Não é segredo que os pesquisadores ainda estão descobrindo as características do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Agora, um novo estudo, feito na Suécia, sugere que pessoas testaram negativo para a presença de anticorpos da COVID-19 ainda podem ter algum nível de imunidade para a infecção respiratória, uma vez que podem apresentar outros anticorpos para a doença, além dos investigados pelos exames sorológicos.
Nesses testes sorológicos, são identificados no sangue determinados anticorpos, específicos para atacar o coronavírus, mas não são apenas eles os responsáveis pela proteção do organismo. No estudo sueco, 200 pessoas foram testadas para a checagem de anticorpos e das células T no sangue. Além disso, um estudo chinês investigou, anteriormente, que a presença de anticorpos em pacientes assintomáticos durava até três meses, ou seja, após esse período, em um teste sorológico, seria como se o paciente nunca tivesse tido a COVID-19.
O ponto é que o Instituto Karolinksa, na Suécia, identificou as células T específicas para a doença no sistema imunológico tanto de pessoas contaminadas, que demonstraram sintomas, quanto em algumas que tiveram casos leves, ou assintomáticos, da COVID-19. Só que nem sempre esses últimos pacientes ainda tinham anticorpos para o novo coronavírus na corrente sanguínea.
Agora, o grupo de pesquisadores investiga se essas células T protegem apenas esse indivíduo ou se também podem impedi-lo de transmitir a infecção aos outros. Isso pode significar que um grupo mais amplo tenha algum nível de imunidade à COVID-19 do que sugerem os números dos testes de anticorpos.
Como não se pode fazer afirmações concretas sobre a descoberta, essas pessoas devem continuar a se proteger e evitar exposição ao vírus pela segunda vez. Segundo o professor Danny Altmann, do Imperial College de Londres, o estudo foi considerado como “robusto, impressionante e completo”. Além disso, Altmann alerta para um crescente corpo de evidências de que “apenas o teste de anticorpos subestima a imunidade”.
Fonte: BBC