Já ouviu aquele ditado “quem casa, quer casa”? Uma nova forma de relacionamento está crescendo na Europa e tem contrariado esse ditado popular. Trata-se do casal LAT (living apart together), em português, algo como vivendo juntos, mas em casas separadas.
O modelo de relacionamento romântico é liderado por mulheres mais velhas que, de acordo com a revista Brides, priorizam uma liberdade recém-descoberta.
De acordo com a psicóloga especializada em relacionamentos Eudiléia Marcelino, esse formato pode ser uma boa opção de relacionamento para casais que não lidam bem com a rotina ou se sentem sufocados pelo contato excessivo com o outro.
“Uma das principais vantagens é que ele pode facilitar o equilíbrio entre o espaço individual e o espaço conjugal, um dos desafios mais complexos da vida a dois”, comenta a especialista. “Também pode deixar a relação mais leve, pois elimina a necessidade de se adaptar o tempo todo às demandas do outro.”
De acordo com uma pesquisa publicada pelo National Library of Medicine, a maioria das pessoas em uniões LAT pretende viver juntas, mas estão separadas por razões práticas.
“O LAT é mais comum entre jovens, aqueles matriculados no ensino superior, pessoas com atitudes liberais, pessoas altamente educadas e aqueles que já coabitaram ou foram casados. Pessoas mais velhas e divorciadas ou viúvas também são mais propensas a escolher o LAT para manter a independência”, acrescentaram os pesquisadores na conclusão.
Mas nem tudo são flores, certo? A psicóloga Eudiléia Marcelino acrescenta que também há desvantagens. “Muitos casais acabam conflitando mais, pois morar em casas separadas pode aumentar a desconfiança e a insegurança se o casal não tem uma relação sólida”, diz.
“Outra queixa comum é a sensação de desamparo emocional, de não poder contar com o outro, como se a ausência física nos momentos difíceis no dia a dia reforçassem a sensação de abandono. Então, não é um modelo de relação para qualquer casal”, alerta Eudiléia.
O modelo é tido para especialistas como uma maneira de evitar o desgaste da relação e brigas que surgem com a convivência em excesso e com a rotina. Eudiléia, por sua vez, aponta que o modelo não deve ser visto como uma opção para salvar um relacionamento já em crise. “Na verdade, pelo contrário, pode aumentar as fissuras ao invés solucionar questões.”
Informações Metrópoles