O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) trocou tiros com a Polícia Federal (PF) neste domingo (23), durante o cumprimento de um mandado de prisão em sua casa, em Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, e acabou baleando um agente da corporação. Não há informações sobre o estado de saúde do policial.
O ex-parlamentar utilizou câmeras do circuito interno da casa para monitorar a movimentação da equipe, formada por três agentes, que estavam na porta do imóvel. De acordo com Jefferson, ele recebeu tiros e respondeu. O para-brisas do veículo da Polícia Federal foi estilhaçado pelos disparos.
Por que Jefferson foi preso? A ordem de prisão aponta o descumprimento de medidas cautelares por parte de Jefferson. Na decisão, Moraes pediu prisão, busca e apreensão e proibiu entrevistas..
A decisão ocorreu depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, e a comparar com “prostitutas”, “vagabundas” e “arrombadas” em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes.
A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristina Brasil (PTB), que teve a conta suspensa hoje.
O ex-deputado gravou vídeos em que confirma ter reagido à prisão contra agentes da PF, em sua casa, e chegou a dizer que não iria se entregar.
“Chega de opressão, eles já me humilharam muito, a minha família. Mas eu não estou atirando em cima deles. Eu dei perto, eu não atirei neles. Eu não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles. Eram quatro, eles correram, e eu falei: ‘sai porque eu vou pegar vocês’. Isso que vocês têm que saber. Eles vão vir forte e eu não vou me entregar. Chega. É muita humilhação”, disse ele em um dos vídeos.
Uma das medidas que ele deveria cumprir no período da prisão domiciliar é não publicar nas redes sociais.
Em nota, ‘injustiça’. Além dos vídeos, Roberto Jefferson divulgou uma nota. No texto, disse que a prisão domiciliar ocorreu por “decisão ilegal” e que “a injustiça todos os dias se renova sobre minha vida e da nossa família”.
O ex-deputado afirmou ainda que os “superministros” não querem que seus atos como servidores públicos sejam criticados “ainda que promovam injustiças, gerando todo tipo de transtornos na vida dos brasileiros e nenhum sentimento de indignação à eles seja dirigido. É literalmente inaceitável”, disse Jefferson.
O político criticou ainda a postura da OAB. “Nunca a Ordem dos Advogados saiu em minha defesa, para cumprimento da constituição ao qual jurou defendê-la”, disse. Porém, salienta que em menos 24 horas dos xingamentos contra a ministra, a OAB acabou se movimentando a favor da magistrada.
“O palavreado chulo de indignação, de um indivíduo injustamente anulado civilmente é mais grave que a decisão, firme e deliberada, de conspirar contra cláusula pétrea da Constituição da República? Indignação seletiva é disfarce para guerra ideológica, manipulação das massas, conforme bemassentou a digníssima e competente Magistrada, Dra. Ludmila Lins Grilo.”
O ex-deputado citou ainda os empresários que, em um grupo de Whatsapp, defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito. Jefferson disse que a indignação dele se deve a ver outros brasileiros – como os empresários – passando por situações semelhantes a dele.
“Agora as vítimas são dignos jornalistas e veículos idôneos de nosso país. Tudo isso ocorre ‘às barbas’, do Senado Federal, OAB, Procuradoria-Geral da República”, disse Jefferson.
O político entende que as palavras dele “não produzem efeitos devastadores na vida de nenhum magistrado”, mas que “continuam realizando à mim, minha família e todos brasileiros supra citados, com suas malsinadas e ilegais decisões, comprometem toda a segurança jurídica Nacional”. O ex-deputado classificou a situação como “tirania”.
Informações Pleno News