilê Axé de Yansã, casa de candomblé da nação Angola, localizado na zona leste de São Paulo.
É desta forma que a vestimenta da baiana se mantém como costume —mesmo quando pensar em engomar uma anágua e escolher a renda que vai adornar o pano de cabeça parece roteiro de um filme de época. Para a yalorixá Luciana Bispo, 50 anos, mãe de santo do Ilé Obá Asè OGODO, trata-se de responsabilidade ancestral.
“O cuidado com a roupa é uma forma de revisitar a nossa ancestralidade, porque o candomblé é continuidade. Eu não posso deixar de ensinar a minha filha a cuidar da roupa dela, porque aprendi a cuidar da minha com as senhoras que me antecederam”, afirma.
Sinto que estou cumprindo com tudo o que elas fizeram para que tivesse, inclusive, liberdade de andar com a minha indumentária no metrô, ou no avião. Porque, por muito tempo, tínhamos que andar escondidas.
Luciana Bispo, yalorixá do Ilé Obá Asè OGODO
Foi esse compromisso que possibilitou que a baiana se perpetuasse como um dos maiores símbolos da religião, perpassando a modernidade sem sofrer grandes modificações, de acordo com Daisy Santos, museóloga e pesquisadora das vestimentas de terreiro. Ela é yá kekerê (cargo de confiança do líder de uma comunidade de candomblé) do Ilê Asè Ojisé Olodumare, casa da nação Ketu situada em Barra de Pojuca, na Bahia.
A forma como a vestimenta se construiu conta a história de um tempo em que as mulheres africanas escravizadas precisavam realizar a manutenção dos elementos da sua cultura, entre os séculos 18 e 19, ressignificando-os à nova realidade. Além disso, agrega outros elementos de vestuário que elas conseguiram acessar, como a proposta de armação que dá volume às saias, herança europeia da colonização.
“Poder usar essa roupa é uma forma de recordar essas mulheres que encontraram estratégias de sobrevivência e conseguiram aglutinar as pessoas em quilombos urbanos, que são os candomblés. Então, estamos falando de uma vestimenta que é um investimento de liderança de mulheres extremamente inteligentes e com um poder de estratégia muito grande. Ao me vestir assim, eu sinto que estou carregando algo que é para além de mim”, afirma a pesquisadora.
Um dos pontos de partida do samba carioca é o fundo do quintal de mulheres que migraram da Bahia para o Rio de Janeiro, no final do século 19, e levaram na bagagem a tradição do candomblé e a familiaridade com os tambores que ajudaram a construir o ritmo. Mas o que a roupa tem a ver com isso?
As tias do samba, como ficaram conhecidas, usaram a vestimenta tradicional como um trunfo de identidade e afirmação de território e é em homenagem a elas que existe a tradicional ala das baianas nos desfiles das escolas de samba, segundo Angélica Ferrarez, pós-doutora em sociologia política e pesquisadora da história social do samba e das mulheres no pós-abolição.
“Estamos falando de um Rio de Janeiro que, naquela época, estava bebendo dessa fonte de Salvador. E Salvador, por sua vez, estava bebendo de uma fonte da África. Essas mulheres foram para as ruas, para o comércio. E manter a vestimenta tradicional foi uma estratégia de marketing para elas venderem seus quitutes”, destaca Angélica.
Quando as indumentárias começaram a ser homenageadas no Carnaval, ainda não existia a festa como se conhece hoje, e a folia ficava por conta dos blocos que desfilavam em uma verdadeira disputa para proteger a bandeira-símbolo de cada um. Nesse cenário, a roupa à moda baiana era usada como uma proteção para que nenhum invasor chegasse ao estandarte.
“Essa roupa era vestida tanto por mulheres quanto por homens. E muitos deles eram, em sua maioria, capoeiristas. Dançavam e rodopiavam em um movimento de defesa da bandeira, alguns costuravam até navalhas nas saias, porque perder a bandeira era visto como uma desmoralização”, conta a pesquisadora.
Na Zona Portuária do Rio de Janeiro, conhecida como Pequena África, ficaram marcados nomes como o de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, e de outras matriarcas que usaram suas habilidades sociais e políticas para dinamizar o samba na cultura brasileira, mesmo em um momento de repressão às expressões afrodescendentes.
“Elas são muito estratégicas no sentido de formar uma rede de apoio para existir. Para que esse quintal continue tocando o samba sem a batida da polícia, elas vão construindo conexões para além do terreiro. Precisavam ser amigas de uma sociedade mais ampla, como políticos e jornalistas”, pontua.
Hoje, a ala das baianas mantém a estrutura que reproduz o aspecto da saia rodada, mas as navalhas deram lugar às fantasias representativas de cada enredo.
As peças que compõem a indumentária das mulheres no candomblé:
“Quando eu era criança, lembro que me chamavam de neguinha e de ‘nega lisa’ por causa da minha pele, mas nunca me deixei intimidar. Hoje, na minha família de axé, sempre sou chamada para usufruir o meu lugar de ebomi, para ficar altiva e reconhecer o meu valor”, diz Cristiane dos Santos, 54 anos, sinalizando como celebrar a autoestima, dentro das comunidades de terreiro, também é uma estratégia para resistir.
Para quem não é adepto do candomblé, no entanto, as denominações hierárquicas da religião, como yalorixá, ekedi, ebomi, yaô, abiã, podem confundir. Aqui, também é a vestimenta que marca o lugar e indica as posições sociais dentro do terreiro.
Abiã é toda pessoa que ainda não passou pelos ritos de iniciação. Já o yaô é o médium que entra em transe e que tem menos de sete anos de iniciado. Para ambos os grupos, a baiana segue parte da tradição entre as mulheres, mas sem tecidos ou rendas luxuosas, e mostra o lugar de quem chegou para aprender com a família de axé. Para os recém-iniciados, vestir apenas branco é parte essencial do primeiro ano de preceitos.
“A roupa me traz essa sensação de pertencimento e me ajuda a alcançar uma parte de mim que eu não sabia que existia. Dentro do terreiro, me elogiam porque minha baiana está bem armada, porque o torso [pano na cabeça] está bonito e sou incentivada diariamente a ser eu. Do lado de fora, sou ensinada que preciso ser menos negra e que tenho que me envergonhar da minha pele”, relata Maira Heloiza da Silva, 34 anos, iniciada há um ano como yaô no Ilê Axé de Yansã.
A vestimenta tradicional, homenageada por Dorival Caymmi, representa um lugar de prestígio, senioridade e sabedoria dentro da religião. A baiana rendada, em tecidos com o tradicional bordado richelieu, a bata e o pano de cabeça amarrado com as abas proeminentes, é uma ebomi, médium com mais de sete anos de iniciação. A yalorixá, que é a mãe de santo da comunidade, também usa a indumentária.
“Quando se tinha aquela sociedade de séculos atrás, as mulheres brancas usavam aquelas armações embaixo do vestido, o cabelo bem arrumado, os brincos e os colares com aquele luxo. A baiana para nós, mulheres negras, também traz essa imposição. E o zelo de estar bonita e bem cuidada. Quando eu me visto bonita, com a saia bem armada, com os meus fios de conta, eu sou uma referência para os meus filhos e a minha família de axé”, destaca a yalorixá Vivian Basílio.
A ekedi é um cargo destinado às mulheres que não incorporam e cumprem uma função de cuidado com a comunidade, repassando os ensinamentos para aqueles que estão dando os primeiros passos na religião e também zelando pelos orixás que incorporam durante as festas e os ritos.
Para mim, a indumentária tem um significado muito importante, porque é a partir dela que as pessoas me reconhecem como uma referência que está à disposição para o orixá e para a comunidade. Quando coloco essa roupa branca, sou a mãe Fernanda.
Fernanda Sousa, 27 anos, ekedi do IIé Obá Asè OGODO
“Fora do espaço do terreiro, eu sou uma mulher lésbica que não se veste de acordo com a feminilidade. Mas, no terreiro, mesmo com a indumentária feminina, o meu ser mulher é respeitado e potencializado”, diz.
Para ela, a indumentária da baiana com rendas mais elaboradas também faz parte do vestuário, mas existem outros modelos indicativos do cargo, como o conjunto pareô, formado por uma bata com manga três quartos e uma saia envelope usada sem armação, ou mesmo o alaka, um tipo de túnica.
Na dimensão do terreiro, a existência dessas mulheres ganha novos significados e propósitos. Na rua, por outro lado, a roupa tradicional atrai olhares carregados de intolerância religiosa e racismo, que tentam subverter o significado da cultura resguardada por elas.
“Durante o período em que cumpria o meu preceito de iniciação, saía à rua com a minha indumentária e os meus fios de conta. Um dia, uma criança olhou para mim e fez o sinal da cruz, com os olhos arregalados. Tentei encontrar os olhos dela e sorrir, mas é muito triste quando as pessoas simplesmente decidem ofender todo o significado da religião e das vestes de alguém”, relembra a yaô Maira Heloiza.
Para a ekedi Mayara Sousa, 33 anos, do Ilê Axé de Yansã, isso acontece porque existe uma cultura que pormenoriza as religiões de matriz africana, como se elas não fossem sagradas o suficiente para serem respeitadas.
Dentro da casa de axé, o signo dessa roupa traz um status que nós, pessoas negras, não temos na rua. Usar essa vestimenta, mesmo que não seja a mais luxuosa, nos coloca em um lugar de rainhas. Para quem incorpora, é a roupa que a pessoa vai estar quando receber o deus dela no próprio corpo. Mas, muitas vezes, quem é de fora não dá a mesma importância que daria de primeira para a religião do colonizador, por exemplo.
Mayara Souza, ekedi do Ilê Axé de Yansã
Apesar da tradição e do tempo que a indumentária da baiana está presente na cultura brasileira, são poucas as opções de lojas voltadas para esse segmento. Por isso, é comum que mulheres de terreiro que saibam o ofício da costura passem a confeccionar as roupas para a família de axé. Essa relação é vista, por alguns adeptos, como uma forma de conexão ancestral.
“Esse processo de ir comprar o tecido, levar para a costureira, é uma linha direta de fazer parte da família. A gente vai entendendo o candomblé ao fazer parte, não é algo que dá para saber como é antes de entrar. Então, até a entrega da roupa faz parte desses processos que vão criando conexão com a família”, afirma Jennifer Sabino, 28 anos, abiã do Ilê Axé de Yansã.
Com o e-commerce, as dificuldades para adquirir as vestimentas tradicionais da religião têm diminuído, mas ainda assim não é fácil encontrar lojas que ofereçam peças em pronta-entrega. No geral, é preciso encomendar, o que pode exigir semanas ou até meses de antecedências das festas de candomblé, segundo a yalorixá Elizabeth Passos, 43 anos, proprietária da loja Fire Rose Moda Afro, especializada nas indumentárias da religião e localizada na zona leste paulistana.
“É lindo quando entregamos a primeira roupa ou o primeiro enxoval da pessoa que está começando na religião. Ela fica muito emocionada, não vê a hora de colocar, porque é como se passasse a fazer parte de um reino. Eu incentivo outras mulheres a costurar roupa de candomblé, não tenho problema com concorrência, porque sei que dói não conseguir encontrar as nossas vestimentas em um shopping”, finaliza.
A jornalista Manu Pilger lança livro de poesias pela editora Prosiarte. A obra “Poema Mulher”, Caterse em Versos 2 é uma coletânea organizada pelas escritoras Palmira Heine e Alexandra Patrocínio e com ilustração de Sabrina Abreu. “ Poema Mulher” reúne autoras mulheres de vários estados do Brasil falando de amor em um livro cheio de magias e encantos. A proposta da obra é mostrar os silêncios que foram impostos as figuras femininas durante muito tempo na história.
Paralelo a sua atuação profissional, a poesia é uma paixão que Manu alimenta desde de a adolescência, e vez por outra, pratica o exercício de recitar seus versos em encontros com amigos.
Durante a pandemia essa produção poética tornou-se um escape ao isolamento social. Inscrevendo-se em vários concursos nacionais, Manu foi classificada em duas antologias poéticas, tendo seus dois poemas publicados, intitulados “ O Inventor da saudade” e “ leva me com você”.
Além da poesia, o encanto dos desenhos demonstrando a sensibilidade do poema escrito fez do “ Poema Mulher” uma obra fascinante”, disse Manu ao destacar a parceria com a ilustradora Sabrina Abreu, que assina a capa e as ilustrações do livro.
O Sarau Maria Quitéria movimentou o Mercado de Arte Popular (MAP) na manhã desta sexta-feira, 16. O público acompanhou atentamente as apresentações musicais, recitações de poemas, cordéis e crônicas voltadas para o tema da heroína feirense.
A iniciativa celebra os 189 anos de emancipação política de Feira de Santana e tem apoio das secretarias municipais de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e também de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec).
Segundo a musicista e maestrina Céliah Zaiin, a proposta é reunir os acadêmicos e artistas para celebrar com a arte a data mais importante para o município.
“Feira de Santana é riqueza cultural. Estamos reunidos para celebrar mais um ano e o tema não poderia deixar de ser a nossa heroína feirense Maria Quitéria”, destacou.
As crianças das escolas municipais tomaram conta do espaço reservado em frente ao palco e também apresentaram poemas e cartazes confeccionados nas aulas durante a semana.
Na avaliação do secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Sebastião Cunha, o Sarau promove valorização cultural do município, especialmente para as crianças das escolas municipais que foram o público principal do evento.
“Ações como essa são muito importantes para incentivar desde pequenos a desenvolver o carinho e amor pelo município”, afirma.
A programação de aniversário segue ainda no sábado, 17, no MAP, com a turma da melhor idade do Centro de Convivência para Idosos D. Zazinha Cerqueira a partir das 11h30. As participantes vão levar para o palco o espetáculo de samba de roda.
*Secom
O feirense terá um final de semana movimentado com opções diversificadas para o lazer. O Arte na Avenida volta a ocupar o canteiro da Getúlio Vargas, no trecho entre as ruas Frei Aureliano e São Domingos, neste domingo, 4.
Com exposições ao ar livre, o espaço é democrático. É só chegar e colocar à venda os mais criativos objetos confeccionados artesanalmente e com capricho pelas mãos de artesãos de Feira, sejam eles anônimos ou não. O Arte na Avenida é também uma vitrine para divulgação.
O Campeonato Baiano de Kung Fu Wushu vai reunir em torno de 80 atletas de todo o estado – sendo 19 de Feira – no Estação Cidadania, bairro Gabriela, também neste domingo. A participação de mulheres está garantida em algumas lutas.
E por falar nelas, a IX Calvada Feminina do povoado Santa Rosa, em Governador João Durval Carneiro (Ipuaçu), promete ser sucesso. O evento acontece no domingo com saída prevista para as 10h, da Fazenda Umbuzeiro (Dadá da Galinha), com destino a Santa Rosa. É aguardada a presença do público masculino.
Os eventos têm apoio da Prefeitura de Feira, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).
*Secom
Com a ideia de resgatar a cultura do cultivo de hortas e ervas medicinais em casa, nos quintais, o Instituto de Saúde e Ação Social (ISAS) lançou este projeto que não apenas beneficia a comunidade local como tem a ideia de replicar o conhecimento e fazer com que famílias encontrem em seus próprios quintais uma forma de se manter economicamente.
Idealizado pela engenheira agrônoma Maria Clara Figueiredo, o “Lá no Quintal Tem” iniciou com o cultivo de 500 pés de alface (tanto o verde quanto o roxo) hidropônico, ou seja, sem utilização de terra e sim da água.
“Tínhamos um quintal de cerca de 200 metros quadrados em desuso, a gente só tinha a goiabeira que já existia quando a gente chegou aqui e a murta. E tivemos a ideal inicial da hidroponia in floating que é uma novidade para a região, que normalmente são utilizados canos, mas aqui temos piscinas flutuantes parecendo de criança mesmo, o que deixa a baixo custo. Começamos com 500 pés de alface que são a capacidade das nossas piscinas”, informou.
Para a montagem do cultivo hidropônico foi investido cerca de R$5 mil reais, porém, quem levar a ideia a diante, pode chegar a ter uma renda de R$2 mil reais mensais. E este é um dos objetivos, capacitar pessoas de baixa renda para que através do cultivo em casa, possam se manter. “A ideia é que esse projeto seja replicado para outros quintais de quem tenha interesse, porque a gente quer principalmente garantir renda para outras pessoas já que temos capacidade de fazer isso, trazer capacitação para dentro da ONG além de garantir renda para as mulheres que normalmente são quem cuida de quintais produtivos”, destacou.
Com o lançamento do projeto “Lá no Quintal Tem”, o ISAS em breve já deve oferecer capacitação. “Vamos iniciar em turmas pequenas principalmente porque quanto menos pessoas, melhor para repassar o conhecimento, mas também termos uma periocidade, todo mês oferecer algum curso ligado a agricultura”, pontuou Maria Clara.
Resgate cultural – o diretor do ISAS, Radival Galiano, vê como uma grata surpresa a transformação sofrida pelo quintal da instituição. “Para mim foi muito bacana a ideia de pegar esse quintal e transformar e foi uma transformação radical, e o melhor, poder dizer que esse quintal pode ser sustentado, sustentar uma família. Eu ainda via com outro viés, o cultural. A gente perdeu aquela coisa que no passado, não muito distante, a gente pedir ‘me dê uma folha’ de coentro, ah ‘no quintal tem’, principalmente nos locais mais periféricos onde os vizinhos se ajudavam”, relembrou o diretor.
Galiano destaca o papel social. “Foi tido como uma surpresa extremamente agradável e mais ainda de dizer que estamos doando 500 pés de alface para a merenda escolar, e mais agradável ainda de a gente pode estar atendendo famílias que poderão tirar seu sustento do próprio quintal”, ressalta.
Doação – a comunidade situada no entorno do ISAS, situado no Jardim Acácia, é beneficiada com o cultivo das hortaliças da instituição. Maria Clara Figueiredo, coordenador do projeto, informa que semanalmente há doações do que foi produzido no quintal à escolas municipais.
“Atualmente temos cinco escolas que são atendidas, a gente faz a média da quantidade devido ao número de alunos, então toda semana atendemos mil alunos”, disse e completou: “As pessoas que tomam curso também são beneficiadas com nossos alfaces, com nossas hortaliças”, salientou.
Variedade de hortaliças – Além do alface são produzidas outras hortaliças no cultivo de horta vertical como almeirão, espinafre, acelga, mostarda, agrião d’água, e há ainda os que são cultivados em vasos como beringela, maxixe, pimentão. De árvores frutíferas, também em vasos, tem ainda laranja limão, abacate, tangerina, que em virtude da pouca quantidade, servem apenas para consumo próprio da instituição e das pessoas que frequentam os cursos ofertados. A escolha desses outros cultivos se deu pela adaptação ao ambiente e o clima.
“A variedade foi escolhida diante da adaptação da região, já observamos que algumas variedades de tomate não conseguiram se adaptar, a beringela tivemos uma boa adaptação que já estamos na terceira fase e com certeza continuará sendo cultivada”, disse.
Aquaponia e criação de abelhas – Em parceria com o curso de Agronomia da Universidade Estadual de Feira de Santana, por meio do professor Gilberto Mendonça, serão criadas tilápias. Inicialmente serão colocadas 100 tilápias, para que sejam engordadas até o momento do consumo, além da reprodução dos peixes ser uma consequência.
A criação de abelhas sem ferrão já foi iniciada, a espécie Jataí foi a escolhida por se adaptar melhor ao ambiente.
A comunidade de Feira de Santana estará recebendo, na próxima sexta-feira (29), a partir das 9h, o projeto Lá no Quintal Tem. É o primeiro espaço experimental do quintal produtivo a um custo baixo que deverá contribuir para a alimentação das pessoas de baixa renda do município. O espaço de aquaponia (foto ilustração) visa atender hidroponia (cultivos de plantas sem o uso de solo, com as raízes submersas) e piscicultura (cultivo de peixes), horto vertical, horto em vasos e fruticultura. Projeto mantido pelo Instituto de Saúde e Ação Social (ISAS), deve contemplar 1.000 crianças em escolas e creches do município. O ISAS tem como objetivo atender a comunidade em situação de vulnerabilidade social, gerando emprego e renda.