O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou na última quarta-feira, 30, que nunca foi consultado por outros integrantes do governo sobre corte ou revisão de gastos, tema que é motivo de pressão exercida pelo mercado financeiro sobre a equipe econômica de Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a ausência de uma proposta concreta e até mesmo de um prazo para fazer a revisão dos gastos, o dólar chegou a R$ 5,77 na quarta-feira 30.
Ao ser questionado sobre eventuais cortes em seu ministério, Marinho disse que não existe debate no Executivo sobre cortar recursos de benefícios, como seguro-desemprego e abono salarial. “Se nunca discutiu comigo, essas medidas não existem. Se eu sou responsável pelo tema trabalho e emprego (esse debate não existe), a não ser que o governo me demita”, disse Marinho.
Segundo ele, o debate sobre corte de gastos nos benefícios está circunscrito entre técnicos. “Esse debate não existe no governo. Se existisse, o presidente Lula teria falado: ‘Marinho, pega leve aí’. Existe esforço, estudo, técnicos tentando adivinhar, olhando”, completou.
Questionado se poderia pedir demissão caso as medidas avancem, o ministro respondeu: “Se eu for agredido, é possível. Uma decisão sem minha participação, em um tema meu, é uma agressão. E não me consta que nenhum ministro de Estado tenha discutido esse assunto (de corte de gastos).”
Marinho afirmou que Lula tem repetido que recursos orçamentários serão buscados onde “eles existem, e não no pelo, nas costas, no lombo do trabalhador”.
Ele disse ainda que seguro-desemprego e abono salarial não podem ser considerados “gastos”. “O que é gasto? Coisa desnecessária, se tiver coisa desnecessária tem que cortar”, avaliou. O ministro reforçou que o combate às fraudes em políticas públicas é obrigação de qualquer gestor.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado